Quanto aos sinais de pontuação empregados no texto, é corret...
Se você visitar o Parque Provincial de Algonquin, em Ontário, Canadá, poderá ouvir os uivos solitários dos lobos e, com um pouco de sorte, observará ao menos de relance uma alcateia correndo, ao longe, através da floresta. Mas quando chegar em casa todo contente por ter avistado aqueles animais, qual a espécie de lobo você dirá ter encontrado? Se for tirar a dúvida com dois ou três cientistas, talvez ouça diferentes respostas. Pode até acontecer de um deles ficar em dúvida e lhe dizer que se trata dessa ou daquela espécie.
É surpreendente ver o quanto os cientistas vêm debatendo para chegar a um consenso sobre algo tão simples e decidir se esse ou aquele grupo de organismos constitui ou não uma espécie. Talvez isso se deva ao latim, que deu nomes às espécies, carregados de uma certeza absoluta, levando o público a pensar que as regras são muito simples.
Charles Darwin se divertia com essa questão. "É engraçado ver como diferentes ideias se manifestam nas diferentes mentes dos naturalistas, quando eles falam em 'espécies' ", escreveu em 1856. "Tudo isso resulta da tentativa de definir o indefinível." As espécies, de acordo com Darwin, nunca foram entidades fixas que surgiram quando da criação. Elas evoluíram. Cada grupo de organismos que chamamos de espécie surgiu como uma variedade a partir de espécies mais antigas. Com o passar do tempo, a seleção natural os transformou, enquanto se adaptavam ao ambiente. Entretanto outras variedades se tornaram extintas. Uma variedade antiga, no final, torna-se completamente diferente de todos os outros organismos - e isso é o que entendemos como uma espécie em si. "Eu vejo o termo 'espécie' como um conceito arbitrário, cunhado apenas por mera conveniência, para designar um grupo de indivíduos muito semelhantes entre si", disse Darwin.
(Fragmento adaptado de Carl Zimmer, Scientific American Brasil, edição 111, agosto de 2011, http://www2.uol.com.br/sciam/aula_aberta/o_ que_e_uma_especie_html)
Gabarito comentado
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Tema central da questão: A questão aborda a pontuação no texto, especificamente o uso de vírgulas, travessões e pontos. Compreender o papel de cada sinal de pontuação e como eles afetam o sentido e a correção das frases é essencial para resolver essa questão. O aluno precisa saber identificar a função da vírgula em orações subordinadas, o uso do travessão em frases explicativas e a importância do ponto final em encerrar ideias.
Alternativa correta: A - Em “Talvez isso se deva ao latim, que deu nomes às espécies, carregados de uma certeza absoluta”, a retirada da primeira vírgula implicaria prejuízo para o sentido e a correção da frase.
Justificativa: A vírgula após "latim" é fundamental pois separa a oração principal "Talvez isso se deva ao latim" da oração subordinada adjetiva explicativa "que deu nomes às espécies, carregados de uma certeza absoluta". A retirada dessa vírgula confundiria o leitor, comprometendo a clareza e a correta interpretação do período.
Análise das alternativas incorretas:
B - Em “Uma variedade antiga, no final, torna-se completamente diferente de todos os outros organismos” - e isso é o que entendemos como uma espécie em si, o travessão poderia ser substituído por dois-pontos sem prejuízo para o sentido da frase.
Motivo da incorreção: Embora o travessão e os dois-pontos possam, em alguns casos, ser intercambiáveis, aqui o travessão é usado para introduzir um comentário adicional ou uma explicação, mantendo a fluidez da frase. Substituí-lo por dois-pontos mudaria a estrutura e possivelmente o tom da frase.
C - Em “Charles Darwin se divertia com essa questão. 'É engraçado (...)'”, a substituição do ponto final por dois-pontos implicaria prejuízo para o sentido e a correção do segmento.
Motivo da incorreção: O ponto final é necessário para encerrar a ideia sobre Darwin antes de introduzir a citação. O uso de dois-pontos, nesse caso, é uma alternativa correta quando queremos apresentar uma citação diretamente relacionada à afirmação, mas não comprometeria a correção gramatical.
D - Em “É engraçado ver como diferentes ideias se manifestam nas diferentes mentes dos naturalistas, quando eles falam em 'espécies'”, a retirada da vírgula implicaria prejuízo para o sentido da frase.
Motivo da incorreção: Neste caso, a vírgula antes de "quando" não é obrigatória. A frase manteria seu sentido e correção gramatical sem essa vírgula, uma vez que não separa elementos que precisem de uma pausa clara.
Conclusão: Compreender o uso correto dos sinais de pontuação é crucial para interpretar e construir frases de forma clara e precisa. A prática constante ajudará a melhorar a habilidade de reconhecer esses detalhes.
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