A partir do texto III e considerando o papel histórico desem...
A morte de Iasser Arafat deixou um grande vazio e suscitou diversas interrogações quanto ao futuro do conflito e do processo de paz. Do lado dos palestinos, a morte de um símbolo, do “velho” líder carismático de mais de meio século de resistência, é sentida como o episódio mais recente de um drama interminável: Arafat não conquistou o Estado palestino, e nada parece indicar que os palestinos vão obtê-lo, tanto que estão mais pessimistas do que nunca. Ariel Sharon, por seu lado, afirmava, com a concordância implícita de Washington, que Arafat era um obstáculo à paz; com seu desaparecimento, tanto ele quanto Bush dizem que “alguma coisa” volta a ser possível. Será que ainda é possível acreditar neles?
Tariq Ramadan. Novas estratégias para o Oriente
Médio? In: Folha de S. Paulo, 28/11/2004, p. A39.
Gabarito comentado
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A alternativa correta é a E.
Para compreender esta questão de concurso, é necessário ter um conhecimento básico sobre o contexto histórico e político do Oriente Médio, especialmente em relação ao conflito israelense-palestino e ao papel desempenhado por líderes como Iasser Arafat.
Iasser Arafat foi uma figura central na luta palestina por um Estado próprio. Sua liderança durou mais de meio século, e ele foi visto tanto como um símbolo de resistência quanto, em alguns momentos, como um entrave à paz, dependendo do ponto de vista.
O enunciado questiona o impacto da morte de Arafat e as perspectivas para o processo de paz na região. Vejamos por que a alternativa E é a correta:
E - Para o atual chefe de governo de Israel, a morte de Arafat pode significar a remoção de determinados entraves aos avanços nas negociações de paz na região, perspectiva, aliás, questionada pelo texto.
A alternativa E está correta porque reflete precisamente o conteúdo e a perspectiva apresentados no texto. Ariel Sharon, que era o chefe de governo de Israel na época, via Arafat como um obstáculo à paz. Com a morte de Arafat, Sharon e o presidente dos EUA, George W. Bush, sugeriam que novas possibilidades para o processo de paz poderiam emergir. Porém, o texto também questiona se essa perspectiva é realmente viável, refletindo a desconfiança e o pessimismo entre os palestinos.
Agora, vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:
A - O “grande vazio” a que o texto alude, referindo-se à morte de Arafat, explica-se pela inexistência de candidatos à sucessão do líder recentemente falecido.
Esta alternativa está incorreta porque o "grande vazio" mencionado no texto não se refere à falta de sucessores, mas sim ao impacto simbólico da perda de uma figura carismática e central para a causa palestina.
B - Do princípio ao fim, a trajetória de Arafat pautou-se pela coerência, permanentemente assentada na crença quanto a uma solução politicamente negociada para a questão palestina.
Incorreta. A trajetória de Arafat foi marcada por momentos de negociação e também por episódios de resistência armada, o que demonstra uma abordagem complexa e nem sempre coerente.
C - A longevidade da liderança de Arafat deveu-se, entre outros fatores, à unanimidade do apoio que sempre recebeu das demais lideranças políticas árabes.
Errada. Arafat enfrentou discordâncias e rivalidades no mundo árabe, e seu apoio nunca foi unânime.
D - A eterna desconfiança que nutriu em relação aos governantes israelenses e norte-americanos levou Arafat a recusar-se a qualquer acordo de paz patrocinado por Washington.
Também está incorreta. Arafat participou de várias negociações de paz patrocinadas por Washington, incluindo os Acordos de Oslo.
Espero que esta explicação tenha ajudado a esclarecer a questão e o contexto necessário para entender a resposta correta. Se tiver mais dúvidas ou precisar de mais esclarecimentos, estou à disposição!
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