São palavras, transcritas do texto, que apresentam dígrafos,...
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Ano: 2014
Banca:
IDECAN
Órgão:
Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo - MG
Provas:
IDECAN - 2014 - Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo - MG - Agente de endemias
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IDECAN - 2014 - Prefeitura de São Gonçalo do Rio Abaixo - MG - Agente comunitário de saúde |
Q517366
Português
Texto associado
Qual o limite do humor?
Fazer rir é uma arte e como em toda arte há bons artistas e maus artistas. Há bons músicos e maus músicos, há
bons pintores e maus pintores, há bons humoristas e maus humoristas. O estranho é que, mesmo assim, quando
publicam uma música de mau gosto, que transforma a mulher em objeto sexual, por exemplo, não se fala em proibi‐la,
retirá‐la de circulação; quando o artista elabora uma pintura obscena, que ofende os bons costumes, às vezes vira
vanguardista, transgressor, e faz sucesso. O humorista, por outro lado, é o alvo da vez.
Talvez porque haja exageros. No pretexto de fazer humor, piadistas chegam a extravasar essa esfera e atingir a
dignidade, a reputação e a imagem alheia, causando danos sociais muitas vezes irreparáveis.
Há um forte argumento que diz que a piada com base em diferenças físicas, de sexo, de orientação sexual e
congêneres reflete o preconceito das elites e das maiorias em desfavor dos oprimidos. Será? Sei que um erro não
justifica outro, mas é fato que o humor sempre foi assim e, até pouquíssimo tempo atrás, ninguém processava
humoristas por piadas de mau gosto. “Os Trapalhões" era recheado de piadas infames e racistas por meio do Mussum e
contra os calvos tendo como alvo Zacarias. E Renato Aragão é, até hoje, embaixador da ONU. O acesso à justiça e a luta
por direitos representa um enorme avanço social que o Brasil conseguiu nos últimos anos, mas algo mudou de lá para cá
na sociedade em si?
Instigado o debate, deixo minha contribuição: penso que o limite do humor é a individualidade. Não se pode
tolher o humorista de fazer graça com diferenças genéricas, atribuíveis a pessoas indeterminadas. Há abuso a ser
coibido, contudo, a partir do momento em que o comediante aponta especificamente o “Fulano de Tal" e, com base
em uma característica que lhe é própria, tira sarro, diminui, ridiculariza aquela pessoa determinada. Aí cabe ao Poder
Judiciário impor as sanções cabíveis para desincentivar condutas desse jaez. De resto, que se permita o humor para
alegrar nossas vidas.
(SUBI, Henrique. Disponível em: http://www.estudeatualidades.com.br/2013/11/qual‐o‐limite‐do‐humor/. Acesso em: 05/12/2014. Adaptado.)
São palavras, transcritas do texto, que apresentam dígrafos, EXCETO: