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Ano: 2007 Banca: FEC Órgão: Prefeitura de Itapemirim - ES
Q1182154 Português
Leia o texto abaixo e responda às questões propostas. O PADEIRO Rubem Braga           Levanto cedo, faço minhas abluções¹, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento - mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a “greve do pão dormido”. De resto não é bem uma greve, é um lock-out ², greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o que do governo.           Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando:           - Não é ninguém, é o padeiro !           Interroguei-o uma vez: como tivera a idéia de gritar aquilo?           “Então você não é ninguém?”           Ele abriu um sorriso largo. Explicou que aprendera aquilo de ouvido. Muitas vezes lhe acontecera bater a campainha de uma casa e ser atendido por uma empregada ou outra pessoa qualquer, e ouvir uma voz que vinha lá de dentro perguntando quem era; e ouvir a pessoa que o atendera dizer para dentro: “não é ninguém, não senhora, é o padeiro”. Assim, ficara sabendo que não era ninguém...           Ele me contou isso sem mágoa nenhuma, e se despediu ainda sorrindo. Eu não quis detê-lo para explicar que estava falando com um colega, ainda que menos importante. Naquele tempo eu também, como os padeiros, fazia o trabalho noturno. Era pela madrugada que deixava a redação do jornal, quase sempre depois de uma passagem pela oficina - e muitas vezes saía já levando na mão um dos primeiros exemplares rodados, o jornal ainda quentinho da máquina, como pão saído do forno.           Ah, eu era rapaz, eu era rapaz naquele tempo! E às vezes me julgava importante porque no jornal que levava para casa, além de reportagens ou notas que eu escrevera sem assinar, ia uma crônica ou artigo com o meu nome. O jornal e o pão estariam cedinho na porta de cada lar; e dentro do meu coração eu recebi a lição de humildade daquele homem entre todos útil e entre todos alegre; “ não é ninguém, é o padeiro!”           E assobiava pelas escadas. Rio, maio. 1956. BRAGA, Rubem. Ai de ti, Copacabana, 3ª Ed., Rio de Janeiro. Editora do Autor, 1962. Banho de todo o corpo, ou de parte dele, com esponja embebida em água ou com toalha molhada. Recusa por parte da entidade patronal em ceder aos trabalhadores os instrumentos de trabalho necessários para a sua atividade. A opção que apresenta um par de palavras pautadas, respectivamente, pela mesma regra de flexão de plural de redação e pão é:
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