A alternativa que melhor exemplifica o terceiro significado ...
Volto ao dicionário. No segundo sentido, envelhecer é tomar aspecto de velho. Olho a foto de Jacques Lacan, psicanalista francês com o qual trabalhei, e vejo seus cabelos brancos. Só que ele não é velho pelas suas cãs*. A intensidade do olhar evidencia a juventude do homem, que era jovem aos setenta e quatro anos, quando o conheci.
Nos outros sentidos que o dicionário dá, eu também não encontro resposta. No caso dos humanos, não se pode dizer que envelhecer é perder o viço. O homem não é um fruto. Tampouco se pode dizer que é estar em desuso. O homem não é um objeto.
A busca de um esclarecimento, através da língua, se mostra infrutífera. Olho de novo para a foto e me digo que o envelhecimento físico não é suficiente para caracterizar o velho. Me pergunto então por que Lacan não o era com mais de setenta anos, enquanto Francisco envelheceu aos sessenta.
Comparando-se a Picasso, Lacan dizia que não procurava as suas ideias, simplesmente achava. Um belo dia, declarou no seminário: “Eu agora procuro e não acho”. Com esta frase, anunciou que a sua vida começava a acabar.
A juventude de Lacan, como a de Picasso, estava ligada à capacidade de se renovar através do trabalho. Duas vezes por mês, se apresentava em público, diante de mil pessoas, com ideias novas, e, para isso, muito se esforçava.
Lacan foi um exemplo de vida por nunca ter parado de começar. Embora fosse um intelectual, Francisco, ao contrário, considerou, a partir dos sessenta, que já não podia começar nada de novo e não parou de se repetir. Não quis abrir mão de nenhum hábito da juventude. Lamentava o tempo que passa, porém não aceitava este fato e não se detinha nas mudanças do corpo para encontrar soluções de vida.
Só sabia dizer: “Na minha idade é assim”. Foi vítima de uma fantasia arcaica sobre a idade e viveu à contramão do tempo, fazendo de conta que o tempo não passa. Morreu precocemente por não ter sido capaz de entender que, depois de ser natural, a juventude é uma conquista.
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Assertiva D " Nível Hard 3"
Usaremos para o molho primeiramente os tomates mais velhos.
Nos outros sentidos que o dicionário dá, eu também não encontro resposta. No caso dos humanos, não se pode dizer que envelhecer é perder o viço. O homem não é um fruto. Tampouco se pode dizer que é estar em desuso. O homem não é um objeto.
Errei, porém, entendi.
Usaremos para o molho primeiramente os tomates mais velhos.
"No caso dos humanos, não se pode dizer que envelhecer é perder o viço."
Esses dois trechos da questão tem relação, pois dizem que o homem não é um ser que pode ser colocado em desuso e mesmo velho ainda tem sua funcionalidade.
viço
mesmo não conhecendo essa palavra da pra entender quando ela fala de fruto no texto
A questão pede o 3º significado dicionarizado de envelhecer encontrado pela autora.
1º significado: tornar-se velho;
2º significado: tomar aspecto de velho;
3º significado: a autora não revela explicitamente qual seria o terceiro, mas, ao dizer sobre os outros significados encontrados, cita primeiramente aquele que seria o de perder o viço, que segundo ela só caberia às frutas. Pela lógica da enumeração e contiguidade, este seria o 3º significado.
Conforme a lógica da questão, a uníca alternativa que apresenta uma fruta (o tomate é uma fruta), e que poderia perder o viço, é a alternativa D.
Reescrevendo a frase ficaria assim: "Usaremos para o molho primeiramente os tomates que perderam o viço".
Eu entendi que, para um bom molho, tomates mais velhos, ou seja, mais maduros, são os melhores.
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