Os períodos “Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia”...

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Q2692642 Português

Leia o texto a seguir para responder às questões 7 e 8

FURTO DE FLOR

Furtei uma flor daquele jardim. O porteiro do edifício cochilava, e eu furtei a flor.

Trouxe-a para casa e coloquei-a no copo com água. Logo senti que ela não estava feliz. O copo destina-se a beber, e flor não é para ser bebida.

Passei-a para o vaso, e notei que ela me agradecia, revelando melhor sua delicada composição. Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem.

Sendo autor do furto, eu assumira a obrigação de conservá-la. Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia. Temi por sua vida. Não adiantava restituí-la no jardim. Nem apelar para o médico de flores. Eu a furtara, eu a via morrer.

Já murcha, e com a cor particular da morte, peguei-a docemente e fui depositá-la no jardim onde desabrochara. O porteiro estava atento e repreendeu-me.

– Que ideia a sua, vir jogar lixo de sua casa neste jardim!

(ANDRADE, Carlos Drummond de. Contos plausíveis. Rio de Janeiro, José Olympio, 1985. p. 80).

Os períodos “Renovei a água do vaso, mas a flor empalidecia” e “Quantas novidades há numa flor, se a contemplarmos bem,” configuram-se a partir dos processos de

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