Executivo abandona Microsoft para criar bibliotecas infantis...

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Ano: 2015 Banca: Emdurb Órgão: EMDUR de Toledo - PR
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Executivo abandona Microsoft para criar bibliotecas infantis
Em algum momento deste ano, uma criança em algum lugar do mundo em desenvolvimento tornou-se a beneficiária 'número 10 milhões' do Room to Read ('Quarto para Ler', em tradução livre), uma organização sem fins lucrativos fundada há 15 anos por um alto executivo da Microsoft que abandonou seu emprego para se dedicar a erradicar o analfabetismo infantil.
A entidade, que também visa reduzir a desigualdade de gênero na educação de meninos e meninas, constrói bibliotecas em localidades pobres.
Não causa surpresa, portanto, a comparação entre seu fundador, John Wood, e Andrew Carnegie, magnata americano que se propôs a fazer o mesmo no século 19.
De certa forma, porém, o Room to Read já superou seu mentor espiritual, construindo 17,5 mil bibliotecas contra as 2,5 mil de Carnegie.
Wood alcançou o feito ao combinar a determinação de Carnegie com o que aprendeu nas empresas onde trabalhou, como a Microsoft, do bilionário e também filantropo Bill Gates.
A inspiração para criar o Room to Read nasceu em 1998, quando o ex-executivo estava de férias no Nepal, escalando a Cordilheira do Himalaia. "A ideia surgiu do nada", diz Wood. "Gostaria de poder dizer que sempre desenvolvi trabalhos filantrópicos, mas a realidade era que eu me focava em mim mesmo, em minha carreira, em quanto dinheiro eu tinha na minha conta bancária".
Wood estava visitando uma escola na cidade montanhosa de Bahundanda. Havia ali uma biblioteca, mas apenas poucos livros deixados por antigos visitantes. Um deles era Finnegan's Wake, de James Joyce, e um guia Lonely Planet sobre a Mongólia.
Além disso, os livros eram considerados tão preciosos que permaneciam guardados em um armário trancado e nunca emprestados às crianças.
Quando Wood deixou o local, o diretor da escola lhe disse que, se alguma vez ele voltasse, poderia trazer mais alguns livros. De imediato, ele sabia o que tinha de fazer. A biblioteca vazia lhe fez lembrar de sua infância. "Cresci em uma família que amava ler e sempre deu valor a palavra escrita", diz ele. "Eu tropecei na causa certa no lugar certo e no tempo certo".
Um ano mais tarde, ele voltou à mesma escola com 3 mil livros. A reação das crianças confirmou que ele estava indo no caminho certo. Wood decidiu abandonar o emprego na Microsoft para se dedicar em tempo integral à alfabetização de crianças no Nepal.
Dinesh Shrestha, que até então trabalhava na erradicação da pólio para uma ONG local, se juntou a ele. O trabalho de construir bibliotecas no Nepal começava naquele momento.
Meses depois, outra executiva americana e amiga de longa data de Wood, Erin Ganju, que trabalhava no Vietnã, voltou a entrar em contato com ele. Em seguida, ela também abandonou seu trabalho, e os três ─ John, Dinesh e Erin ─ tornaram-se cofundadores da Room to Read, uma organização sem fins lucrativos que atua em 10 países.
[...]
A Room to Read também adere aos princípios básicos sobre a forma como as crianças são educadas. A ONG trabalha no idioma da comunidade local - apesar de que isso significa publicar seus próprios livros e materiais didáticos.
Desde então, foram publicados quase 1 mil títulos de livros para crianças em dezenas de idiomas, de chinayanja na Zâmbia ao khmer no Camboja, do telugu na Índia ao xitsonga na África do Sul. Sempre que possível, Wood chama autores, ilustradores e editoras locais para colaborar com o projeto. Por causa disso, o Room to Read se tornou "a maior editora de livros infantis que você já ouviu falar".
Apesar de seu passado como executivo da Microsoft, Wood ainda não está convencido do potencial da tecnologia digital em seu trabalho. Em vez disso, a ONG se concentra em recursos físicos e algumas vezes literalmente concretos. A Room to Read construiu 17,5 mil bibliotecas infantis e cerca de 1 mil escolas.
De novo, as mesmas regras se aplicam. As bibliotecas têm de seguir alguns padrões. Elas são frequentemente grandes o suficiente para acomodar até 40 crianças de uma só vez. "Os livros nas estantes têm de estar no nível do olho da criança, não podem estar atrás de vidros, não há armários trancados. Todo o mobiliário é adaptado ao tamanho das crianças, o chão também, há pôsteres na parede e mapas do mundo. Incentivamos as crianças a levar os livros para casa e acompanhamos semanalmente quantas fazem isso". (Adaptado de http://noticias.terra.com.br/educacao/executivo- abandona-microsoft-para-construir-bibliotecas-infantis-em-paises- pobres,1e55289b2ecb4f6a6e24e86bb295b717ivnp05ty.html)

Com relação ao texto, é CORRETO afirmar:
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