“Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por qu...

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Q1942583 Português
Atenção: Para responder à questão, considere o texto de Mario Quintana.

Velha história

   Era uma vez um homem que estava pescando, Maria. Até que apanhou um peixinho! Mas o peixinho era tão pequenininho e inocente, e tinha um azulado tão indescritível nas escamas, que o homem ficou com pena. E retirou cuidadosamente o anzol e pincelou com iodo a garganta do coitadinho. Depois guardou-o no bolso traseiro das calças, para que o animalzinho sarasse no quente. E desde então ficaram inseparáveis. Aonde o homem ia, o peixinho o acompanhava a trote, que nem um cachorrinho. Pelas calçadas. Pelos elevadores. Pelo café. Como era tocante vê-los no "17"! – o homem, grave, de preto, com uma das mãos segurando a xícara de fumegante moca, com a outra lendo o jornal, com a outra fumando, com a outra cuidando do peixinho, enquanto este, silencioso e levemente melancólico, tomava laranjada por um canudinho especial...
   Ora, um dia o homem e o peixinho passeavam à margem do rio onde o segundo dos dois fora pescado. E eis que os olhos do primeiro se encheram de lágrimas. E disse o homem ao peixinho:
   “Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!...”
   Dito isso, verteu copioso pranto e, desviando o rosto, atirou o peixinho n’água. E a água fez redemoinho, que foi depois serenando, serenando até que o peixinho morreu afogado...


(Mario Quintana. Eu passarinho. São Paulo: Ática, 2014)
“Não, não me assiste o direito de te guardar comigo. Por que roubar-te por mais tempo ao carinho do teu pai, da tua mãe, dos teus irmãozinhos, da tua tia solteira? Não, não e não! Volta para o seio da tua família. E viva eu cá na terra sempre triste!...” (3º parágrafo)

Ao se transpor o trecho acima para o discurso indireto, os termos sublinhados assumem as seguintes formas:
Alternativas

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Não me assiste - PRESENTE DO INDICATIVO, entao fica na voz indireta: assistia - PRETÉRITO IMPERF. DO INDICATIVO.

Volta : Imperativo, na voz indireta vai pro PRETÉRITO IMPERF. DO SUBJUNTIVO: Voltasse

Disse que não o assistia o direito...

Pediu para que voltasse para o seio da família.

VOLTA tá no imperativo.

Passa pro subjuntiva.

*Disse* que não o assistia o direito.

*Pediu* para que voltasse para o seio da família.

Analisando os trechos sublinhados:

  • "não me assiste" se transforma em "não me assistia" no discurso indireto.
  • "Volta" se transforma em "voltasse".

Portanto, a alternativa que apresenta as formas corretas é:

A: "assistia e voltasse."

  • "Não me assiste" → "não me assistia"
  • "Volta" → "voltasse"

Essas transformações são necessárias para manter a coerência temporal e a perspectiva ao mudar para o discurso indireto.

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