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Q186846 Educação Física
No ensino dos conteúdos, durante as aulas de Educação Física, há sempre valores morais em jogo, tais como: a justiça e a injustiça, o certo e o errado, a solidariedade e o egoísmo, o respeito e o desrespeito, dentre outros. Portanto, ensinar um determinado movimento, habilidade ou fundamento dentro do contexto de um conteúdo específico de ensino, é, antes de tudo, ensinar regras de comportamento e de convivência social. Para Piaget (1994), a evolução da prática e da consciência da regra abrange três fases que seguem a seguinte ordem de desenvolvimento:
Alternativas

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A alternativa correta é a D - anomia, heteronomia e autonomia.

Vamos entender por que essa é a resposta correta e quais são os conceitos envolvidos:

O tema da questão aborda a importância dos valores morais e das regras de comportamento no ensino da Educação Física. Esses valores são frequentemente explorados durante as aulas, onde a justiça, o respeito, a solidariedade, entre outros, são ensinados juntamente com habilidades e movimentos específicos. A questão se baseia na teoria de Jean Piaget sobre o desenvolvimento moral e a evolução da prática e da consciência das regras.

Jean Piaget, um renomado psicólogo suíço, descreveu três fases de desenvolvimento moral pelas quais as crianças passam:

Anomia: Esta é a primeira fase, onde a criança não tem a compreensão de regras e age de acordo com seus impulsos. As regras não são entendidas nem seguidas.

Heteronomia: Na segunda fase, a criança começa a perceber as regras, mas estas são vistas como impostas por figuras de autoridade (pais, professores) e devem ser seguidas para evitar punições. Aqui, a moralidade é externa à criança.

Autonomia: Na fase final, a criança passa a entender e internalizar as regras e princípios morais, seguindo-os de forma consciente e voluntária. A moralidade se torna interna e a criança age com base em um entendimento próprio do certo e errado.

Vamos analisar as alternativas incorretas:

A - heteronomia, autonomia e anomia: Esta sequência está incorreta porque coloca a anomia como a fase final, quando na verdade ela é a inicial.

B - anomia, autonomia e heteronomia: Esta sequência está incorreta porque coloca a autonomia antes da heteronomia, o que não segue o desenvolvimento descrito por Piaget.

C - heteronomia, anomia e autonomia: Esta sequência está incorreta porque a anomia não deveria estar entre a heteronomia e a autonomia. Anomia é a fase inicial.

E - autonomia, heteronomia e anomia: Esta sequência está incorreta porque começa com a autonomia e termina com a anomia, invertendo completamente a ordem de desenvolvimento.

Portanto, a sequência correta é D - anomia, heteronomia e autonomia, que segue a ordem de desenvolvimento moral descrita por Piaget.

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Comentários

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ean Piaget, a partir de observações minuciosas de seus próprios filhos e de várias outras crianças concluiu que estas, ao contrário do que se pensava na época, não pensam como os adultos: certas habilidades ainda não foram desenvolvidas.

Para ele, os valores morais são construídos a partir da interação do sujeito com os diversos ambientes sociais e será durante a convivência diária, principalmente com o adulto, que ela irá construir seus valores, princípios e normas morais. Assim sendo, podemos concluir que esse processo requer tempo.

Para que estas interações aconteçam, há a ocorrência de processos de organização interna e adaptação e essa ocorre na interação de processos denominados assimilação e acomodação. 

Os esquemas de assimilação se modificam de acordo com os estágios de desenvolvimento do indivíduo e consistem na tentativa destes em solucionar situações a partir de suas estruturas cognitivas e conhecimentos anteriores. Ao entrar em contato com a novidade, retiram dele informações consideradas relevantes e, a partir daí, há uma modificação na estrutura mental antiga para dominar o novo objeto de conhecimento, gerando o que Piaget denomina acomodação.

Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:

anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.

heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.

autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.

Tendo conhecimento que as crianças e adolescentes seguem fases mais ou menos parecidas quanto ao desenvolvimento moral, cabe ao educador compreender que há determinadas formas de lidar com diferentes situações e diferentes faixas etárias. Cabe a ele, ainda, conduzir a criança na transição anomia - heteronomia, encaminhando-se naturalmente para a sua própria autonomia moral e intelectual.

Por Mariana Araguaia
Equipe Brasil Escola
ANOMIA

Anomia é um conceito criado pelo sociólogo Emile Durkheim (1858 – 1917)  no seu livro "O Suicídio" e que designa um estado do indivíduo caracterizado pela falta de objetivos e pela perda de identidade. Segundo Durkheim, este estado é em grande medida originado pelas intensas transformações que ocorrem nas sociedades modernas e que não fornecem novos valores para colocar no lugar daqueles que por elas são demolidos. Em suma, Durkheim, com o conceito de anomia procura sintetizar a ideia de que o progresso constitui uma ameaça às estruturas éticas e sociais.
Robert King Merton também se dedicou ao estudo na anomia. Para Merton, anomia significa uma incapacidade do indivíduo em atingir os seus fins culturais e ocorre quando, devido à insuficiência dos meios institucionalizados, o insucesso em atingir esses fins gera conduta desviante. É por isso que, segundo Merton, a maioria dos crimes são cometidos por membros das classes menos favorecidas.
http://br.answers.yahoo.com/question/index?qid=20090730115337AAisYRT
http://cadernosociologia.blogspot.com.br/2010/02/dois-exemplos-de-anomia-motins-em-los.html

HETERONOMIA
Heteronomia (do grego heteros, "diversos" + nomos, "regras") é um conceito criado por Immanuel Kant  , para justificar as leis que recebemos. Heteronomia é o contrário de autonomia, e é quando um individuo se sujeita à vontade de terceiros ou de uma coletividade. É um conceito básico do Estado de Direito, em que todos devem se submeter à vontade da lei. Heteronomia é uma palavra de origem grega. Segundo a geteronomia, a lei é imposta ao indivíduo, pode ser criada por um determinado Governo, por um bloco econômico, ou um órgão internacional, como a ONU. A consciência moral evolui da heteronimia para a autonomia, ou seja, começamos a interiorizar as normas e as obedecemos seja por medo ou receio do castigo.

AUTONONIA

Autonomia é um termo de origem grega cujo significado está relacionado com independência, liberdade .

Anomia, Heteronomia E Autonomia. TrabalhosFeitos.com. Retirado 02, 2013, de http://www.trabalhosfeitos.com/ensaios/Anomia-Heteronomia-e-Autonomia/590570.html

Excelente comentário educativo Gleice

Janaina parabens pela tua contribuição.

Letra D.

Piaget, ainda, argumenta que o desenvolvimento da moral abrange três fases, denominadas:

anomia (crianças até 5 anos): geralmente a moral não se coloca, com as normas de conduta sendo determinadas pelas necessidades básicas. Porém, quando as regras são obedecidas, são seguidas pelo hábito e não por uma consciência do que se é certo ou errado. Um bebê que chora até que seja alimentado é um exemplo dessa fase.

heteronomia (crianças até 9, 10 anos de idade): O certo é o cumprimento da regra e qualquer interpretação diferente desta não corresponde a uma atitude correta. Um homem pobre que roubou um remédio da farmácia para salvar a vida de sua esposa está tão errado quanto um outro que assassinou a esposa, seguindo o raciocínio heteronômico.

autonomia: legitimação das regras. O respeito a regras é gerado por meio de acordos mútuos. É a última fase do desenvolvimento da moral.

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