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Q1069612 Medicina
Um paciente de 33 anos de idade foi admitido na unidade de terapia intensiva devido a quadro de febre iniciada há dois dias, oligúria e tosse produtiva, evoluindo hoje com alteração do nível de consciência e hipotensão. Na admissão no pronto‐socorro, apresentava‐se com desorientação temporoespacial, pressão arterial inaudível, frequência cardíaca de 135 bpm, frequência respiratória de 21 irpm e saturação de oxigênio de 89% em ar ambiente e fez 30 mL/kg de solução cristaloide, tendo evoluído com pressão arterial de 70 x 40 (50) mmHg, frequência cardíaca de 120 bpm, frequência respiratória de 20 irpm e saturação de oxigênio de 92% em ar ambiente, mantendo desorientação temporoespacial. Foi coletada gasometria arterial, que mostrou: pH 7,20; pO2 65; pCO2 50; BIC 15; sO2 93%; e lactato 3 mmol/L.
Com base nesse caso hipotético e nos critérios do SEPSIS 3, o qSOFA e o diagnóstico do paciente seriam, respectivamente,
Alternativas

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O paciente apresenta sinais de disfunção orgânica, como alteração do nível de consciência, hipotensão e hipoxemia, que são indicativos de sepse grave ou choque séptico. De acordo com os critérios do SEPSIS 3, o escore qSOFA é calculado com base nos seguintes critérios: frequência respiratória ≥ 22 irpm, pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg e alteração do nível de consciência. O paciente apresenta dois desses critérios, indicando um escore qSOFA de 2. Além disso, a gasometria arterial mostra acidemia e elevação do lactato, que são indicativos de disfunção orgânica e pior prognóstico. Portanto, o diagnóstico do paciente seria choque séptico, o que corresponde à alternativa D.

A ALTERNATIVA CORRETA É: D

JUSTIFICATIVA:

Vamos analisar os pontos que devem ser considerados:

  1. qSOFA (Quick Sequential Organ Failure Assessment):
  • Alteração do estado mental: O paciente apresenta desorientação temporoespacial, o que contribui com 1 ponto.
  • Frequência respiratória ≥ 22 irpm: A frequência respiratória do paciente é 20 irpm, portanto, não pontua.
  • Pressão arterial sistólica ≤ 100 mmHg: A pressão arterial é 70 x 40 mmHg, com uma pressão média de 50 mmHg, indicando hipotensão grave, que pontua 1 ponto.
  1. Pontuação do qSOFA: O paciente tem 2 pontos, indicando risco de sepse grave ou choque séptico.
  2. Gasometria e diagnóstico clínico:
  • pH 7,20 (acidemia, sugerindo hipoperfusão).
  • pCO2 50 mmHg (indicando acidose respiratória).
  • Lactato de 3 mmol/L (aumento, sugerindo hipoperfusão tecidual).
  1. Esses dados são compatíveis com choque séptico, que é caracterizado por hipotensão persistente e disfunção orgânica (como evidenciado pelo lactato elevado).

ANÁLISE DAS ALTERNATIVAS INCORRETAS:

  • A: O qSOFA pontua 2 pontos, não 3, portanto, está incorreta.
  • B: O diagnóstico de choque séptico está correto, mas a pontuação do qSOFA é 2 (não 3), tornando essa alternativa errada.
  • C: A sepse grave é um quadro mais brando que o choque séptico, e o lactato elevado sugere que o paciente está em choque séptico, não apenas com sepse grave. A pontuação de 2 no qSOFA não é suficiente para caracterizar sepse grave isolada.
  • E: A pontuação do qSOFA não é 1, logo esta alternativa também está incorreta.

EM RESUMO: A pontuação no qSOFA é 2, o que sugere risco para choque séptico devido à hipotensão grave e aumento do lactato. A alternativa D é a mais adequada, pois descreve corretamente a pontuação do qSOFA e o diagnóstico.

PONTOS CHAVE:

  • O qSOFA ajuda a identificar pacientes com risco de sepse grave ou choque séptico.
  • Choque séptico é caracterizado por hipotensão persistente e disfunção orgânica, como evidenciado pelos dados laboratoriais.

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