Em relação à interpretação do texto, pode-se afirmar que:
Leia o relato a seguir, escrito por Clarice Lispector, para responder às próximas questões.
“Quem nunca roubou não vai me entender. Eu, em pequena, roubava pitangas. Havia uma igreja presbiteriana perto de casa, rodeada por uma sebe verde, alta e tão densa que impossibilitava a visão da igreja. A sebe era de pitangueira. Mas pitangas são frutas que se escondem: eu não via nenhuma. Então, olhando antes para os lados para ver se ninguém vinha, eu metia a mão por entre as grades, mergulhava-a dentro da sebe e começava a apalpar até meus dedos sentirem o úmido da frutinha. Muitas vezes na minha pressa, eu esmagava uma pitanga madura demais com os dedos que ficavam como ensanguentados. Nunca ninguém soube. Não me arrependo: ladrão de pitangas tem cem anos de perdão”.
(Com adaptações)
Em relação à interpretação do texto, pode-se afirmar que:
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Para responder à questão, precisamos focar na interpretação de texto. O texto apresentado é um relato de Clarice Lispector, que descreve sua experiência na infância ao roubar pitangas de uma sebe próxima à igreja. Vamos analisar cada alternativa para determinar a correta.
Alternativa A - trata-se de um relato autobiográfico, de teor confessional.
Essa é a alternativa correta. O texto é um relato em primeira pessoa, o que sugere um tom autobiográfico, onde a autora compartilha uma experiência pessoal de sua infância. A expressão "Eu, em pequena, roubava pitangas" indica que se trata de um episódio real vivenciado por ela, caracterizando o teor confessional.
Alternativa B - está estruturado em forma poética e com temática ficcional.
Esta alternativa está incorreta. O texto não está estruturado em forma poética, nem apresenta uma temática ficcional, pois Clarice Lispector narra uma experiência que ela própria viveu, e a linguagem utilizada é prosaica e descritiva.
Alternativa C - se compõe de uma reflexão íntima, carregada de culpa e lamentação.
Também está errada. Embora o texto tenha um tom íntimo, não há evidências de culpa e lamentação. Pelo contrário, a autora afirma que "não se arrepende", desmentindo a ideia de culpa ou arrependimento.
Alternativa D - a autora parte do seu passado para denunciar o comportamento de outros.
Esta alternativa é incorreta porque o texto não tem um tom de denúncia. Clarice Lispector fala de uma experiência individual e não menciona ou critica o comportamento de outras pessoas.
Ao analisar as alternativas, a compreensão do texto e a identificação do tom e da intenção da autora são essenciais. A leitura atenta e o destaque de palavras-chave, como "eu" e "nunca", ajudam a identificar o caráter pessoal e experiencial do relato.
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