Com relação ao estudo STICH (Surgical Treatment for Ischemic...

Vamos analisar a questão sobre o estudo STICH, que investigou o tratamento cirúrgico para insuficiência cardíaca isquêmica. O estudo é importante porque traz informações sobre como avaliar a viabilidade miocárdica, ou seja, a capacidade do músculo cardíaco de se recuperar após um evento isquêmico, como um infarto.

Alternativa correta: E - errado

Os alunos precisam entender que o conceito de viabilidade miocárdica refere-se à presença de tecido cardíaco que ainda pode recuperar sua função após ser devidamente reperfundido. O estudo STICH investigou se a cirurgia de revascularização do miocárdio melhoraria os resultados em pacientes com insuficiência cardíaca isquêmica.

A afirmação do enunciado sugere que pacientes com viabilidade miocárdica tiveram melhora significativa na fração de ejeção do ventrículo esquerdo (FEVE) e menor mortalidade em longo prazo. No entanto, a resposta correta é "E - errado" porque o estudo STICH mostrou que a presença de viabilidade miocárdica não foi associada a diferenças significativas em termos de melhora da FEVE e mortalidade em longo prazo entre pacientes que passaram pela cirurgia.

Analisando as alternativas:

C - certo: Esta alternativa estaria correta se o estudo STICH tivesse demonstrado que a viabilidade miocárdica estava diretamente ligada à melhora significativa dos desfechos clínicos mencionados. No entanto, os achados do estudo não suportam essa conclusão.

E - errado: Esta é a alternativa correta porque o estudo não encontrou evidências suficientes de que a viabilidade miocárdica promoveu melhores resultados na FEVE e na mortalidade em longo prazo, contrariando o que o enunciado sugere.

Dica de interpretação: Quando encontrar questões sobre estudos clínicos, busque entender qual foi a hipótese testada e os resultados principais. Além disso, lembre-se de que, muitas vezes, os estudos revelam dados que não correspondem diretamente ao que se espera intuitivamente. Esteja atento a esses detalhes no texto.

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• No estudo STICH - dos 1.212 pacientes originalmente randomizados, metade (n=601; 49,6%) realizou testes de viabilidade miocárdica usando cintilografia ou ecocardiografia com dobutamina (ou ambos).
• Nessa coorte, a mortalidade foi menor nos pacientes revascularizados (HR 0,73; IC95% 0,60 – 0,90).
• 81% dos pacientes tinham miocárdio viável.
• Não houve diferença na mortalidade de pacientes com ou sem viabilidade miocárdica.
• A cirurgia de revascularização não foi mais eficaz para pacientes com viabilidade do que naqueles sem viabilidade (o que torna o item INCORRETO)
• A FE aumentou aproximadamente 2% (absoluto) nos indivíduos com viabilidade, independente da estratégia terapêutica, sem correlação com mortalidade.

A despeito dos resultados, deve-se ter cautela com teste de interações em grupos relativamente pequenos. Muitas vezes, essas análises são geradoras de hipóteses, que precisariam ser testadas em estudos maiores. Além disso, como foi realizado entre 2002 e 2007, a ressonância cardíaca, hoje padrão-ouro para avaliar viabilidade, não estava amplamente disponível. Por outro lado, isso ainda reflete a realidade brasileira, cuja maioria da população ainda não tem acesso a RM do coração por meio do SUS.