A revolução de 1930 introduziu mudanças políticas, econômica...
O poder estatal tratou, a partir de 1930, de promover alianças de classes, garantindo direitos sociais e mecanismos de proteção aos trabalhadores urbanos.
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A Revolução de 1930 marcou uma transformação significativa na história brasileira, com impactos em diversas áreas, incluindo a política, economia, sociedade e política externa. Esse evento resultou na ascensão de Getúlio Vargas ao poder, iniciando um período de várias reformas e mudanças institucionais.
Um dos aspectos marcantes pós-1930 foi a abordagem estatal na promoção de alianças de classes. Este movimento visava criar um ambiente de estabilidade e conciliação entre as diferentes classes sociais, especialmente entre os trabalhadores urbanos e os setores industriais em crescimento.
No que tange aos direitos sociais e mecanismos de proteção aos trabalhadores, o governo de Vargas instituiu diversas medidas. Essas incluíram a regulamentação do trabalho, como a definição da jornada de oito horas, o estabelecimento de férias remuneradas, a criação da Justiça do Trabalho e a garantia de direitos trabalhistas.
Assim, a afirmação de que, após a Revolução de 1930, o poder estatal buscou promover alianças de classes, assegurando direitos sociais e mecanismos de proteção aos trabalhadores urbanos, é correta.
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Comentários
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A revolução de 1930 coloca Vargas no poder (ele criara a legislação trabalhista).
Certo.
Vargas cria leis trabalhistas como férias remuneradas, redução da jornada de trabalho para alguns setores, licença maternidade além de criar a lei de sindicalização (para receber benefícios trabalhistas, deveria ser inscrito num sindicato oficial) - surge a figura do "pelego",líder sindical que controla as massas e evita atritos entre os empregadores e os empregados.
Tinha ficado em dúvida se a política trabalhista já era ativa desde 1930, como está no enunciado. Segundo Boris Fausto, "um dos aspectos mais coerentes do governo Vargas foi a política trabalhista. Entre 1930 e 1945 ela passou por várias fases, mas desde logo se apresentou como inovadora com relação ao período anterior. Teve por objetivos principais reprimir os esforços organizatórios da classe trabalhadora urbana fora do controle do Estado e atraí-la para o apoio difuso ao governo." (O ESTADO GETULISTA (1930-1945), HISTÓRIA CONCISA DO BRASIL, EDUSP, 2015)
Já no governo provisório a intervenção do Estado na economia crescia: os sindicatos e as relações trabalhistas passaram a ser controladas pelo governo.
Boris Fausto
"Alianças de classes" deixou a questão extremamente polêmica. Lembrando que o partido comunista tinha acabado de voltar à legalidade em 1927. Isso mostra que sempre houve um discurso de luta entre a classe dos patrões (abastados ou burgueses) e os empregados (sindicalizados, sindicalistas, operários). Dar direitos trabalhistas gerou maior "coesão" social e amenizou o discurso sindical de luta no primeiro governo de Vargas, mas dizer que rolou uma "aliança de classes", foi fora da realidade. Hoje mesmo ainda vemos no Brasil uma clara cisão entre os que apóiam a iniciativa privada cada vez mais livre de amarras estatais e os que pregam direitos trabalhistas e sindicalismo, em uma era em que o "inimigo" da classe trabalhadora passa a ser cada vez mais ""etéreo". Hoje, não há mais a figura clara de "um chefe" (normalmente indivíduos, hoje em dia, conservadores, ou de direita) para que o sindicalismo (composto por críticos da esquerda) possa lutar contra. Os antigos "chefes", hoje são milhares de plataformas automatizadas e despersonalizadas, além de maneiras de precarização do trabalho, como Uber e outros. Além disso, essas empresas se internacionalizam, tornando impossível uma sindicalização universal, algo perseguido por Marx e, na prática, Trotski. No máximo, o que se pode fazer é proibir ou permitir a entrada ou criação destas empresas em território nacional, o que geraria intensa pressão da própria opinião pública, que demanda tais serviços. Para complementar, essa precarização do trabalho ajuda a melhorar os índices governamentais de emprego, já que garantem maior parcela da população com o título de "trabalhador". Em resumo, ao mesmo tempo e que não existe um discurso claro de luta, que alguns tentam criar e então são acusados, talvez de forma justa, por tentar dividir a sociedade, a relação entre essas vertentes sociais nunca foi harmônica ou "de aliança".
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