A formação sócio-histórica brasileira é profundamente marca...

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Q1922484 Serviço Social

A formação sócio-histórica brasileira é profundamente marcada por um padrão de alternância do poder, do qual a classe trabalhadora sempre foi alijada, seja em função das pactuações feitas pelo alto ou em decorrência das experiências ditatoriais.

A marca política particular da burguesia brasileira que justifica essa tendência histórica é a  

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Gab C. Netto é o autor que traz bastante este termo. A autocracia burguesa

LETRA C

A autocracia burguesa é um termo criado pelo sociólogo Florestan Fernandes para explicar e criticar a estrutura social brasileira. Segundo ele, o Estado brasileiro em seu desenvolvimento no capitalismo periférico, desde o início do século XX, atua como uma falsa democracia. Apenas os interesses da burguesia assumem o plano das decisões políticas.

Assim, as demandas da classe trabalhadora são descartadas e seus representantes cooptados, ou seja, levados a agir em conformidade com os interesses da burguesia.

Desse modo, a burguesia concentra, em si, todo o poder político. Seus interesses são defendidos em todas as esferas do poder (executivo, legislativo e judiciário).

Para Florestan Fernandes, caracterizaria a estrutura de um Estado autocrático e impediria a realização de uma democracia efetiva.

Gabarito: C

Tendência histórica brasileira é a :

- Meritocracia: é um sistema social no qual o sucesso do indivíduo depende principalmente dos resultados apresentados por ele.

- Democracia: é definida, desde a antiga Grécia, como “governo do povo”, ou “governo popular”.

- Autocracia: forma de governo autoritária em que o governo é controlado por uma pessoa chamada de autocrata. Nesse tipo de governo, as ações do Estado são ditadas pelos interesses e pelas vontades do autocrata.

- Tecnocracia: um sistema social em que o poder político e a gestão da sociedade, em seus diversos aspectos, encontra-se na mão de especialistas, técnicos e cientistas.

O golpe de Estado de 1964 obrigou-me a procurar uma explicação sociológica que suplantasse a visão tradicional e conciliadora da formação e desenvolvimento da sociedade brasileira, forjada e mantida pelas elites intelectuais das classes dominantes (no passado e no presente). [...] Não se tratava, apenas, de defender a “liberdade” e a “democracia”. Porém, de pôr em evidência que a sociedade de classes engendrada pelo capitalismo na periferia é incompatível com a universalidade dos direitos humanos: ela desemboca em uma democracia restrita e em um Estado autocrático burguês, pelos quais a transformação capitalista se completa apenas em benefício de uma reduzida minoria privilegiada e dos interesses estrangeiros com os quais se articula institucionalmente. (FERNANDES, 2011, p. 116-118, grifo do autor).

No caso brasileiro, a revolução burguesa conjugou a dimensão autocrática da dominação, através do particularismo e do conservadorismo sociocultural e político entranhado nas elites burguesas, com a conformação de uma economia capitalista satélite. Por isso mesmo, o capitalismo dependente e subdesenvolvido é um capitalismo selvagem e difícil, cuja viabilidade se decide, com frequência, por meios políticos e no terreno político (FERNANDES, 2005).

Carvalho, K.. (2021). Autocracia burguesa e a práxis revolucionária de Florestan Fernandes. Revista Katálysis, 24(1), 109–118. https://doi.org/10.1590/1982-0259.2021.e74976

Lembrei da aula de 2016 na faculdade sobre a autocracia burguesa, nunca mais esqueci.

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