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Q3057918 Fisioterapia
Um paciente de 69 anos, com 1,70 m de altura e 95 kg, fumou tabaco por 30 anos, tendo parado há seis meses. Ele apresenta tosse crônica, dispneia aos esforços e aumento da produção de secreção pulmonar. Os exames mostram função pulmonar restritiva e obstrutiva, com Capacidade Respiratória Funcional (CRF) reduzida. O paciente tem crises frequentes de dispneia e foi diagnosticado com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). Durante a internação, fez uso de Ventilação Não Invasiva (VNI) por 60 minutos, mas evoluiu desfavoravelmente, sendo intubado e colocado em Ventilação Mecânica Invasiva (VMI).
Para atender às recomendações brasileiras de VM, os parâmetros que devem ser adotados, nesse caso, são: 
Alternativas

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Tema Central da Questão:

O tema central da questão é a Ventilação Mecânica (VM) em pacientes com Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC). A ventilação mecânica é um suporte essencial em quadros de insuficiência respiratória, e compreender os parâmetros adequados para cada situação clínica é crucial para otimizar o tratamento e minimizar complicações.

Resumo Teórico:

A DPOC é caracterizada por limitação crônica ao fluxo aéreo, geralmente decorrente de exposição prolongada a partículas nocivas, como o tabaco. Na ventilação mecânica destes pacientes, é importante ajustar parâmetros com o objetivo de evitar a hiperinflação dinâmica e minimizar o risco de barotrauma.

Alguns conceitos fundamentais incluem:

  • Volume Corrente (VC): Quantidade de ar entregue ao paciente a cada ciclo respiratório. Para pacientes com DPOC, recomenda-se volume corrente em torno de 6 ml/kg do peso ideal.
  • Relação I:E: Proporção entre o tempo inspiratório e expiratório. Na DPOC, é preferível aumentar o tempo expiratório para evitar a auto-PEEP (pressão positiva expiratória final).
  • PEEP (Pressão Positiva Expiratória Final): Usada para prevenir o colapso alveolar, mas deve ser cautelosa em DPOC.

Justificativa da Alternativa Correta (D):

A alternativa D) é a correta. Utiliza um volume corrente de 6 ml/kg do peso predito, que é adequado para minimizar o risco de volutrauma. A frequência respiratória (FR) de 12 irpm é moderada, permitindo tempo suficiente para a expiração. A relação I:E menor que 1:3 favorece a expiração prolongada, crucial para evitar a hiperinsuflação em DPOC. Por fim, evitar a hiperóxia é uma prática importante para evitar a redução do drive respiratório em pacientes com DPOC.

Análise das Alternativas Incorretas:

A) O volume corrente ≤ 6 ml/kg é adequado, mas uma pressão de platô média de 40 cmH2O é excessiva e pode causar barotrauma.

B) A relação I:E > 1:2 sugere aumentar o tempo inspiratório, o que não é ideal na DPOC devido ao risco de auto-PEEP. Além disso, a hiperóxia deve ser evitada.

C) Volume corrente > 7 ml/kg é contraindicado, pois aumenta o risco de barotrauma e volutrauma, especialmente em DPOC.

E) Uma FR de 20 irpm pode ser excessiva, reduzindo o tempo expiratório e aumentando o risco de hiperinsuflação. A relação I:E > 1:2 não é apropriada, pelo mesmo motivo.

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Volume corrente de 6 ml/kg do peso predito, FR: 12 irpm; tempo inspiratório menor e expiratório maior, relação I:E <1:3, FIO2, evitando-se a hiperóxia.

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