No período “Comprou coisas que não duram nem podem ser exib...
O que uma pessoa compra dá uma boa noção de como ela vive. No caso do chef, tudo o que ele comprou foi para o consumo em família, para presentear um amigo e sair com a mulher.
Comprou coisas que não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.
[...]
Mas, na sociedade de consumo, vivemos para sermos felizes por meio do que adquirimos. Paradoxalmente, por meio daquilo que descartamos.
A aquisição de mercadorias satisfaz nossos desejos e providencia nossa felicidade. Mas os desejos são inesgotáveis. Brotam de todo contato que temos com o que existe no mundo. Um dá lugar a outro, e satisfazê-los é tarefa impossível.
Como as mercadorias são produzidas com a finalidade primeira de serem compradas, a sociedade de consumo precisa permanentemente provocar nossa insatisfação com o que temos e atiçar nosso desejo pelo que ainda não temos. Toda propaganda de alguma mercadoria sugere, subliminarmente, que aquela que temos está ultrapassada e não pode nos oferecer o que a nova poderá. Não comprá-la é ficar em falta com nós mesmos e não pertencer ao círculo especial dos que já a adquiriram.
Enredados nesse modo-contínuo de insatisfação/ descarte/consumo, compreendemos a máxima da vida: sempre seremos felizes por pouco tempo.
Toda suposta felicidade antecipa uma infelicidade. E, enquanto saltamos de uma infelicidade a outra, a almejada felicidade passa a ser um breve intervalo, sempre imperceptível.
A felicidade, substituída pela satisfação de desejos nunca aplacáveis, jamais é experimentada. O que nos resta é a ansiedade da felicidade.
As compras do chef francês sugerem que ele se desvia dessa sedução consumista. Fruir, mais do que ter. E não apenas o sabor do foie gras ou dos cogumelos, mas o prazer de repartir com amigos e familiares pequenos prazeres. Celebração e simplicidade.
Comentários
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Gab : C
o QUE na questão desempenha a função sintática de sujeito da oração.
“Comprou coisas que(ELE ESTA RETOMANDO COISAS, COISAS É O SUJEITO, LOGO O QUE EXERCE A FUNÇÃO DE SUIJEITO) não duram nem podem ser exibidas, mas podem tornar a relação entre as pessoas próximas a ele mais agradável e apetitosa.”
A questão quer saber qual melhor explicação define o "que" da oração abaixo. Vejamos:
“Comprou coisas que não duram..."
a) Sintetiza o termo a que se refere.
Incorreta. Não tem função de resumir, sintetizar o termo anterior, na verdade retoma o termo anterior.
b) Implica em sustentação da negação empregada a seguir.
Incorreta. O pronome relativo não funciona como termo catafórico e sim anafórico.
c) Desempenha a função sintática de sujeito na oração em que se insere.
Correta. Vejam que se perguntar ao verbo, quem não duram? Coisas.
Coisas está sendo retomado pelo pronome relativo 'Que" assim exercendo a função de sujeito do verbo durar.
“Comprou coisas/ COISAS não duram
d) Tem o mesmo referente indicado pelo termo “ele”, promovendo a coerência textual.
Incorreta. O pronome "ele" está se referindo a Patrick Terrien. Já por outro lado, o pronome relativo "que" está retomando "coisas".
GABARITO: C
"Coisas" seria objeto direto do verbo comprar. O sujeito é oculto (eu). Essa questão está equivocada.
Passo 1) Isole a oração contendo o "que":
= que não duram
Passo 2) Remonte a frase inserindo o termo ao qual o "que" se refere e de modo que faça sentido:
= coisas não duram
Passo 3) Faça a análise sintática e veja a função do termo que o "que" retomou
= coisas = sujeito dessa oração (iniciada pelo que)
Logo...
que = sujeito
Assertiva C
o vocábulo “que”: Desempenha a função sintática de sujeito na oração em que se insere.
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