“Meu Guia de Ruas Mapograf sempre estava a postos, mas raram...

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Será que inteligência artificial irá emburrecer as pessoas?


     Quando iniciei minha trajetória profissional como vendedor, no início dos anos 90, adquiri, por dever do ofício, uma incrível capacidade de memorizar a localização de ruas e caminhos. Meu Guia de Ruas Mapograf sempre estava a postos, mas raramente recorria ao diretório. Recordei dessa experiência recentemente quando fui abordado no trânsito por um jovem, desnorteado, que me pediu ajuda para encontrar uma rua localizada a poucas quadras de onde estávamos, pois a bateria de seu celular tinha acabado e ele não conseguia acessar o Waze.

     Nesse momento me dei conta que há uma geração inteira que aprendeu a se locomover na “Era do Waze”. Essa turma não tem em seu repertório o recurso de se dirigir ao posto de gasolina mais próximo para obter informações de trânsito, já que a tecnologia se transformou em um de seus melhores amigos. Confesso que minha capacidade de me locomover autonomamente pelas ruas de São Paulo também ficou comprometida, pois é muito mais fácil recorrer à tecnologia que está sempre à mão – literalmente.

     As maravilhas das novas tecnologias nos deixam estupefatos e mudam nossa rotina. A bola da vez agora é a inteligência artificial generativa. É ou não está se transformando em meu melhor amigo, pois tem todas as respostas na ponta da língua (ou da tela?).

     Recentemente, o Google informou que o Bard, sua aplicação de inteligência artificial, está testando uma funcionalidade em que interpreta um texto complexo, transforma seus principais pontos em tópicos e extrai as principais perguntas que o conteúdo endereça. É ou não é outra maravilha da modernidade? Não precisarei mais interpretar textos complexos nem refletir sobre as principais lições. Tudo virá “mastigadinho”. Que espetáculo, não é? Só que não. Não estamos nos dando conta que essa é uma das facetas da ambiguidade da contemporaneidade: ao mesmo tempo em que a tecnologia facilita o acesso ao conhecimento, ela pode atrofiar nossa capacidade cognitiva.

     Contextualizando essa visão, cognição é o processo de construção do conhecimento, que todo ser humano utiliza, e nossa capacidade cognitiva é o veículo para que ela aconteça. De forma bastante simplificada, o cérebro recorre a essa capacidade para memorizar, raciocinar, ler e, sobretudo, aprender. Ou seja, o comprometimento da capacidade cognitiva resulta em um impacto determinante na habilidade de aprendizagem do indivíduo.

     No livro “Liderança Disruptiva”, que escrevi a quatro mãos com José Salibi Neto, definimos, como fruto de nossos estudos, que uma das competências centrais que todo líder deve desenvolver é a sua capacidade de conexão. Para tangibilizar essa tese criamos a alcunha do “Líder Conector”, cujo representante mais emblemático é Steve Jobs.

     O fundador da Apple se autodenominava como o CIO de sua empresa: o Chief Integration Officer, algo como o chefe da integração da companhia. Um dos seus discursos mais célebres foi realizado para formandos da Universidade de Stanford e tem como título a expressão “Connecting the Dots” (algo como “Ligando os Pontos”).

     A dinâmica que justifica essa competência está relacionada a um ambiente cada vez mais multifacetado, complexo e interdependente. Nesse contexto, a capacidade de adotar uma visão sistêmica, que permite conectar os principais agentes, recursos e competências de um ecossistema, é um dos imperativos para que o indivíduo obtenha sucesso. E essa competência está intimamente relacionada à capacidade cognitiva do indivíduo.

     Então, observe a alarmante ameaça com a qual nos defrontamos. O ambiente requer cada vez mais pessoas que tenham a capacidade de lidar com demandas complexas e de gerar respostas originais e criativas. Por outro lado, corremos o risco de termos seres autômatos, que perderam sua capacidade de desenvolvimento cognitivo por não precisarem mais raciocinar em profundidade rotineiramente.

     Ao longo das últimas décadas, inúmeras promessas das tecnologias, como o maior empoderamento do ser humano, o aumento da inteligência coletiva e a democratização da informação, dentre outras, foram caindo por terra, uma a uma, devido à profunda inabilidade de utilizarmos os novos recursos em prol do incremento do potencial de cada indivíduo. Será que estamos diante de mais uma falácia e a inteligência artificial resultará em um maior emburrecimento do ser humano? Só o tempo e o próprio ser humano responderão a essa indagação.


(Sandro Magaldi. Disponível em: https://www.gazetadopovo.com.br/. Acesso em: 09/11/2023.)
Meu Guia de Ruas Mapograf sempre estava a postos, mas raramente recorria ao diretório.” (1º§) Sobre esse trecho, é correto afirmar que:
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B

Orações coordenadas entre si, por definição, não possuem correlação de dependência, e cada uma contém sentido individual. A conjunção coordenativa liga elementos que possuem a mesma função sintática e morfológica ou orações coordenadas.

#TROPAOBA

Ao vermos o conceito de orações coordenadas, sabemos que são dotadas de INDEPENDÊNCIA SINTÁTICA, portanto, o único elo na oração é o síndeto (conjunção).

A afirmativa correta é a opção B: "As orações estabelecem entre si uma relação independente e estão ligadas por uma conjunção."

No trecho fornecido, há duas orações separadas pela conjunção "mas". Essas orações, "Meu Guia de Ruas Mapograf sempre estava a postos" e "raramente recorria ao diretório", estabelecem entre si uma relação de contraste, mas são independentes uma da outra. Elas não são formadas por uma oração principal e uma subordinada, mas sim por duas orações independentes ligadas por uma conjunção coordenativa adversativa.

Uma oração independente, também conhecida como oração coordenada, é uma unidade gramatical completa que pode funcionar por si só como uma frase completa. Ela geralmente possui um sujeito e um predicado e pode expressar uma ideia completa. Aqui estão algumas características que podem ajudar na identificação de uma oração independente:

  1. Possui um sujeito e um predicado: Uma oração independente contém tanto um sujeito quanto um predicado, que são os elementos essenciais para formar uma frase gramaticalmente completa. O sujeito é quem ou o que realiza a ação, enquanto o predicado expressa a ação ou o estado do sujeito.
  2. Pode ser uma frase completa: Uma oração independente pode, por si só, formar uma frase completa e coerente que expressa uma ideia completa.
  3. Pode ser separada por pontuação: Geralmente, orações independentes podem ser separadas por pontuação, como vírgulas ou ponto final, e ainda fazer sentido por si só. Por exemplo: "Eu gosto de ler, ela prefere assistir filmes." Aqui, "Eu gosto de ler" e "ela prefere assistir filmes" são ambas orações independentes separadas por uma vírgula.
  4. Pode ser introduzida por uma conjunção coordenativa: Orações independentes frequentemente são introduzidas por conjunções coordenativas como "e", "mas", "ou", "porém", entre outras, para estabelecer uma relação entre elas. Por exemplo: "Eu gosto de nadar e ela prefere correr." Aqui, "Eu gosto de nadar" e "ela prefere correr" são ambas orações independentes conectadas pela conjunção "e".
  5. Pode iniciar uma frase: Muitas vezes, uma oração independente pode iniciar uma frase e ser seguida por outras orações independentes ou dependentes. Por exemplo: "Ele chegou cedo. Ela estava esperando por ele."

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