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Q583893 Português
Atenção: Considere o texto abaixo para responder à questão.

No Engenho do Pau d’Arco, na Paraíba, nas ruas do Recife e João Pessoa, no início do século XX, cismava, sofria, escrevia poemas, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos.

Augusto dos Anjos vive em um ambiente de decadência, doença e luto. Mas o que desmorona não é apenas sua família: é todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste atingida por transformações econômicas, sociais e políticas.
Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética, o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira. Tanto uma como outra influíram na sua formação, mas a nenhuma delas se filiou.
Na obra de Augusto dos Anjos aparecem, não de maneira eventual, e sim como elemento constitutivo de sua linguagem, alguns traços que caracterizam a nova poesia, a que se convencionou chamar de poesia moderna. Daí a presença, em sua obra, de elementos que o põem adiante de sua época. Mas em que me baseio para afirmar que existe, no poeta do Eu, elementos que antecipam a linguagem moderna da poesia brasileira? Para responder essa questão, devo primeiramente esclarecer o que entendo por “poesia moderna” ou “nova linguagem da poesia”.
Quando a linguagem da poesia desceu ao nível da prosa, o próprio poeta decidiu que habitaria o cotidiano e passou a ver nele não o mundo de que se deve fugir e sim o mundo que se deve transformar. A desmistificação do real implica, naturalmente, a desmistificação da linguagem. A poesia se torna, cada vez mais, o trabalho objetivo do poeta sobre a linguagem, visando exprimir a complexidade desse mundo concreto e dinâmico. Sua “ação” só terá sentido na medida em que sua linguagem não apareça como um discurso vazio a deslizar pela superfície das coisas.
Toda atividade humana é um esforço para superar a contradição sujeito-mundo. A poesia é um modo específico de tentar essa superação infinitamente recomeçada. É, por isso, um discurso deliberadamente desconcertante, que contraria a normalidade.
Para atingi-lo, o poeta moderno lança mão de uma série de recursos que constituem as características de sua nova linguagem: construção sintática inusitada, choque de palavras, enumeração caótica, mistura de formas verbais coloquiais e eruditas, de palavras vulgares com palavras “poéticas”, etc. Alguns desses recursos foram utilizados por Augusto dos Anjos.

(Adaptado de: GULLAR, Ferreira. Disponível em: jornal-daparaiba.com.br/euaugusto)
Mantendo-se a correção, uma redação alternativa para um segmento do texto está em:
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Comentários

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a)

No início do século XX, no Engenho do Pau d'Arco, na Paraíba e nas ruas do Recife e João Pessoa, um homem jovem, magro e taciturno, que se tornaria conhecido na história da literatura brasileira pelo nome de Augusto dos Anjos, cismava, sofria e escrevia poemas. --> CORRETO

 b)

O Parnasianismo e o Simbolismo cujas tendências atuavam na poesia brasileira no momento em que Augusto dos Anjos inventava os instrumentos de sua expressão poética, que influíram na sua formação. --> INVENTAVAM... TEM QUE CONCORDAR COM OS SUJEITOS

 c)

A poesia, um modo específico de tentar a superação, infinitamente recomeçada de toda atividade humana, no qual o esforço de superar a contradição sujeito-mundo torna-se, por esse motivo, discursos desconcertantes, contrários a normalidade.--> FRASE MUITO MAS MUITO CONFUSA

 d)

Confinado a decadência, doença e luto, transformações econômicas, sociais e políticas que atingem todo um amplo setor da classe latifundiária do Nordeste, destrói o ambiente em que vive Augusto dos Anjos.--> CONFINADO AO BOI. CONFINADO À DECADENCIA. TEM-SE QUE TER CRASE!!! CARAI

 e)

Considerando-se que ao nível da prosa desceu à linguagem da poesia, tem-se que o próprio poeta, decidido a habitar o cotidiano, que continha em si o mundo que deveria transformar, mas não o mundo pelo qual se deve fugir-> .QUEM FOGE FOGE DE ALGUMA COISA


NAO DESISTAM

Não entendi o erro da letra B. 

Augusto dos Anjos não é o sujeito? Augusto dos Anjos inventava os instrumentos / os instrumentos não seria o objeto direto?

O erro da letra B ao meu ver fica por conta do segundo verbo, pois Augusto dos anjos INVENTAVA os instrumentos de sua expressão poética, que INFLUIRIAM na sua formação.

A letra B traz erros traz erros em relação ao original:

Texto original: Na época em que Augusto forjava os instrumentos de sua expressão poética, o Parnasianismo e o Simbolismo eram as tendências atuantes na poesia brasileira. Tanto uma como outra influíram na sua formação, mas a nenhuma delas se filiou.

Letra B: O Parnasianismo e o Simbolismo cujas tendências atuavam na poesia brasileira no momento em que Augusto dos Anjos inventava os instrumentos de sua expressão poética, que influíram na sua formação (muda o sentido do texto, pois traz interpretação que "os instrumentos de sua expressão poética" influiu na sua formação, quando na verdade os elementos que influíram foram: as tendências do Parnasianismo e do Simbolismo.)

 Segundo ponto: Ainda que uma interpretação bem "diferente" entenda que o trecho "que influíram na sua formação" se refira Ao Parnasianismo e ao Simbolismo, ainda estaria errada, pois se decidiu pôr a vírgula antes do pronome "que", necessariamente deveria ter posto antes do trecho "...no momento".

Terceiro ponto: os elementos que influíram, no texto original, foram "as tendências do Parnasianismo e do Simbolismo" e não o Parnasianismo e o Simbolismo.

Acho que já temos elementos suficientes para considerar a B incorreta.

Espero ter ajudado.

Acho que além da crase na letra D em Confinado à Decadência, a palavra luto exige o A(Preposição) e O ( Artigo) . Então acho que deveria ser: Confinado à decadência, à doença e ao luto. 

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