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Q1797931 Português
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Álcool tipo exportação

   Ao adotar nova legislação sobre a mistura do etanol à gasolina, a China anima os produtores brasileiros a vender o biocombustívellá fora. 
   A ambição de emplacar o etanol como base da matriz energética brasileira é antiga e remonta ao primeiro governo de Getúlio Vargas, quando foi criado o já extinto Instituto do Açúcar | e Álcool. Desde então - e lá se vão 86 anos-, os discursos sem- . pre se fizeram acompanhar de uma generosa dose de otimismo, | mas nunca passaram disso. Emjunho de 2008, na esteira de um programa do BNDES de subsídio ao setor, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva anunciou que o Brasil se tornaria a Arábia Saudita verde.
   O atual governo também marcou posição no assunto no fim de setembro, quando o presidente Jair Bolsonaro, em uma de suas lives no Facebook, deixou o diretor de biocombustíveis do Ministério de Minas e Energia, Miguel Ivan Lacerda, bradar que o país tem hoje o “maior programa de descarbonizaçãoede transição energética do mundo”. Assertivo, o presidente corroborou: “O Brasil está preocupado com a questão ambiental e faz a sua parte”. Para além da retórica oficial, o etanol, que nunca passou de um coadjuvante do petróleo, tem finalmente a chance de alcançar um inédito papel entre as exportações do país. E tal ascensão se deverá à China.
  O gigante asiático aprovou recentemente uma legislação que determina que sejam misturados 10% de etanol na gasolina consumida no país, a chamada E10, a partir de 2020, com o intuito de reduzir as quantidades de gases poluentes no ar. Os chineses são os maiores emissores de CO2 do mundo esignatários do Acordo de Paris, firmado em 2015 com o intuito de conter o aquecimento global. “Lá, a lei é para valer, tanto que a China já está se organizando para distribuir o combustível. É aí que nós entramos: os chineses precisarão importar todo esse etanol, diz Gustavo Junqueira, secretário de Agricultura e Abastecimento de São Paulo. 
   Empresários do setor calculam que a decisão da China, dona da maior frota de veículos do planeta, demandará pelo menos15 bilhões de litros de etanol por ano - metade da produção nacional. Diante do novo cenário, as movimentações já são perceptíveis. No Brasil, o grupo São Martinho, o maior produtor mundial de cana, anunciou a construção de uma nova unidade em Goiás. Além disso, planeja produzir álcool a partir do milho nos períodos de entressafra da cana. Haverá, contudo, concorrência para os brasileiros: as multinacionais Bunge, de origem holandesa, e British Petroleum, da Inglaterra, informaram que vão fundir suas subsidiárias dedicadas à fabricação e distribuição de etanol para aumentar seu peso no mercado internacional.
   Há mais fatores que animam o mercado do biocombustível. Um deles é a animosidade comercial entre a China e os Estados Unidos, o maior produtor de etanol do planeta. Outro foi o ataque de drones às principais refinarias sauditas, o que fez o preço do petróleo disparar. Para aproveitar as circunstâncias, um grupo de usineiros brasileiros esteve recentemente na China, no Japão e nos Emirados Árabes - e planeja voar para a Índia, país que, seguindo o exemplo chinês, debate uma lei para implementar a E10 em 2022. “No passado, o álcool era visto como adversário dos combustíveis fósseis, mas isso mudou: |( agora são produtos complementares, aliados importantes para diminuir a poluição”, acredita Evandro Gussi, presidente da União da Indústria de Cana de Açúcar. Depois de passar décadas como alternativa restrita ao mercado brasileiro, o etanol, enfim, ganha fôlego para conquistar o mundo.
Eduardo Gonçalves

Excerto para a questão

“Lá, a lei é para valer, tanto que a China já está se organizando para distribuir o combustível. É aí que nós entramos: os chineses precisarão importar todo esse etanol(...).”
Os “:” (dois-pontos), na estrutura, poderiam ser substituídos sem alteração semântica por:
Alternativas

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A alternativa correta é a alternativa D. Vamos entender o porquê e analisar as outras alternativas.

Tema da questão: A questão aborda o uso de pontuação, mais especificamente o uso dos dois-pontos e como eles podem ser substituídos sem alterar o sentido da frase.

No excerto fornecido, temos a frase: “Lá, a lei é para valer, tanto que a China já está se organizando para distribuir o combustível. É aí que nós entramos: os chineses precisarão importar todo esse etanol (...)”.

Os dois-pontos são usados aqui para introduzir uma explicação ou consequência em relação à frase anterior. Eles indicam que a segunda parte da frase é uma consequência direta do que foi dito antes.

Justificativa da alternativa correta: A alternativa D, porque, é a correta porque esse termo explicitamente indica uma causa ou explicação, que é exatamente o papel dos dois-pontos nesse contexto. Portanto, a substituição não altera a semântica da sentença.

Análise das alternativas incorretas:

A - por que: “Por que” é usado em perguntas ou para introduzir uma explicação, mas não se encaixa bem na estrutura da frase fornecida. Ele não dá continuidade lógica à explicação anterior da forma que “porque” faz.

B - por conseguinte: “Por conseguinte” é um conector que indica consequência, mas a estrutura da frase pede uma explicação direta. A substituição por "por conseguinte" modificaria o sentido original da frase, que está mais para uma explicação que para uma consequência.

C - porquê: “Porquê” é um substantivo que significa “razão” ou “motivo”. Ele não faz sentido no contexto da frase, pois não está substituindo uma explicação ou justificativa direta.

D - porque: “Porque” é a substituição perfeita para os dois-pontos nesse caso, pois continua a dar uma explicação ou razão para a afirmação que o precede, sem alterar o significado original da frase.

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Comentários

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  • Por que: Escrito separado e sem acento, este “por que” é usado em frases interrogativas e também como a união de "por'' com um pronome relativo. Pode ser substituído por “pelo qual”, “pelos quais” etc.
  • Por quê: Escrito separado e com o acento, este “por quê” serve para quando a expressão aparecer sozinha ou ao final das frases, significando “por qual motivo”, “por qual razão”.
  • Porque: Escrito junto e sem acento, este “porque” é uma conjunção explicativa ou causal. Pode ser substituído por “pois”, “uma vez que”.
  • Porquê: Escrito junto e com acento, este “porquê” se usa quando a sentença for substantivada e sinônima de “motivo” ou “razão”.

Para complementar o comentário a cima, imagine a seguinte frase: Segundo o autor "piriri parara" esses " estão fazendo função de explicar o que o autor falou. Espero ter contribuído.

pode ser substituido por POIS

por conseguinte é conectivo conclusivo.

Separado é para perguntar (Por que)

Juntinho é para responder (Porque)

Quando é substantivo é junto e acentuado (Porquê)

Separado com acento, terminei de escrever (Por quê - geralmente no fim da oração).

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