No texto acima transcrito, a autora defende a ideia de que:

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Q2911385 Português

Texto


  1. Clichês são expressões tão utilizadas e repetidas que se desgastaram e se afastaram de
  2. seu significado original. Essa espécie de "preguiça linguística", que poupa esforços, inibe a
  3. reflexão e multiplica a passividade entre interlocutor e receptor, permeia todos os níveis da
  4. linguagem, da conversa de elevador aos discursos políticos, passando, obviamente, pela
  5. mídia.
  6. Ao usar clichês como muletas do discurso, o texto certamente flui com facilidade - a
  7. linguagem, porém, empobrece. O clichê nasce como uma ideia criativa, mas é repetida à
  8. exaustão e se transforma em um cacoete. Ele está inserido num contexto que a gíria nunca
  9. alcança, e o provérbio sempre ultrapassa - a gíria pressupõe vitalidade, e o provérbio, ao
  10. contrário, já nasce cristalizado.
  11. Entre os chavões mais comuns estão as locuções e combinações invariáveis de palavras
  12. (sempre as mesmas, na mesma ordem), como "frio e calculista", "mentira deslavada" e
  13. "chuva torrencial". Esse tipo de clichê está presente na linguagem falada e escrita, seja
  14. formal ou informal.
  15. O desconforto em relação ao uso de clichês está na denotação de falta de originalidade,
  16. exigindo um mínimo de produção e de interpretação. Por outro lado, os clichês presentes
  17. em um texto, um filme ou uma conversa apenas são entendidos como tal se os
  18. interlocutores tiverem referências em comum.
  19. A tensão entre a necessidade de ser entendido e a vontade de fazê-lo com expedientes
  20. criativos e originais pode levar, num extremo, à adoção de uma linguagem privada e
  21. ininteligível. Segundo o psicanalista e sociólogo alemão Alfred Lorenzer, o indivíduo se
  22. afasta da interação social por conta do uso de palavras-chave, que ele emprega sem
  23. pensar no que significam e que recebe e repassa como moeda de mercado.


(Adaptado de Tatiana Napoli. Língua Portuguesa. São Paulo: Escala educacional, nº 17, p. 48-51)

No texto acima transcrito, a autora defende a ideia de que:

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