Assinale a alternativa cujo acento grave indicador de crase ...
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Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de São Fidélis - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de São Fidélis - RJ - Assistente Social Escolar |
Q3061741
Português
Texto associado
Por que dizer “não” pode ser difícil e como isso pode fazer bem para a saúde mental
Sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o
desejo por ser aceito pelo outro, de acordo com especialistas.
Você certamente já se deparou com uma situação em que gostaria de ter dito “não”, mas evitou dar uma resposta negativa
e acabou fazendo algo que não gostaria. A sensação é comum e está associada a diferentes fatores, incluindo o desejo por ser
aceito pelo outro, de acordo com especialistas em comportamento e saúde mental.
O psicólogo Maycon Rodrigo Torres, membro do Laboratório de Psicanálise e Laço Social da Universidade Federal Fluminense
(UFF) e professor de psicologia na Faculdade Maria Thereza (Famath), destaca como a recusa pode afetar as relações afetivas. “O
dizer não significa, de certa maneira, negar a demanda que uma outra pessoa te faz e isso faz com que a pessoa fique preocupada
sobre como ela será vista por essa pessoa. De que maneira essa recusa a fazer alguma atividade ou a responder de alguma maneira
pode prejudicar a opinião que a outra pessoa tem dela. Aqui, a gente tem um pouco desse movimento de preocupação excessiva
com a forma como o indivíduo é visto pelo outro”, diz.
A psicóloga Luana Ganzert, especialista em emoções, afirma que ser aceito faz parte das necessidades básicas emocionais dos
indivíduos e que recusas podem interferir nesse contexto. “Quando estamos atendendo essa necessidade básica, temos medo de
sermos rejeitados, de não sermos amados e aceitos. Algumas pessoas são mais sensíveis e não suportam a possibilidade de não serem
aprovadas. Outras preferem evitar conflitos. Esses são os maiores motivos para que as pessoas tenham medo de dizer não”, explica.
Para o psicólogo e professor de psicanálise Ronaldo Coelho, evitar dizer não também é uma forma encontrada de “proteger
o outro”.
“Mas, quando ‘protegemos’ o outro da frustração, estamos criando condições para que ele fique atrofiado diante da vida. Imaginemos que quando nos frustramos é como se caísse um peso sobre a gente. Para que consigamos retirar esse peso, precisamos de
musculatura. Se somos protegidos da frustração, nós não desenvolvemos essa musculatura, ficamos atrofiados, e quando o peso cai
sobre nós ficamos arrebatados, não conseguimos lidar”, detalha.
Agir o tempo todo com objetivo de agradar ao outro, sem se refletir sobre o que realmente se quer pode levar a um “apagamento” sobre os próprios limites e desejos, explica Coelho. “É comum a pessoa não saber do que ela gosta e o que ela não gosta, do
que faz bem e o que faz mal a ela, do que é bom e o que não é, ela perde a capacidade de realizar julgamentos importantes para sua
vida. É como se ela sempre precisasse do olhar do outro, do julgamento do outro, para decidir sobre a própria vida, as próprias
vontades e desejos”, afirma.
A avaliação é compartilhada por Torres. “O grande problema de não conseguir dizer não é que, em geral, a pessoa abre mão do
que ela gostaria de fazer em nome do desejo do outro. Esse processo pode levar a uma sobrecarga. A pessoa acumula tarefas ou
coisas pra fazer e essa sobrecarga tende a aumentar ainda mais a ansiedade que, a longo prazo, pode criar problemas mais crônicos.”
Entre as consequências, estão o desenvolvimento de problemas para dormir, impactos para o desempenho no trabalho
ou estudo e limitações relacionadas à ansiedade.
A psicóloga Luana Ganzert afirma que pessoas que não sabem dizer não tendem a ser mais inseguras ou preferem evitar a fadiga e
discussões sobre ter uma opinião contrária. “Quando você fala ‘sim’ para tudo, dificilmente você vai cuidar de você. Aceitar tudo significa
sofrer emocionalmente em silêncio. Ao dizer ‘sim’, quando queriam dizer o contrário, as pessoas se sujeitam a situações que lhes causam
prejuízos emocionais e, em alguns casos, até financeiro. Compram coisas que não desejam por dificuldade de se impor à insistência do
vendedor, arrumam compromissos indesejáveis, arrumam relacionamentos tóxicos e muitas vezes abusivos”, acrescenta.
A psicóloga Gislene Erbs reparou que seus pacientes tinham uma grande dificuldade em dizer “não” quando precisavam e que
isso os deixava frustrados e infelizes. Ao buscar fortalecê-los emocionalmente para que pudessem estabelecer-se como prioridades
para si mesmos, sentindo-se seguros para negar aquilo que não lhes interessava, Gislene entrou em contato mais profundamente com
suas próprias fraquezas.
A autora afirma que não é saudável e nem lógico sacrificar o próprio bem-estar para agradar aos outros, mas que, infelizmente,
em grande parte das vezes, as pessoas fazem isso, porque não sabem dizer “não”. Além disso, segundo ela, escolher a si mesmo em
primeiro lugar auxilia no sentido de aumentar a autoestima, assim como a ter clareza dos motivos do seu “não”.
Para superar a dificuldade de dizer “não”, o indivíduo precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada
de decisão para que o indivíduo se sinta mais confortável com as escolhas que precisa fazer.
Entre eles estão: a falta de autoconhecimento; a impulsividade; a falta de habilidade social; a ansiedade; a baixa autoestima; o
sentimento de pena; a falta de inteligência emocional; o medo da rejeição; a necessidade de autoafirmação; e a realidade de querer
honrar pai e mãe.
“Um não sonoro e adequado é, na verdade, um grito de liberdade – para você e, acredite, para quem o recebe”, diz a
psicóloga. Conforme a autora, para negar corretamente, não é preciso ser agressivo, mas assertivo e determinado.
(Lucas Rocha. Disponível em: https:www.cnnbrasil.com.br/saude/. Acesso em: 25/01/2023. Fragmento.)
Assinale a alternativa cujo acento grave indicador de crase foi empregado seguindo a mesma regra que em: “[...] o indivíduo
precisa trazer à consciência os fatores que influenciam sua tomada de decisão [...]” (12º§)