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EVITE O ABUSO DO VERBO "FAZER"

Por: Chico Viana. Disponível em: http://revistalingua.uol.com.br/textos/blog-ponta/evite-o-abuso-do-verbo-fazer-301353-1.asp Acesso em 19 de dezembro de 2013

- O que o músico faz em comum com o sapateiro?

- Sola.

No diálogo acima, há um jogo de palavras que se apoia na homonímia da palavra "sola". Ela é verbo e substantivo. Significa, no primeiro caso, o ato de "executar um canto ou solo". E no segundo, a "sola do sapato".

O jogo de palavras só foi possível graças ao emprego do verbo "fazer". Ele significa "produzir, confeccionar" no que diz respeito ao ofício do sapateiro ("sola", ou "solado", é mesmo o que o sapateiro faz). No que tange à atividade do músico, "fazer" não tem sentido próprio; substitui o verbo "solar". Ou seja: é um verbo vicário.

Vicários são os termos que aparecem no lugar de outros. Pronomes, numerais, advérbios (sim e não) e o verbo "ser" também desempenham esse papel. Veja alguns exemplos: "Pedro desistiu de concorrer a uma vaga para medicina. Ele não tinha esperança de passar", "Veio acompanhado de um irmão e um primo; o primeiro era mais educado do que o segundo", "Você gosta de cinema? Sim (ou seja: gosto)", "Se desistiu, foi porque não teve o estímulo da família (quer dizer: "desistiu porque não teve o estímulo da família)".

O verbo "fazer", seguido ou não de pronome, pode substituir qualquer verbo de ação da língua portuguesa. Uma pergunta como "O que você faz?" admite como respostas frases do tipo: "Estudo", "Construo prédios", "Organizo eventos" etc. "Fazer" toma o lugar de todas essas ações.

A amplitude semântica desse verbo pode levar a abusos no seu emprego. É quando, em vez de empregar uma forma verbal específica, usa-se "fazer" seguido de substantivo. Eis alguns exemplos retirados de redações: "Decidiu-se fazer a votação de duas propostas bem especiais", "É preciso fazer uma avaliação honesta do que está ocorrendo no País", "O governo precisa fazer uma sondagem na opinião pública".

Devem-se evitar essas construções perifrásticas. O texto ganha em economia e expressividade quando elas são substituídas pelos verbos correspondentes. Por que não dizer "votar duas propostas" "avaliar honestamente" ou "sondar a opinião pública"? Além de ter mais energia do que o nome, o verbo designa diretamente a ação.

Há casos em que o conjunto "verbo mais substantivo" é pertinente (como em "fazer um levantamento"), mas na maioria das vezes ele afrouxa a expressão.

Chico Viana é professor de português e

redação. www.chicoviana.com


“Devem-se evitar essas construções perifrásticas. O texto ganha em economia e expressividade quando elas são substituídas pelos verbos correspondentes.”

Nas palavras “correspondentes”, “expressividade” e “economia”, quanto ao processo de formação, há, respectivamente:

Alternativas

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Vamos analisar a questão proposta, que envolve a identificação do processo de formação das palavras "correspondentes", "expressividade" e "economia".

Alternativa correta: A - Derivação parassintética; derivação sufixal e palavra primitiva.

Primeiramente, vamos entender o que são os processos de formação das palavras mencionadas:

Derivação parassintética: Ocorre quando uma palavra é formada pela adição simultânea de um prefixo e um sufixo a um radical. Se retirarmos um dos afixos, a palavra perde o sentido. Exemplo: "correspondentes" (cor-respond-ente-s).

Derivação sufixal: É o processo de formação de palavras pela adição de um sufixo ao radical. Exemplo: "expressividade" (express-ividade).

Palavra primitiva: São palavras que não derivam de outras. Exemplo: "economia".

Agora, vamos justificar cada alternativa:

A - Derivação parassintética; derivação sufixal e palavra primitiva.

Essa alternativa é a correta porque:

- "correspondentes" é formada por derivação parassintética, adicionando-se simultaneamente o prefixo "cor-" e o sufixo "-ente" ao radical "respond".

- "expressividade" é formada por derivação sufixal, adicionando-se o sufixo "-idade" ao radical "express".

- "economia" é uma palavra primitiva, pois não deriva de nenhuma outra.

B - Derivação parassintética, derivação parassintética e palavra primitiva.

Essa alternativa está incorreta porque "expressividade" não é formada por derivação parassintética, mas sim por derivação sufixal.

C - Derivação sufixal; derivação parassintética e derivação regressiva.

Essa alternativa está incorreta porque:

- "correspondentes" não é formada por derivação sufixal, mas sim por derivação parassintética.

- "economia" é uma palavra primitiva, não derivada por regressão.

D - Derivação prefixal; derivação prefixal e derivação regressiva.

Essa alternativa está incorreta porque:

- "correspondentes" e "expressividade" não são formadas por derivação prefixal, mas por derivação parassintética e sufixal, respectivamente.

- "economia" é uma palavra primitiva, não derivada por regressão.

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GABARITO: A

 

Formação de Palavras

 

 

Derivação

 

Prefixal = vem antes

Sufixal = vem depois

Prefixal e Sufixal = simultâneo, mas se remover algum afixo, a palavra restante existe 

Parassintética = simulâneo, mas se remover algum afixo, a palavra restante não existe.

Regressiva/Deverbal = geralmente de verbo pra substantivo abstrato. Ex.: Conversar - conversa.

Imprópria = muda a classe gramatical. Ex.: Queria uma camiseta rosa. Rosa é substantivo (flor), mas na frase, é adjetivo. 

 

 

 

Composição

Justaposição = pode hífen; não há perda fonética. Ex.: malmequer; beija-flor; segunda-feira; passatempo; maria-chuteira;

Aglutinação = Não pode hífen; há perda fonética. Ex.: fidalgo (filho de algo); aguardente (água ardente); pernalta (perna alta)

 

 

 

Obs.: Para estabelecer a diferença entre derivação prefixal e sufixal e parassintética, basta retirar o prefixo ou sufixo da palavra na qual se tem dúvida. Feito isso, observe se a palavra que sobrou existe; caso isso aconteça, será derivação prefixal e sufixal. Caso contrário, será derivação parassintética.

 

 

correspondentes =         co         (r)responde             nte 

                                      prefixo         radical               sufixo

 

Se eliminarmos o prefixo, não sobra palavra existente. Não existe "respondente".

 

 

expressividade = expressão => derivação sufixal => expressivi dade

 

economia = primitiva, não há derivação. 

Acertei por eliminação, mas não entendi o porquê de correspondente ser parassintética. Se retirar o prefixo co fica respondente e a palavra existe, da mesma forma que se retirar o nte fica corresponde.

gab A.  “correspondentes " radical é respond

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