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Q1069601 Medicina
Um paciente de 51 anos de idade deu entrada na unidade de pronto‐atendimento, referindo dor torácica em região retroesternal de forte intensidade, tipo queimação, irradiada para ambos os membros superiores, associada à náusea, tontura e sudorese, iniciada após atividade sexual, há aproximadamente três horas da admissão. Tabagista, sem outros fatores de risco e com história familiar negativa, realizou eletrocardiograma, que evidenciou supradesnivelamento em DII, DIII e aVF e infradesnivelamento em aVL. Colheu‐se troponina, com resultado de 0,28 (valor de referência até 0,014). Foram iniciados 300 mg de AAS, 300 mg de clopidogrel e 1 mg/kg de enoxaparina subcutânea. A unidade de admissão não tinha hemodinâmica nem capacidade de monitorização para realização de trombólise, então o paciente foi encaminhado para unidade de referência cardiológica após 2 h da admissão, onde realizou novo eletrocardiograma, sem supradesnivelamentos e com onda Q em DIII. Encontrava‐se sem dor torácica e hemodinamicamente estável no momento da admissão na unidade cardiológica.
Com base nesse caso hipotético, assinale a alternativa correta.
Alternativas

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Alternativa Correta: D

O tema central da questão é a Síndrome Coronariana Aguda (SCA), especificamente abordando a condução clínica após um quadro sugestivo de Infarto Agudo do Miocárdio (IAM) com supradesnivelamento do segmento ST. Para resolver a questão, é necessário compreender o manejo padrão em casos de IAM, incluindo a importância de procedimentos como a cineangiocoronariografia e a interpretação de sinais eletrocardiográficos.

Justificativa da Alternativa Correta:

A alternativa D está correta porque descreve adequadamente a evolução do quadro clínico do paciente. O desaparecimento do supradesnivelamento e da dor, associado à presença de onda Q no eletrocardiograma, indica uma provável evolução do infarto. A cineangiocoronariografia é fundamental para avaliar a necessidade de intervenção percutânea, como a angioplastia, e deve ser realizada imediatamente. Isso permite a visualização direta das artérias coronárias e a identificação de obstruções significativas.

Análise das Alternativas Incorretas:

A: A investigação de SCA não deve ser interrompida apenas porque o paciente está sem dor e sem supradesnivelamento no momento. A presença de onda Q sugere que houve dano miocárdico, o que requer um manejo agressivo para reduzir o risco de futuras complicações.

B: Embora o infarto possa estar evoluído, a cineangiocoronariografia continua sendo indicada para avaliar a necessidade de revascularização, especialmente em pacientes com infarto transmural.

C: A trombólise com tenecteplase não é indicada neste momento, pois o paciente já não apresenta supradesnivelamento e está sem dor. A trombólise é mais eficaz quando administrada precocemente em infartos com supradesnivelamento do segmento ST.

E: A alta hospitalar com orientações para acompanhamento ambulatorial é inadequada sem antes realizar uma avaliação completa do estado das coronárias. Isso poderia deixar lesões significativas não tratadas, colocando o paciente em risco de novos eventos isquêmicos.

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Comentários

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O paciente apresenta sintomas típicos de síndrome coronariana aguda e achados no eletrocardiograma que corroboram com essa suspeita. O supradesnivelamento inicial e a elevação da troponina são evidências de lesão miocárdica recente. O fato de o paciente ter evoluído com dor torácica e alterações no eletrocardiograma, seguidos de melhora espontânea dos sintomas e desaparecimento do supradesnivelamento, com a presença de onda Q, sugere uma provável evolução de infarto agudo do miocárdio. Nesse caso, é indicada a realização de cineangiocoronariografia, pois há risco de complicações trombóticas e obstruções coronarianas, que podem levar a um novo infarto ou morte súbita. A trombólise não é indicada nesse momento, pois o paciente já ultrapassou o período de janela terapêutica e não há evidências de isquemia miocárdica em curso. A alternativa correta é a D.

alternativa correta: d) O paciente apresenta desaparecimento de supradesnivelamento e da dor, com onda Q no eletrocardiograma por provável evolução do IAM, e deverá ser encaminhado para cineangiocoronariografia imediatamente.

justificativa

O desaparecimento do supradesnivelamento do segmento ST e da dor, junto com a presença de onda Q no eletrocardiograma, sugere que o infarto já evoluiu. Mesmo com a ausência de dor e o paciente hemodinamicamente estável, a cineangiocoronariografia é indicada para avaliar a extensão da doença coronariana, a presença de lesões críticas e a necessidade de intervenção percutânea ou cirúrgica.

análise das demais alternativas

[A]: Incorreta. A ausência de dor e o desaparecimento do supradesnivelamento do segmento ST não eliminam a necessidade de investigação e tratamento da síndrome coronariana aguda. A cineangiocoronariografia ainda é necessária para avaliar a extensão da doença coronariana.

[B]: Incorreta. O infarto evoluído não contraindica a cineangiocoronariografia. Pelo contrário, a cineangiocoronariografia é essencial para avaliar a necessidade de intervenção adicional.

[C]: Incorreta. A trombólise não é indicada neste momento, pois o paciente já apresentou sinais de reperfusão (desaparecimento do supradesnivelamento e da dor).

[E]: Incorreta. O paciente não deve ser liberado para acompanhamento ambulatorial imediato sem antes passar por uma avaliação detalhada por meio de cineangiocoronariografia.

resumo

O desaparecimento do supradesnivelamento do segmento ST e da dor, associado à presença de onda Q, sugere a evolução do infarto. A cineangiocoronariografia é indicada para avaliar a extensão da doença coronariana e a necessidade de intervenção.

pontos chave

  • avaliação pós-infarto: Cineangiocoronariografia para determinar a extensão da doença e necessidade de intervenção.
  • sinais de reperfusão: Desaparecimento do supradesnivelamento do segmento ST e da dor.
  • importância da cineangiocoronariografia: Essencial mesmo após sinais de infarto evoluído.
  • conduta clínica: Encaminhamento para cineangiocoronariografia imediatamente após estabilização.

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