Uma paciente de 50 anos de idade comparece a consulta médic...
Uma paciente de 50 anos de idade comparece a consulta médica em razão da queixa de epigastralgia. Refere dor intensa, recorrente nos últimos três meses, em região do estômago e nega vômitos. Relata saciedade precoce, nega perda de peso, sangramentos e uso de anti-inflamatórios (AINES) ou outros medicamentos de forma regular. O médico questiona acerca do uso de ácido acetilsalicílico (AAS), e a paciente então relata que faz uso por conta própria (porque leu, em uma matéria, que era importante prevenir o infarto causado pelo Coronavírus). Iniciou uso de AAS há 60 dias. Relata que teve um quadro parecido (dor no estômago) há pouco mais de um ano, quando terminou um relacionamento. Dessa vez, percebeu que a dor iniciou após a pandemia de Covid-19 e, por causa de todas as inseguranças que a pandemia lhe trouxe, tem se sentido muito angustiada. Na história familiar, informa que uma tia materna faleceu de câncer gástrico. Ao exame físico, a paciente está corada, hidratada, eupneica, afebril, anictérica e acianótica. Verificaram-se PA = 120 mmHg x 80 mmHg, FC = 80 bpm, FR = 18 ipm e SatO2 em torno de 97% em ar ambiente. O abdome está flácido, discretamente doloroso à palpação profunda em epigástrio. Pode-se concluir que o exame físico da paciente é normal, exceto pela dor à palpação em região do epigástrio.
Considerando esse caso clínico e os conhecimentos médicos correlatos, julgue o item a seguir.
Uma excelente decisão terapêutica seria orientar a suspensão do uso de AAS e a prescrição de omeprazol 20 mg/dia durante quatro semanas, com agendamento de retorno após esse período, para avaliar a resposta ao tratamento.
Gabarito comentado
Confira o gabarito comentado por um dos nossos professores
Tema central da questão: A questão centra-se em um caso clínico de Gastroenterologia, em que o foco é a avaliação e manejo de dor epigástrica associada ao uso de ácido acetilsalicílico (AAS). Para resolvê-la, é essencial compreender os efeitos do AAS no trato gastrointestinal, o papel dos inibidores da bomba de prótons, como o omeprazol, e a importância de avaliar o histórico clínico e familiar.
Alternativa correta: C - certo
A alternativa correta é "C" porque a proposta terapêutica apresentada é apropriada para o quadro clínico descrito. A paciente apresenta dor epigástrica, que pode estar associada ao uso de AAS, uma vez que este medicamento pode causar irritação gastrointestinal, levando a sintomas como os da paciente. A suspensão do AAS é uma medida inicial prudente para verificar se a dor está relacionada ao seu uso.
A prescrição de omeprazol 20 mg/dia por quatro semanas é uma abordagem comum para tratar sintomas de dispepsia e proteger a mucosa gástrica, especialmente em situações de uso de medicamentos que possam irritar o estômago. Omeprazol é um inibidor da bomba de prótons que reduz a produção de ácido no estômago, dando tempo para a mucosa gástrica se recuperar.
Além disso, o agendamento de retorno após o tratamento permite ao médico avaliar a eficácia da terapêutica e ajustar o plano de manejo se necessário.
Justificativa para as alternativas:
Alternativa E - errado: Seria incorreto não abordar o uso do AAS e a terapêutica gástrica. Ignorar a relação entre o AAS e os sintomas ou não utilizar o omeprazol deixaria de tratar a possível causa da dor e a proteção gástrica necessária.
Conclusão: A orientação de suspensão do AAS e uso de omeprazol é uma decisão bem fundamentada, considerando os sintomas e histórico da paciente, assim como práticas médicas reconhecidas para esses casos.
Gostou do comentário? Deixe sua avaliação aqui embaixo!
Clique para visualizar este gabarito
Visualize o gabarito desta questão clicando no botão abaixo
Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
Clique para visualizar este comentário
Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo