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Q2301665 Fisioterapia
Após anos do diagnóstico de diabetes mellitus, obesidade e hipertensão, uma senhora de 63 anos desenvolveu osteomielite na fíbula e tíbia direita; recebeu antibioticoterapia, mas, recentemente, foi necessário amputação transfemural. Em 2019, o Ministério da Saúde – Secretaria de Atenção Especializada à Saúde, Departamento de Atenção Especializada e Temática Brasília-DF publicou o “guia para prescrição, concessão, adaptação e manutenção de órteses, próteses e meios auxiliares de locomoção” que serve de roteiro aos profissionais envolvidos com a reabilitação desses pacientes. Por meio da formulação de políticas públicas, o Estado brasileiro tem buscado garantir a autonomia e a ampliação do acesso à saúde, com o objetivo de melhorar as condições de vida das pessoas com deficiência. Nesse sentido, o Brasil promulgou a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência, por meio do Decreto nº 6.949/2009, resultando em uma mudança paradigmática das condutas oferecidas às pessoas com deficiência. Ao receber tal paciente em questão para reabilitação pós-amputação no âmbito do SUS, analise as afirmativas a seguir.

I. Ao realizar uma amputação, deve-se ter cuidadosa consideração à escolha do nível. Em geral, a conduta não é preservar tanto comprimento quanto possível. Deve ser escolhido um nível que assegurará boa cicatrização, com adequada cobertura da pele e sensibilidade preservada. O nível será tanto mais adequado quanto melhor se prestar a adaptação a uma prótese funcional, uma vez tendo sido satisfeitas as exigências relativas à sua escolha de acordo com a idade, etiologia e necessidade da amputação.

II. Dentre os recursos de tecnologia assistiva disponíveis para garantir igualdade de oportunidades à pessoa com deficiência, destacam-se as Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção (OPM). A efetividade destes dispositivos perpassa por um processo responsável e qualificado de (1) Avaliação; (2) Prescrição; (3) Confecção; (4) Dispensação; (5) Preparação; (6) Treino para o uso; (7) Acompanhamento; (8) Adequação; e, (9) Manutenção.

III. Pesquisadores afirmam a existência do gerador de padrão central, que seria uma rede de neurônios e interneurônios capazes de estabelecer uma sinergia muscular reflexa, resultando em um padrão de locomoção. Estes neurônios permitem que o movimento da marcha seja realizado automaticamente sem a necessidade da pessoa pensar qual músculo deverá ser ativado, em que momento, e com quais tipo e força de contração. Eles atuam iniciando e finalizando o movimento, e, ainda, determinando sua velocidade.

IV. A fase de apoio, durante a qual o membro inferior está apoiado no solo, compreende as seguintes subfases: o contato inicial (toque do calcanhar ou golpe do calcanhar); a resposta à carga (pé plano ou contato total do pé); o médio apoio; o apoio terminal; e, o pré-balanço (retirada do calcanhar ou calcanhar fora ou elevação do retropé). Esta fase representa 80% do ciclo da marcha.

V. A prescrição de prótese para MMII deve equilibrar a necessidade individual de estabilidade, segurança, mobilidade, durabilidade e estética. A disponibilidade de acesso a uma oficina ortopédica ou serviço protético também deve ser considerada, já que alguns componentes requerem manutenção mais frequente. Objetivamente, na avaliação do tipo de prótese, sempre devem ser considerados: condições clínicas, idade, nível de atividade física, peso e estatura, atividade profissional e fatores ambientais que influenciam na conservação do equipamento.

Está correto o que se afirma apenas em
Alternativas

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Alternativa Correta: C - II, III e V

Vamos analisar cada uma das afirmativas da questão para entender por que a alternativa C é a correta.

I. Esta afirmativa discute a escolha do nível da amputação, que deve garantir boa cicatrização e capacidade de adaptação a uma prótese funcional. No entanto, a afirmação de que "a conduta não é preservar tanto comprimento quanto possível" não está correta. Em muitos casos, preservar o máximo de comprimento do membro é desejável para melhorar a função protética.

II. Esta afirmativa está correta. Ela descreve o processo de prescrição de Órteses, Próteses e Meios Auxiliares de Locomoção (OPM), que envolve uma série de etapas cuidadosas, desde a avaliação até a manutenção. Este processo garante que a pessoa com deficiência tenha acesso a dispositivos eficazes e que promovam sua autonomia.

III. Esta afirmativa também está correta. Ela aborda o conceito de geradores de padrão central, que são redes neuronais responsáveis por automatizar o movimento da marcha. Isso permite que a marcha ocorra sem que a pessoa precise conscientemente coordenar os músculos envolvidos, o que é um conhecimento bem estabelecido em neurofisiologia.

IV. A afirmativa está incorreta ao afirmar que a fase de apoio representa 80% do ciclo da marcha. Na realidade, a fase de apoio geralmente compreende cerca de 60% do ciclo da marcha. Esse erro na porcentagem torna a afirmação incorreta.

V. Esta afirmativa está correta. Ela descreve fatores importantes na prescrição de próteses para membros inferiores, incluindo a necessidade de considerar condições clínicas, idade, nível de atividade física, e muitos outros fatores. Isso é essencial para garantir que a prótese atenda adequadamente às necessidades do paciente.

Portanto, as afirmativas II, III e V estão corretas, validando a alternativa C como a correta.

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O que torna os itens I e IV incorretos:

I. Ao realizar uma amputação, deve-se ter cuidadosa consideração à escolha do nível. Em geral, a conduta não é preservar tanto comprimento quanto possível. Deve ser escolhido um nível que assegurará boa cicatrização, com adequada cobertura da pele e sensibilidade preservada. O nível será tanto mais adequado quanto melhor se prestar a adaptação a uma prótese funcional, uma vez tendo sido satisfeitas as exigências relativas à sua escolha de acordo com a idade, etiologia e necessidade da amputação.

IV. A fase de apoio, durante a qual o membro inferior está apoiado no solo, compreende as seguintes subfases: o contato inicial (toque do calcanhar ou golpe do calcanhar); a resposta à carga (pé plano ou contato total do pé); o médio apoio; o apoio terminal; e, o pré-balanço (retirada do calcanhar ou calcanhar fora ou elevação do retropé). Esta fase representa 80% do ciclo da marcha. Fase de apoio = 60%, fase de balanço = 40%

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