Sobre as teorias do Jornalismo, critérios como noticiablidad...
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A alternativa correta é a E - Do Newsmaking.
A questão aborda as teorias do Jornalismo, mais especificamente as abordagens utilizadas para entender os processos que envolvem a produção jornalística. Para responder corretamente, é necessário compreender os conceitos-chave como noticiabilidade, valores-notícia, constrangimentos organizacionais, construção da audiência e rotinas de produção.
Vamos agora justificar a alternativa correta e explicar porque as demais opções são incorretas:
Alternativa E: Do Newsmaking
A Teoria do Newsmaking foca na análise das rotinas de produção jornalística, entendendo como jornalistas selecionam e constroem notícias. Ela explora os critérios de noticiabilidade e valores-notícia que determinam o que se torna notícia, além dos constrangimentos organizacionais e da construção da audiência. Esses elementos fazem parte do estudo sobre como os jornalistas processam a informação e tomam decisões no ambiente das redações.
Alternativa A: Do Espelho
A Teoria do Espelho sugere que o jornalismo deve refletir a realidade de forma objetiva, como um espelho. No entanto, essa teoria não se preocupa com os processos internos de produção da notícia, como os citados na questão. Portanto, não aborda noticiabilidade, valores-notícia ou rotinas de produção.
Alternativa B: Do Gatekeeper
A Teoria do Gatekeeper foca no papel do indivíduo (o "porteiro") que decide quais informações serão publicadas. Embora toque em alguns aspectos de seleção de notícias, não abrange completamente os critérios de noticiabilidade, valores-notícia, constrangimentos organizacionais e construção da audiência, como a Teoria do Newsmaking faz.
Alternativa C: Organizacional
A Teoria Organizacional se concentra nos aspectos estruturais e funcionais das organizações de mídia e como elas influenciam a produção de notícias. Embora toque em constrangimentos organizacionais, não aborda diretamente os aspectos de noticiabilidade, valores-notícia e construção da audiência de forma tão abrangente quanto a Teoria do Newsmaking.
Alternativa D: Gnóstica
Esta alternativa não se relaciona com as teorias do jornalismo e nem com os processos de produção de notícias. A Teoria Gnóstica está mais relacionada a sistemas de conhecimento espiritual e misticismo, não sendo aplicável ao contexto da questão.
Espero que essa explicação tenha esclarecido suas dúvidas. Se precisar de mais detalhes ou tiver outras questões, estou à disposição para ajudar!
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Gabarito: E.
A Teoria do Newsmaking, que se baseia na visão construcionista e na abordagem etnometodológica, propõe que as notícias são o que são porque as rotinas de produção assim as determina ou porque são as rotinas, suas práticas e aspectos de diversa ordem os elementos constitutivos das notícias.
Ao contrário de outras abordagens anteriores, estudos etnográficos nas redações jornalísticas contribuíram decisivamente para compreender mais profundamente o jornalismo em sua ideologia e práticas, obtendo importantes aspectos de seu contexto produtivo numa dimensão social, profissional, organizacional e ainda, extra-organizacional.
Experiências cognitivas e profissionais (uma cultura profissional), novas rotinas de produções, ideologias, aspectos organizacionais e extra-organizacionais (fontes, anunciantes, audiências, ambiente tecnológico) e ainda, a concorrência são reconhecidas e discutidas como forças exercidas sobre os portões de passagem de eventos como notícia, com poder de influenciarem as decisões jornalísticas (Tuchman, 1980; Wolf, 1987, 1999; Traquina, 2003; Shoemaker & Reese, 1991; 1996; Schudson, 1978).
Fontes: https://1library.org/article/teoria-do-newsmaking-as-rotinas-determinam-as-not%C3%ADcias.y6jd4m4q
https://1library.org/article/a-teoria-construcionista-not%C3%ADcia-como-constru%C3%A7%C3%A3o-social-realidade.y6jd4m4q
GABARITO: E
Teoria do espelho: primeira metodologia utilizada na tentativa de compreender porque as notícias são como são, ainda no século XIX. Sua base é ideia de que o jornalismo reflete a realidade. Ou seja, as notícias são do jeito que as conhecemos porque a realidade assim as determina
Teoria do gatekeeper: teoria que privilegia a ação pessoal. Diante de um grande número de acontecimentos, só viram notícia aqueles que passam por uma cancela ou portão (gate em inglês). E quem decide isso é uma espécie de porteiro ou selecionador (o gatekeeper). O primeiro teórico a aplicar o conceito no jornalismo foi David Manning White, em 1950.
Teoria organizacional: vê o jornalismo como um negócio. E, como tal, busca o lucro. Por isso, a organização está fundamentalmente voltada para o balanço contábil. As receitas devem superar as despesas. Segundo estudos de 1955 de Warren Breed, principal autor da teoria, o jornalista se conforma com as normas editoriais, que passam a ser mais importantes do que as crenças individuais. Segundo Breed, esse conformismo é causado por seis diferentes fatores: 1) a autoridade institucional e as sanções; 2) Os sentimentos de dever e estima para com os chefes; 3) as aspirações de mobilidade profissional; 4) a ausência de fidelidades de grupo contrapostas; 5) o caráter prazeroso da atividade; 6) o fato de as notícias representarem um valor.
Teoria Gnóstica: o conceito de gnose (ou gnosis) pode ser traduzido por um tipo de conhecimento esotérico que se transmite por tradição e mediante ritos de iniciação. Nesse sentido, a identidade da comunidade jornalística é formada por uma estrutura gnóstica, No caráter fáustico e restritivo de seus costumes, vocabulário e ritos de iniciação. De acordo com os autores Ericson, Chan e Baranek o vocabulário de precedentes é formado por três saberes: saber de reconhecimento: é a capacidade de saber quais são os fatos que merecem virar notícia; saber de procedimento: são os conhecimentos necessários para obter as informações e elaborar a notícia; e saber de narração: é a capacidade de aglutinar as informações mais pertinentes em uma narrativa noticiosa de forma interessante para o público.
Teoria do Newsmaking: a imprensa não reflete a realidade, mas ajuda a construí-la. Dessa forma, leva em consideração critérios como noticiabilidade, valores-notícia, constrangimentos organizacionais, construção da audiência e rotinas de produção. A teoria articula-se em três vertentes principais: a cultura profissional dos jornalistas, a organização do trabalho e os processos produtivos. A socióloga Gaye Tuchman é uma das mais respeitadas pesquisadoras do newsmaking
Fonte: Felipe Pena, Teorias do Jornalismo.
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