O uso concomitante de tamoxifeno, utilizado no tratamento d...

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Q1674887 Farmácia
Uma paciente de 38 anos de idade, casada, com duas filhas, nota alterações na pele e no formato da própria mama direita e, ao apalpá-la, sente um caroço. Está há cerca de dois anos sem realizar acompanhamento médico, alegando falta de tempo. Faz uso de antidepressivo paroxetina há cerca de quatro anos, porém não se consulta com psiquiatra regularmente. A mãe faleceu de câncer de ovário há cerca de cinco anos. Procura orientação médica e, após realizar exames, é diagnosticada com carcinoma de mama invasivo, positivo para receptores hormonais (RH) e receptor do fator de crescimento epidérmico humano 2 (HER-2).

Acerca desse caso clínico e com base nos conhecimentos correlatos, julgue os itens a seguir. 
O uso concomitante de tamoxifeno, utilizado no tratamento de câncer de mama positivo para receptores estrógenos, em associação a alguns antidepressivos pode resultar em interações medicamentosas que comprometem a eficácia do tratamento. Por esse motivo, faz-se imprescindível a avaliação do farmacêutico clínico em oncologia.
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A alternativa C está correta.

O tema central desta questão é a interação medicamentosa entre o tamoxifeno, utilizado no tratamento de câncer de mama positivo para receptores hormonais, e antidepressivos como a paroxetina. O tamoxifeno é um modulador seletivo dos receptores de estrogênio, utilizado em casos de câncer de mama positivos para receptores hormonais (RH+). Ele é um medicamento crucial em terapias hormonais, pois bloqueia os efeitos do estrogênio nas células mamárias, o que ajuda a impedir o crescimento do câncer.

No entanto, o tamoxifeno precisa ser metabolizado no fígado pelo sistema de enzimas do citocromo P450, especificamente a enzima CYP2D6, para se converter em seus metabólitos ativos. A paroxetina, um inibidor seletivo da recaptação da serotonina (ISRS) utilizado no tratamento da depressão, é um potente inibidor da mesma enzima CYP2D6. Quando administrados concomitantemente, a paroxetina pode reduzir a conversão do tamoxifeno em sua forma ativa, diminuindo a eficácia do tratamento do câncer.

Assim, a presença de uma interação medicamentosa potencialmente negativa entre o tamoxifeno e a paroxetina justifica a necessidade da avaliação por um farmacêutico clínico em oncologia, que pode recomendar alternativas que minimizem esse risco.

As alternativas incorretas não estão presentes, pois a questão apenas apresenta um item a ser julgado como certo ou errado, sendo a alternativa correta aquela que reconhece a importância de se considerar essa interação medicamentosa no tratamento da paciente.

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Comentários

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A interação entre Tamoxifeno e antidepressivos ocorre principalmente entre os ISRS (Inibidores Seletivos da Recaptação de Serotonina).

Os ISRS são inibidores enzimáticos - inibem CYP2D6, que é responsável por metabolizar Tamoxifeno (pró-fármaco) em metabólito ativo endoxifeno.

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