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Q2346855 Geografia
Na acepção de Henri Lefebvre, tratando sobre uma dada teoria, as diferenças que emergem e se instauram no espaço não provêm do espaço enquanto tal, mas do que nele se instala, reunido, confrontado pela/na realidade urbana. Contrastes, oposições, superposições, e justaposições substituem os distanciamentos, as distâncias espaço-temporais. A teoria a qual se refere a afirmação acima é
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A alternativa correta para esta questão é a Alternativa B - a teoria do espaço diferencial.

Vamos entender melhor o que isso significa e por que essa é a alternativa correta.

Henri Lefebvre, um importante filósofo e sociólogo francês, desenvolveu a teoria do espaço diferencial como uma forma de criticar a visão homogenizadora do espaço urbano. Para Lefebvre, o espaço não é apenas um "vazio" onde ocorrem atividades humanas, mas é formado e transformado pelas diversas atividades e relações sociais que nele se instalam. Ou seja, o espaço é uma construção social.

Nessa perspectiva, diferenças, contrastes, oposições, superposições e justaposições no espaço emergem das atividades humanas e das relações sociais, e não do espaço em si. Isso contradiz a visão tradicional de que as características espaciais determinam as atividades humanas. Em vez disso, Lefebvre sugere que são as atividades que moldam o espaço de forma diferencial.

Justificativa das alternativas incorretas:

A - a teoria do espaço difuso: Esse conceito não está relacionado diretamente com as ideias de Henri Lefebvre. A teoria do espaço difuso refere-se a uma distribuição homogênea e sem fronteiras definidas, o que vai contra a ideia de diferenças e oposições que Lefebvre propõe.

C - a teoria do espaço isotópico: O espaço isotópico sugere uniformidade e homogeneidade, que é o oposto do que Lefebvre descreve como espaço diferencial, onde as diferenças e contradições são fundamentais.

D - a teoria do espaço heterotópico: Este conceito é mais associado a Michel Foucault, que se refere aos espaços heterotópicos como lugares que funcionam de forma diferente de outros espaços, mas não exatamente da maneira que Lefebvre descreve as dinâmicas e contradições do espaço diferencial.

E - a teoria do espaço utópico: Espaço utópico refere-se a uma idealização de um espaço perfeito e não existe na realidade concreta e conflitante que Lefebvre discute. A utopia é uma construção imaginária, enquanto Lefebvre está preocupado com as dinâmicas reais e as diferenças que surgem no espaço urbano.

Em resumo, a teoria correta que a pergunta aborda é a do espaço diferencial de Henri Lefebvre, que considera as diferenças e contradições no espaço urbano como resultantes das relações e atividades sociais que nele ocorrem.

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A partir de reflexões sobre a teoria do espaço no filósofo marxista Henri Lefebvre, um dos pensadores mais influentes da antropologia urbana, iremos dialogar suas categorias com o trabalho de campo realizado na Avenida Sete de Setembro, centro urbano de Salvador. O espaço abstrato, segundo Lefebvre, tem sido produzido pela sociedade a partir de forças política econômicas que organizam e reproduz relações abstratas no intuito de homogeneizar e normatizar o espaço. O Estado domina o espaço, sufoca violentamente qualquer diferença que rompa com a lógica ou conteste sua autoridade e poder hegemônicos, “sob alegações ideológicas de ordem, racionalidade, higiene, beleza, segurança, etc.” (Uriarte: 2014). Neste sentido, este espaço concebido pelos planejadores urbanos, imprime um espaço que se impõe sobre o vivido e racionaliza a vida cotidiana das pessoas que habitam e usam o espaço urbano. Porém a diferença resiste, rebela e fratura o espaço abstrato expondo suas contradições. Os atores sociais que contradizem a lógica do Estado-capital permanecem no espaço vigiado como ilegais, negociam informalmente, estabelecem relações, trabalham com lazer e habitam com alegria sua própria ordem urbana. Para tanto, apresentaremos personagens que emergem no/do espaço diferencial da Avenida Sete no centro de Salvador, são “pessoas ordinárias” que reabilitam a agência do corpo na produção da cidade, produtores de espaços para as diferenças e pelas diferenças. Mediante astúcias e bricolagens, (re)estruturam o espaço social à sua maneira, através da arte da vida cotidiana e suas práticas espaciais, existem e resistem pelo direito à cidade. 

GAB: B

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