Sobre Psicofarmacoterapia básica e Medicalização. Em relaçã...
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Ano: 2019
Banca:
CPCON
Órgão:
Prefeitura de Guarabira - PB
Prova:
CPCON - 2019 - Prefeitura de Guarabira - PB - Médico Psiquiatra |
Q1245094
Psiquiatria
Sobre Psicofarmacoterapia básica e Medicalização.
Em relação à Medicalização, questão colocada nos embates entre uma Psiquiatria de Base Bio-Médica e Farmacológica e uma
Psiquiatria de Orientação Sócio Política, solicita-se que, lido o texto abaixo, seja assinalada a única alternativa CORRETA: MEDICALIZAÇÃO[1]
Medicalização é o processo pelo qual o modo de vida dos homens é apropriado pela medicina e que interfere na construção de
conceitos, regras de higiene, normas de moral e costumes prescritos – sexuais, alimentares, de habitação – e de comportamentos
sociais. Este processo está intimamente articulado à ideia de que não se pode separar o saber - produzido cientificamente em uma
estrutura social - de suas propostas de intervenção na sociedade, de suas proposições políticas implícitas. Amedicalização tem, como
objetivo, a intervenção política no corpo social. Outro uso frequente do termo é “medicalização do social”, expressão que possui um
campo semântico amplo, podendo se referir a uma série diferenciada de fenômenos, o que impõe especificarmos alguns aspectos que
podem ser a ele associados. Essa expressão pode ser entendida como a forma pela qual a evolução tecnológica vem modificando a
prática da medicina, por meio de inovações dos métodos de diagnóstico e terapêutico, da indústria farmacêutica e de equipamentos
médicos; por outro lado, pode ser usado numa referência às consequências que acarreta para o jogo de interesses envolvidos na
produção do ato médico. Embora estes e outros sejam fatores reais que propiciam a reprodução do processo de medicalização, não é
diretamente deste conjunto de fenômenos que iremos tratar. O fenômeno da medicalização social surge e se desenvolve,
historicamente, no contexto das sociedades disciplinares, tal como foi analisado por Foucault, em vários de seus estudos. Esse
fenômeno promoveu a ampliação do campo de função da medicina, estendo-o ao plano político. Razão médica e ciência moderna são
focos dos estudos de Madel Luz, que continuam se ampliando no Instituto de Medicina Social da UERJ, no grupo de pesquisa sobre
Racionalidades Médicas, produzindo matriz teórica para muitos trabalhos já publicados e outros em andamento, dentre eles teses e
dissertações. Cf. LUZ, Madel Therezinha. Natural, racional, social: razão médica e racionalidade científica moderna. Rio de Janeiro, Campus,
1988; LUZ, Madel Terezinha. Racionalidades médicas: diagnose e terapêutica: médicos e pacientes no dia-a-dia institucional.
(Relatório técnico final da segunda fase do projeto Racionalidades Médicas). Rio de Janeiro, Departamento de Planejamento e
Administração em Saúde, Instituto de Medicina Social, UERJ, 1997. Cf. também, a série de relatórios, seminários e trabalhos
produzidos para o Projeto Racionalidades Médicas, arquivados na biblioteca do IMS/UERJ.
(Fonte: http://www.histedbr.fe.unicamp.br/navegando/glossario/verb_c_medicalizacao.htm)