Tomás de Aquino valoriza a natureza, assim como Aristóteles...
Com relação ao pensamento tomista, assinale a opção correta.
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Alternativa correta: C
Vamos analisar cada alternativa e entender por que a opção C é a correta.
Alternativa C: A forma por excelência do mal é o pecado, que é um mal moral, pois é resultante da sua vontade livre.
Esta alternativa está correta dentro do pensamento tomista. Tomás de Aquino, influenciado pela tradição cristã e pela filosofia aristotélica, vê o mal como uma ausência de bem, e o pecado como um mal moral. O pecado é uma escolha consciente e livre, o que o caracteriza como uma ação moralmente condenável. Tomás enfatiza a importância da vontade livre no cometimento do pecado, o que é um ponto crucial em sua ética.
Alternativa A: A primeira e mais importante via da prova da existência de Deus é a da causa eficiente.
Embora a "causa eficiente" seja uma das cinco vias propostas por Tomás de Aquino para demonstrar a existência de Deus, a questão não está relacionada diretamente a isso. A causa eficiente é apenas uma parte de sua argumentação e não abrange todo o contexto do pensamento tomista em relação ao conhecimento e ao mal.
Alternativa B: A forma substancial é o conteúdo do qual uma coisa é feita.
Esta alternativa está incorreta. No pensamento de Tomás de Aquino, influenciado por Aristóteles, a "forma substancial" não se refere ao material do qual uma coisa é feita, mas sim à essência ou natureza da coisa que lhe confere sua identidade específica. A matéria seria o aspecto físico, enquanto a forma substancial é o que define a coisa em sua totalidade.
Alternativa D: A teoria hilemórfica aristotélica foi recusada pela teoria tomista por não se aplicar à teoria sacramental católica.
Esta afirmação é incorreta. Tomás de Aquino não recusa a teoria hilemórfica de Aristóteles; ao contrário, ele a integra em sua própria filosofia. A teoria hilemórfica, que explica que todos os objetos são compostos de matéria e forma, é essencial para a compreensão tomista do sacramento e da transubstanciação, conceitos fundamentais na teologia católica.
Tomás de Aquino, portanto, utiliza a teoria hilemórfica para explicar como a substância pode mudar em um nível não perceptível, o que é completamente compatível com a teoria sacramental católica.
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Comentários
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Pegadinha da questão "A": a primeira via é a do movimento. Adicionalmente, as cinco vias são complementares, compondo um argumento sinérgico e multifacetado. A melhor explicação que já li das cinco vias está na obra "O homem perante o Infinito", de Mario Ferreira dos Santos.
A letra (a) Está incorreta pois a primeira via é dita como : Motor.
1 motor
2 Causa eficiente
3 contigente necessário
4 Graus de perfeição
5 Finalidade do ser
Assim, podemos afirmar alicerçados em Aquino, que o melhor nome que
identifica o mal para o cristianismo, é o pecado diretamente associado com o mal moral,
pois este mal “se dá no contexto da liberdade e da responsabilidade humanas, como
conseqüência de ações assentadas nos juízos da razão e na anuência da vontade”
(FAITANIN, 2006, p. 109).
O homem livre e responsável, portanto, pode ser motivado pela reta razão
como também pelas paixões desordenadas, já que são suas escolhas e ações que
estabelecem o mal moral. Este mal, por sua vez, ao privar o homem de atingir seu fim
que é a conversão plena a Deus, colocando-o contra o Criador supremo e afastando-o da
presença Beatífica de Deus, deixa seqüelas e feridas abertas na alma humana
(FAITANIN, 2006, p. 109-110).
Ainda neste horizonte do mal moral (que se identifica com o pecado na medida
em que este significa a desobediência que afasta o homem de Deus e o priva do bem
que é gozar da Sua presença), Aquino nos apresenta três tipos de mal.
Primeiramente, o mal moral que priva o homem, por seu livre consentimento,
da ordem ao fim devido, ou seja, dos bens espirituais (graça e glória) e morais (que são
os bens da alma: vida, conhecimento, virtudes, etc.). Este mal lhe causa sofrimento
(FAITANIN, 2006, p. 115).
Em segundo lugar, temos o mal metafísico. Conseqüente e subordinado ao mal
moral é o estado de privação dos bens originários da natureza humana, que são a graça
santificante (que lhe comunicava a filiação divina no estado de inocência) e os dons
preternaturais (isenção da morte, do sofrimento e de desordem da concupiscência). Esse
mal metafísico coloca o homem no estado de incapacidade de chegar, pelos próprios
esforços, à sua plena realização (FAITANIN, 2006, pp. 115-116).
E, por fim, Aquino se refere ao mal físico, que pode ser entendido como
deficiência da matéria (independentemente da vontade humana, mas em conseqüência
do pecado original), ou como decorrência do mal moral (o qual acontece a partir da
vontade humana, o que faz dele um pecado pessoal), ou ainda pela privação de algum
bem físico (e isto causa sofrimento, dor ou incapacidade física, como por exemplo, a
cegueira) (FAITANIN, 2006, p. 116).
Enfim, para santo Tomás, o mal moral, o mal metafísico e o mal físico,
manifestam uma só e sempre mesma conseqüência nefasta e trágica para natureza
humana, qual seja: a da dor, a do sofrimento, e, até mesmo, a implicação da morte
(FAITANIN, 2006, p. 116).
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