Tomando por base os fragmentos destacados no texto, assinale...
Próximas questões
Com base no mesmo assunto
Ano: 2024
Banca:
GANZAROLI
Órgão:
Prefeitura de Amaralina - GO
Provas:
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Assistente Social
|
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Enfermeiro |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Farmacêutico |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Fisioterapeuta |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Médico Cardiologista |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Médico Clínico Geral |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Médico Dermatologista Plantonista |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Médico Pediatra Plantonista |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Monitor de Esporte e Lazer |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Nutricionista |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Odontólogo |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Professor PII |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Professor PIII |
GANZAROLI - 2024 - Prefeitura de Amaralina - GO - Psicólogo |
Q3029440
Português
Texto associado
Cientistas americanos estudam o caso de uma mulher portadora de uma rara condição, em resultado da qual ela não tem medo de nada.(Folha de S. Paulo, 17 de dezembro de 2010. Cotidiano)
Leia os textos e responda a questão.
TEXTO I
Cientistas americanos estudam o caso de uma mulher portadora de uma rara condição, em resultado da qual ela não tem medo de nada.(Folha de S. Paulo, 17 de dezembro de 2010. Cotidiano)
TEXTO II
A mulher sem medo
MOACYR SCLIAR
Ele não sabia o que o esperava quando, levado mais pela curiosidade do que pela paixão, começou a namorar a
mulher sem medo. Na verdade havia aí também um elemento interesseiro; tinha um projeto secreto, que era o de
escrever um livro chamado "A Vida com a Mulher sem Medo", uma obra que, imaginava, poderia fazer enorme sucesso,
trazendo-lhe fama e fortuna. Mas ele não tinha a menor ideia do que viria a acontecer.
Dominador, o homem queria ser o rei da casa. Suas ordens deveriam ser rigorosamente obedecidas pela mulher.
Mas como impor sua vontade? Como muitos ele recorria a ameaças: quero o café servido às nove horas da manhã,
senão... E aí vinham as advertências: senão eu grito com você, senão eu bato em você, senão eu deixo você sem
comida.
Acontece que a mulher simplesmente não tomava conhecimento disso; ao contrário, ria às gargalhadas. Não
temia gritos, não temia tapas, não temia qualquer tipo de castigo. E até dizia, gentil: "Bem que eu queria ficar assustada
com suas ameaças, como prova de consideração e de afeto, mas você vê, não consigo."
Aquilo, além de humilhá-lo profundamente, deixava-o completamente perturbado. Meter medo na mulher
transformou-se para ele em questão de honra. Tinha de vê-la pálida, trêmula, gritando por socorro.
Como fazê-lo? Pensou muito a respeito e chegou a uma conclusão: para amedrontá-la só barata ou rato.
Resolveu optar pela barata, por uma questão de facilidade: perto de onde moravam havia um velho depósito
abandonado, cheio de baratas. Foi até lá e conseguiu quatro exemplares, que guardou num vidro de boca larga.
Voltou para casa e ficou esperando que a mulher chegasse, quando então soltaria as baratas. Já antegozava a
cena: ela sem dúvida subiria numa cadeira, gritando histericamente. E ele enfim se sentiria o vencedor.
Foi neste momento que o rato apareceu. Coisa surpreendente, porque ali não havia ratos, sobretudo um roedor
como aquele, enorme, ameaçador, o Rei dos Ratos. Quando a mulher finalmente retornou encontrou-o de pé sobre uma
cadeira, agarrado ao vidro com as baratas, gritando histericamente.
Fazendo jus à fama ela não demonstrou o menor temor; ao contrário, ria às gargalhadas. Foi buscar uma
vassoura, caçou o rato pela sala, conseguiu encurralá-lo e liquidou-o sem maiores problemas. Feito que ajudou o
homem, ainda trêmulo, a descer da cadeira. E aí viu que ele segurava o vidro com as quatro baratas. O que deixou-a
assombrada: o que pretendia ele fazer com os pobres insetos? Ou aquilo era um novo tipo de perversão?
Àquela altura ele já nem sabia o que dizer. Confessar que se tratava do derradeiro truque para assustá-la seria
um vexame, mesmo porque, como ele agora o constatava, ela não tinha medo de baratas, assim como não tivera medo
do rato. O jeito era aceitar a situação. E admitir que viver com uma mulher sem medo era uma coisa no mínimo
amedrontadora.
Tomando por base os fragmentos destacados no texto, assinale a alternativa que evidencie como o homem encarava a característica da mulher de não sentir medo: