A respeito da Semiótica de Charles Sanders Peirce, analise ...

Alternativa Correta: D - Apenas I, II e III.

Para resolver esta questão, é essencial compreender as bases da Semiótica de Charles Sanders Peirce, uma teoria que estuda os signos e os processos de significação.

1. Compreensão da Teoria de Peirce:

A semiótica de Peirce é uma abordagem triádica, isto é, ela define o signo como uma relação entre três componentes:

• Representamen: É a forma que o signo toma. Pode ser qualquer coisa que possa ser percebida ou notada.
• Objeto: É aquilo a que o signo se refere.
• Interpretante: É o conceito ou entendimento que o signo gera na mente do intérprete.

Além disso, Peirce introduziu três categorias universais de signos:

• Primeiridade: Envolve a qualidade de um estado ou possibilidade, como cores ou sons antes de serem relacionados a qualquer coisa.
• Secundidade: Refere-se à experiência ou reação, envolvendo relações, como a luta ou o impacto de dois corpos.
• Terceiridade: Diz respeito à interpretação ou representação, como raciocínios ou convenções.

2. Justificativa da Alternativa Correta:

I. Signo é tudo que representa outra coisa ou objeto: Correta. Peirce define signo como algo que representa um objeto para um intérprete.

II. A semiótica estabelece uma relação triádica entre objeto, representamen e interpretante: Correta. Esta é a base da teoria semiótica de Peirce.

III. Há três categorias universais de signo: primeiridade, secundidade e terceiridade: Correta. Estas categorias são conceitos fundamentais na teoria de Peirce.

3. Análise das Alternativas Incorretas:

IV. O signo tem dois elementos: significado e significante: Incorreta. Esta definição pertence à semiótica estruturalista de Ferdinand de Saussure, não à de Peirce. A teoria de Peirce é triádica, envolvendo representamen, objeto e interpretante, e não apenas significado e significante.

Estratégia de Interpretação: Ao interpretar questões de semiótica, identifique se a teoria discutida é a de Peirce ou de Saussure, já que suas abordagens são distintas. Entender a estrutura triádica de Peirce ajuda a evitar confusões comuns.

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IV - Saussure

De acordo com Peirce, signo é algo que substitui algo, para alguém, em certa medida e para certos efeitos; define-se como “qualquer coisa que conduz alguma outra coisa (seu interpretante) a referir-se a um objeto ao qual ela mesma se refere (seu objeto), de modo idêntico, transformando-se o interpretante, por sua vez, em signo, e assim sucessivamente, ad infinitum”. É de se notar que o termo “interpretante” refere, na nomenclatura semiótica peirceana, o signo equivalente que se cria na mente da pessoa a quem o signo se dirige. A cadeia infinita de signos revela, então, o traço que permite caracterizar o ser humano como um incansável produtor de signos, presentes em todas as civilizações e culturas, até porque, ocorrendo no seio de um grupo social, o signo é um fato culturalizado. Não terá fim a capacidade semiótica do homo significans. Por conseguinte, o significado de um signo é um outro signo. Ou seja, o olhar vai resignificar o signo [minhas palavras].

A linguística de Saussure funciona a partir de dois princípios fundamentais na análise do signo: 1) um princípio de arbitrariedade, pois a ligação que une significante e significado não é determinada de um local externo à língua e não há nenhuma necessidade da união de um dado significante com um dado significado; e 2) um princípio de linearidade do significante, pois sua natureza é auditiva e sua expressão, seja na fala ou na consciência, se dá através do aparecimento consecutivo de um signo após o outro na linha do tempo.

Por isso que a IV está errada, pois esse é o signo para Saussure, não para Peirce.

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