Considerando que o “a”, como palavra, pode ser classificada ...
“Ser professora é um estilo de vida”
(Wallace Cardozo, Rede Galápagos, Salvador)
No Recife, professora diz ter encontrado propósito de vida depois de começar a atuar com educação infantil: “Vou alfabetizar quantas crianças eu puder”
O período de isolamento acabou sendo uma oportunidade para que nós, educadores, buscássemos novas soluções para a sala de aula. Na Internet, encontrei o Polo e resolvi fazer a formação Experiência e Protagonismo: a BNCC na Educação Infantil. Entendi que é preciso envolver a família para garantir o direito à aprendizagem das crianças pequenas. Pensando nisso, desenvolvi um podcast, o Educação & Família. Eu gravava em casa e enviava aos pais e responsáveis. Dessa forma, por menor que fosse seu nível de alfabetização, era possível estimular as crianças em casa.
Enquanto estive fazendo o podcast, ainda não havia conhecido a minha turma pessoalmente. Quando finalmente retornamos à modalidade presencial, fiquei surpresa ao perceber que algumas das crianças já liam. O comprometimento da família é fundamental para a aprendizagem, e eu pude perceber isso também dentro de casa. Durante a pandemia, investi muito no incentivo à leitura para os meus dois filhos. Comprei livros e li com eles, que também voltaram à escola lendo.
Além de professora sou gestora do Instituto Mucambo, cuja sede fica no quintal de minha casa. A organização surgiu para formalizar um projeto que outros educadores e eu já realizávamos, chamado Leituras Brincantes. Com crianças em situação de vulnerabilidade, realizamos atividades como mediação de leitura, contação de histórias e distribuição de livros, além de arrecadação e doação de alimentos. No mesmo intuito de envolver as famílias, fazemos periodicamente rodas de leitura com as mães.
Inscrevemos o Instituto Mucambo no programa Leia com uma criança e recebemos caixas de livros. Nesse processo, fiz mais uma formação no Polo, dessa vez voltada à mediação de leitura para o público infantil. Gosto dos cursos da plataforma porque são objetivos e práticos. Esse tipo de abordagem é muito importante para professores porque geralmente temos muita vontade de aprender, mas pouco tempo. Usei os livros na escola, no instituto e também em casa. Por aqui, o maior sucesso foi o Meu crespo é de rainha. Ao final da leitura, meus filhos perguntaram se o cabelo deles é crespo. Quando eu disse que não, disseram que queriam ter o cabelo crespo.
Alfabetizar é o meu propósito. Em minha trajetória, pretendo ensinar a leitura e a escrita a quantas crianças conseguir. Esse é um direito delas. Fico pensando como seria a minha vida se eu não soubesse ler e escrever. Que perspectiva de vida têm aquelas pessoas que não são alfabetizadas? Foi por meio desse propósito que me encontrei ao começar a trabalhar com a educação infantil.
Antes disso, atuei com o Ensino Médio e a Educação de Jovens e Adultos (EJA). Formada em letras, dava aulas de inglês e de língua portuguesa, até começar a lecionar na rede municipal, em 2016. Eu já entendia que a alfabetização era uma questão delicada, mesmo sem saber como funciona esse processo. Tive alunos do terceiro ano do ensino médio que não tinham autonomia para escrever.
A educação infantil me fez entender vulnerabilidades, como a pobreza e outras violações de direito. Esses contextos também existiam na realidade dos outros públicos com quem eu trabalhava antes, mas as crianças não mentem. Elas me dizem que estão com fome, ou que passaram a noite trabalhando, ou mesmo que sofreram algum tipo de abuso. Alfabetizar crianças expostas a situações de vulnerabilidade ocasionadas pela pobreza é um desafio enorme.
Desde que tive esse choque de realidade pela primeira vez, busco entender o impacto da pobreza no desenvolvimento cognitivo da criança. Durante a pandemia, por exemplo, enviamos fichas de atividades. Não funcionavam muito bem porque as fichas devem ser a finalização de todo um processo lúdico de ensino e aprendizagem, e os pais não são (nem têm que ocupar o papel de) professores. Uma parcela relevante deles tem um grau de escolaridade muito básico, o que aumentava o desafio.
Ser professora é mais do que uma profissão. É um estilo de vida. Nós pensamos e falamos em educação 24 horas por dia, 7 dias por semana. O Instituto Mucambo, espaço onde posso experimentar, tem me ajudado muito nesse processo. Levo para a escola o que aprendo lá, e vice-versa. Trabalhar com crianças em vulnerabilidade é aprender todos os dias que não dá pra atuar só com um livro na mão numa realidade de insegurança alimentar. Como diz a letra da canção, “a gente quer comida, diversão e arte”.
Disponível em: https://www.itausocial.org.br/noticias/ser-
professora-e-um-estilo-de-
vida/?gad_source=1&gclid=CjwKCAiAp5qsBhAPEiwAP0qeJjaA Tmxip8Xd_91FihDufStbSH1dmUZORUMHWGygoZiMKDVDyE6
bdBoCQvUQAvD_BwE. Acesso em 23 dez.2023.
Considerando que o “a”, como palavra, pode ser classificada como artigo definido, preposição ou pronome pessoal, observe as seis ocorrências que se encontram no parágrafo “Alfabetizar é o meu propósito. Em minha trajetória, pretendo ensinar a leitura e a escrita a quantas crianças conseguir. Esse é um direito delas. Fico pensando como seria a minha vida se eu não soubesse ler e escrever. Que perspectiva de vida têm aquelas pessoas que não são alfabetizadas? Foi por meio desse propósito que me encontrei ao começar a trabalhar com a educação infantil”. É correto afirmar que trata-se de
- Gabarito Comentado (0)
- Aulas (4)
- Comentários (4)
- Estatísticas
- Cadernos
- Criar anotações
- Notificar Erro
Comentários
Veja os comentários dos nossos alunos
ONDE se encontram os comentaristas de gabarito???????????
ARTIGO
- O artigo pode ser retirado do contexto, sem alteração no sentido da frase;
- Aponta um substantivo claro, vindo sempre antes dele;
- Quando for definido (o, a, os, as), pode ser substituído por um indefinido (um, uma, uns, umas), e vice-versa.
Exemplos:
► Abomino A retórica politicamente correta.
- pode ser retirado sem prejudicar o sentido da frase;
PRONOME
- O pronome pode ser referido a alguma pessoa do discurso no contexto;
- Pode também substituir uma pessoa do discurso no contexto;
- Quando ocorre de "um(s)" ser pronome, "um" não apontará nenhum substantivo, pois ele estará oculto.
Exemplos:
► Você A viu andando por aí?
- refere-se a "ela" (a alguém, mesmo que não determinado pelo contexto);
PREPOSIÇÃO
- A preposição não pode ser retirada do contexto, pois deixa o sentido da frase estranho;
- Não podem substituir ou se referir a alguma pessoa do discurso.
- Em geral, a preposição "A" pode ser substituída por "PARA".
Exemplo:
► Geralmente, alunos de medicina gostam de ir A festas.
- se retirada, o sentido fica estranho;
GABARITO E
FONTE: SITE RECANTO DAS LETRAS
Vamos analisar cada ocorrência da palavra "a" no parágrafo fornecido, considerando as diferentes classificações que ela pode assumir:
- Primeira ocorrência: "pretendo ensinar a leitura e a escrita" – Aqui, a palavra "a" está sendo utilizada como artigo definido, pois está determinando os substantivos "leitura" e "escrita".
- Segunda ocorrência: "ensinar a leitura e a escrita a quantas crianças conseguir" – Aqui, a palavra "a" está sendo usada como preposição, indicando a quem se destina o ensino ("quantas crianças").
- Terceira ocorrência: "ensinar a leitura e a escrita a quantas crianças conseguir" – Mesma análise da segunda ocorrência. "A" é preposição.
- Quarta ocorrência: "Que perspectiva de vida têm aquelas pessoas que não são alfabetizadas?" – A palavra "a" aparece dentro de "aquelas", que é um artigo definido dentro do pronome demonstrativo "aquelas".
- Quinta ocorrência: "Foi por meio desse propósito que me encontrei ao começar a trabalhar com a educação infantil" – Aqui, "a" está sendo utilizado como artigo definido, determinando o substantivo "educação".
- Sexta ocorrência: "Foi por meio desse propósito que me encontrei ao começar a trabalhar com a educação infantil" – Aqui, "a" é preposição, ligando o verbo "trabalhar" ao substantivo "educação infantil".
Agora, revisando as alternativas:
Alternativa A: Incorreta, pois "a" não é artigo definido em todas as ocorrências.
Alternativa B: Incorreta, pois "a" não é pronome pessoal em nenhuma ocorrência.
Alternativa C: Incorreta, "a" é preposição na segunda e na terceira ocorrência, e não pronome pessoal.
Alternativa D: Incorreta, "a" não é pronome pessoal na primeira ocorrência.
Alternativa E: Correta, pois "a" é preposição na terceira e quinta ocorrência, sendo artigo definido nas demais.
A resposta correta é a Alternativa E.
Confusa essa questão!
Clique para visualizar este comentário
Visualize os comentários desta questão clicando no botão abaixo