A classificação da palavra sublinhada quanto à classe grama...
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Ano: 2023
Banca:
FAU
Órgão:
Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR
Provas:
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|
FAU - 2023 - Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR - Vigilante Patrimonial |
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FAU - 2023 - Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR - Agente Comunitário de Saúde |
FAU - 2023 - Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR - Auxiliar de Consultório Odontológico |
FAU - 2023 - Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR - Professor de Ensino Infantil/Fundamental |
FAU - 2023 - Prefeitura de Laranjeiras do Sul - PR - Secretário Escolar |
Q3253147
Português
Texto associado
NUNCA É TARDE PARA NOS TORNAR QUEM
DESEJAMOS SER: O EXEMPLO DE
CONCEIÇÃO EVARISTO
Uma das escritoras mais importantes do país, ela
se consagrou depois dos 60 anos e hoje expande
nosso conhecimento sobre identidade e cultura
negra.
Morena (20/07/2023 - 18:06)
O envelhecimento no mundo em que
vivemos é malvisto. Há até um nome para a
discriminação que pessoas acima de 50 anos
costumam sofrer durante o processo de
envelhecer: etarismo. Em 2017, quando passei
no vestibular para a Universidade Federal
Fluminense, aos 26 anos, me sentia uma espécie
de extraterrestre entre dezenas de pessoas entre
17 e 20 anos de idade que estudavam comigo.
Ao contrário da maioria, eu trabalhava em tempo
integral, dependia do trabalho para obter o meu
sustento e não podia me dedicar integralmente
aos estudos. Esta sensação de ser velha na
faculdade fazia com que eu me sentisse “fora de
lugar” naquele ambiente. E cedo demais
percebesse que o mundo te olha diferente
quando você não faz as coisas “na hora certa”.
Foi bem nesta fase que conheci mais a
fundo a obra da escritora Conceição Evaristo.
Lendo sobre sua trajetória descobri que, antes de
se tornar uma escritora premiada, até os 20 e
poucos anos de idade, Evaristo era empregada
doméstica e conciliava seus estudos com o
trabalho. Antes de ler sobre sua vida, tinha
vergonha de ter sido auxiliar de creche,
vendedora, garçonete e de ter começado a
trabalhar antes de ingressar no ensino superior.
Achava que chegar tão tarde à formação
acadêmica era um demérito, de alguma forma.
Aquela sensação de desajuste que nos causa
uma profunda vergonha foi sumindo conforme
conhecia mais sobre a escrevivência que a
escritora propunha com seu trabalho literário.
A escrevivência é a escrita que nasce das
experiências de subjetividades de mulheres
negras, segundo a autora. Esta perspectiva me
fez reavaliar muitas coisas. Quer dizer então que
eu poderia escrever sobre minha experiência e
expressar de forma autoral minha própria visão
de mundo? Me pareceu incrível a percepção de
que a experiência poderia ser uma vantagem na
minha trajetória, não mais uma fonte inesgotável
de constrangimento. De fato, havia muita história para contar e meus horizontes sobre o que eu
poderia ser se expandiram.
Conceição Evaristo formou-se no Curso
Normal aos 25 anos em 1971, trabalhou como
professora na rede pública de educação no Rio e
em Niterói, após passar em concursos. Formouse em Letras na UFRJ na década de 1990,
quando também estreou na literatura através
dos Cadernos Negros, publicação pioneira de
literatura afro-brasileira organizada pelo grupo
Quilombhoje. Daí para frente fez mestrado,
doutorado, deu aula em universidade, :inclusive
internacionais. Em 2003 publicou Ponciá
Vivêncio, seu primeiro romance, e em 2015
ganhou o Prêmio Jabuti aos 69 anos de idade.
A mineira filha de dona Joana é
reconhecidamente uma das escritoras mais
importantes do nosso país, suas obras são
verdadeiras aulas sobre identidade e cultura
negra. Além de sua produção literária, Conceição
Evaristo me ensinou que os sonhos são águas
que correm fora do rio do tempo. Afinal de
contas, nunca estaremos atrasadas para nos
tornar quem desejamos ser.
Texto adaptado do site: https://istoe.com.br/mulher/noticia/nunca-etarde-para-nos-tornar-quem-desejamos-ser-o-exemplo-deconceicao-evaristo/, acesso em 20 de julho de 2023.
A classificação da palavra sublinhada
quanto à classe gramatical está INCORRETA
em: