Escritos em linguagem popular, são ricos em rimas e na perfe...

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Q3081710 Conhecimentos Gerais

ABC do Nordeste


A — Ai, como é duro viver

nos Estados do Nordeste

quando o nosso Pai Celeste

não manda a nuvem chover.

É bem triste a gente ver findar o mês de janeiro

depois findar fevereiro

e março também passar,

sem o inverno começar no Nordeste brasileiro.


B — Berra o gado impaciente

reclamando o verde pasto,

desfigurado e arrasto,

com o olhar de penitente;

o fazendeiro, descrente,

um jeito não pode dar,

o sol ardente a queimar

e o vento forte soprando,

a gente fica pensando

que o mundo vai se acabar. 


C — Caminhando pelo espaço,

como os trapos de um lençol,

para as bandas do pôr do sol,

as nuvens vão em fracasso:

aqui e ali um pedaço

vagando... sempre vagando,

quem estiver reparando

faz logo a comparação

de umas pastas de algodão

que o vento vai carregando.


D — De manhã, bem de manhã,

vem da montanha um agouro

de gargalhada e de choro

da feia e triste cauã:

um bando de ribançã

pelo espaço a se perder,

pra de fome não morrer,

vai atrás de outro lugar,

e ali só há de voltar,

um dia, quando chover.


(Patativa do Assaré.)

Escritos em linguagem popular, são ricos em rimas e na perfeição das métricas dos seus versos. O poema “ABC do Nordeste” trata-se do gênero literário conhecido como:
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