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Q3035206 Psicologia
O Conselho Federal de Psicologia publicou a nota técnica CFP nº 1/2023, na qual, a partir da análise dos fundamentos teóricos da prática, questiona as bases teóricas e destaca incongruências éticas e de conduta profissional no uso da Constelação Familiar (CF) enquanto método ou técnica da psicologia.
Dentre as reflexões apresentadas, aquela que traz uma crítica à CF alinhada aos princípios do Código de Ética Profissional do Psicólogo é a seguinte:
Alternativas

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Vamos analisar a questão proposta, que envolve a Nota Técnica CFP nº 1/2023 do Conselho Federal de Psicologia sobre a Constelação Familiar (CF) e suas críticas alinhadas com o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

A alternativa correta é a Alternativa D.

Justificando a Alternativa Correta:

A Alternativa D critica a prática da Constelação Familiar por explicar os fenômenos a partir de características pessoais e interpessoais naturalizadas. Isso desconsidera determinantes sociais, políticos, econômicos, de gênero e raciais, que são fundamentais para a compreensão da construção da subjetividade e do sofrimento dos sujeitos. Essa crítica está alinhada com os princípios do Código de Ética Profissional, que valoriza o reconhecimento e respeito pelas diversas determinações que influenciam o comportamento humano, indo além dos aspectos individuais.

Analisando as Alternativas Incorretas:

Alternativa A: Esta alternativa apresenta uma visão equivocada ao afirmar que as bases teóricas da CF consagram uma leitura fortemente marcada por um viés contemporâneo. Na verdade, a crítica é justamente que a CF se baseia em concepções tradicionais e hierárquicas, o que não é condizente com as reflexões propostas pelo CFP.

Alternativa B: Afirma que a CF zela pela observância do princípio de sigilo profissional ao transmitir sessões grupais e individuais virtualmente. No entanto, é justamente a quebra de sigilo, ao expor informações pessoais em contextos públicos ou mal protegidos, que é uma das críticas éticas feitas à prática.

Alternativa C: Alega que os pressupostos teóricos da CF afirmam a igualdade de gênero e criticam a naturalização do vínculo biológico. Contudo, a CF é, em geral, criticada exatamente por não considerar adequadamente as complexas questões de gênero e por ter uma abordagem que pode reforçar papéis tradicionais de gênero.

Alternativa E: Sugere que a CF derruba conceitos patologizantes das identidades de gênero e orientações sexuais. No entanto, essa prática é frequentemente criticada por não abordar de forma crítica e suficiente as questões de diversidade sexual e de gênero, podendo até reforçar normas hegemônicas.

Portanto, a Alternativa D é a que melhor reflete as críticas éticas à Constelação Familiar, conforme a Nota Técnica do CFP.

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D

Principais pontos

Falta de consideração dos determinantes sociais, políticos, econômicos, de gênero e raciais: a CF é criticada por explicar os fenômenos a partir de características pessoais e interpessoais naturalizadas, sem levar em conta os fatores estruturais que influenciam a subjetividade e o sofrimento dos indivíduos.

→ CF tende a simplificar as causas do sofrimento e das dificuldades pelas quais as pessoas passam, explicando-os com base em questões familiares ou relações interpessoais, sem analisar a influência de contextos sociais mais amplos, como desigualdades de gênero, racismo, condições econômicas, e outros fatores sociopolíticos. O CFP destaca que essa abordagem desconsidera a complexidade das condições sociais e históricas que impactam diretamente a vida dos sujeitos.

Fundamentos Teóricos Contrários às Normativas: A CF reconhece o uso da violência como mecanismo para restabelecimento de hierarquia violada, atribuindo a meninas e mulheres a responsabilidade pela violência sofrida. Essa perspectiva é incompatível com as normativas do Sistema Conselhos de Psicologia.

Emergência de Estados Psíquicos Desorganizados: As sessões de CF podem provocar a emergência abrupta de estados de sofrimento ou desorganização psíquica. O método não possui conhecimento técnico suficiente para o manejo desses estados, o que conflita com o Código de Ética Profissional do Psicólogo.

Violação do Sigilo Profissional: A CF é frequentemente realizada com a transmissão aberta das sessões, inclusive online, prática incompatível com o sigilo profissional previsto no Código de Ética da Psicologia.

Naturalização da Ausência de Direitos na Infância e Juventude: As bases teóricas da CF promovem uma visão que naturaliza a ausência de direitos e o assujeitamento frente aos genitores, desrespeitando o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA).

Reprodução de Conceitos Patologizantes sobre Gênero e Sexualidade: A CF reproduz conceitos patologizantes das identidades de gênero, orientações sexuais, masculinidades e feminilidades que fogem ao padrão hegemônico imposto para as relações familiares e sociais, violando diretrizes normativas sobre gênero e sexualidade consolidadas pelo CFP.

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