Em “A autora retorna à Antiguidade e reflete sobre a Educaçã...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2024
Banca:
Instituto Consulplan
Órgão:
Prefeitura de Nova Iguaçu - RJ
Prova:
Instituto Consulplan - 2024 - Prefeitura de Nova Iguaçu - RJ - Professor I - Língua Portuguesa/ILPT - Incentivo à Leitura e Produção Textual |
Q2494661
Português
Texto associado
A literatura como ferramenta, ontem e hoje
Em seu texto “Literatura, escola e leitura”, Regina Zilberman (2008) propõe uma visita ao percurso histórico da interface
entre literatura e educação. A autora retorna à Antiguidade e reflete sobre a Educação Moral e Social promovida pelas tragédias
gregas e epopeias; à Idade Média, período no qual a literatura era entendida como parte da Gramática, Retórica e Lógica; e ao
Renascimento, em que a literatura era utilizada para o ensino do Grego e do Latim.
Entre os séculos XVII e XVIII, surge o modelo moderno de escola e a educação se torna obrigatória e responsabilidade
dessa instituição. Nesse momento, a literatura segue com propensão educativa, mas de outra natureza, deixando de ter
finalidade ética para privilegiar um caráter linguístico. Em um contexto de consolidação dos Estados Nacionais – isto é, a
centralização do poder político e econômico –, o estudo da literatura nacional passa a compor as propostas pedagógicas da
escola, como maneira de dar força à língua estabelecida como nacional e às ideologias dominantes.
Desde então, o ensino da literatura move-se entre dois objetivos: ajuda a conhecer a norma linguística nacional, de que é
simultaneamente a expressão mais credenciada; e, arranjada segundo um eixo cronológico, responde por uma história que
coincide com a história da região de quem toma o nome e cuja existência acaba por comprovar. (Zilberman, 2008, p. 49.)
Contemporaneamente, parece-nos que a escola não passou incólume por esse processo. No contexto brasileiro, até a
década de 1970, a literatura era entendida como um meio de transmitir a norma culta e incutir valores morais. A partir dessa
década, com a entrada da literatura no então 2º grau, é adotada uma abordagem cronológica e historiográfica, com foco em
características de uma época, e a literatura também passa a ser utilizada para o ensino da língua.
Dessa forma, não é exagero dizer que, em contextos escolares, tradicionalmente, a literatura tem funcionado como uma
espécie de ferramenta ou apoio (Todorov, 2010), que auxilia no ensino da língua e difunde a história do país e do mundo. Além
disso, observa-se uma abordagem calcada na historiografia literária, que busca estabelecer uma série de autores e escolas
literárias, com suas características próprias e engessadas.
Tudo isso nos leva à constatação de que as aulas hoje abordam diversas coisas, mas literatura não é uma delas. Por mais
que essa maneira de ensinar pareça um porto seguro – e é frequentemente apregoada por algumas universidades e livros
didáticos – acreditamos que se trata, na verdade, de uma armadilha, que pode afastar cada vez mais crianças e jovens de um
direito fundamental: o direito à literatura (Candido, 2011).
(Texto – Esdras Soares e Lara Rocha. 07 de agosto de 2023.
Disponível em: <https://www.escrevendoofuturo.org.br/conteudo/revista-digital/artigo/104/a-literatura-os-jovens-e-a-escola-caminhos-para-aleitura-literaria-e-a-formacao-de-leitores. Fragmento.)
Em “A autora retorna à Antiguidade e reflete sobre a Educação Moral e Social promovida pelas tragédias gregas e epopeias;
à Idade Média, período no qual a literatura era entendida como parte da Gramática, Retórica e Lógica; e ao Renascimento,
em que a literatura era utilizada para o ensino do Grego e do Latim.”(1º§), em relação às duas ocorrências de crase pode-se
afirmar que: