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Q2040886 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.

 O plástico nos oceanos: uma questão que preocupa

Dos grandes acúmulos de lixo visíveis na superfície ao leito mais profundo do oceano, o plástico está por toda parte no ambiente marinho. Estima-se que há acumulado entre 86 milhões e 150 milhões de toneladas (t) do material, em seus inúmeros formatos, composições e tamanhos, que podem demorar séculos para se decompor. Só o Brasil lança potencialmente no ambiente 3,44 milhões de t de sacolas plásticas, garrafas PET, canudos, embalagens de xampu e isopor a cada ano, segundo um recém-divulgado estudo do projeto Blue Keepers realizado pelo Pacto Global da Organização das Nações Unidas (ONU) no Brasil. Como seu uso é relativamente recente, popularizando-se apenas depois da Segunda Guerra Mundial (1939-1945) e intensificando-se a partir dos anos 1970, muitos dos efeitos sobre organismos e ecossistemas ainda são desconhecidos, em especial os das partículas menores. Mas um robusto corpo de evidências aponta para consequências importantes e graves.

Na Conferência do Oceano, promovida pela ONU no fim de junho em Lisboa, a poluição marinha por plástico ganhou destaque. Especialistas ressaltaram a sua ligação com as mudanças climáticas, já que 4,5% das emissões de carbono estão relacionadas à produção e ao descarte de material polimérico - por exemplo, como resultado da lenta decomposição química do lixo despejado no mar. "Nossos oceanos se encontram em um estado crítico e numerosas ações são necessárias", disse o secretário de Estado da Suécia para a Mudança Climática e o Ambiente, Anders Grönvall, na abertura de um dos eventos da conferência que buscou tratar de inovações para combater esse tipo de poluição. "Não podemos ignorar que os plásticos são a maior parte do lixo marinho. Oitenta por cento do lixo de plástico encontrado no oceano tem origem terrestre e a previsão é de que ele triplique até 2040 se não houver uma ação significativa".

A ONU declarou o período de 2021 a 2030 como a Década da Ciência Oceânica para o Desenvolvimento Sustentável - ou a Década do Oceano. Embora a poluição por plásticos seja a mais preocupante, os ambientes marinhos também são impactados por outras fontes, como derramamento de petróleo, despejo de rejeitos de mineração e lançamento de esgoto doméstico e industrial sem tratamento.

No primeiro semestre deste ano, a organização não governamental (ONG) internacional WWF divulgou um relatório, elaborado pelo Instituto Alfred Wegener - Centro Helmholtz para Pesquisa Polar e Marinha, na Alemanha, com uma conclusão desalentadora. Mesmo se toda a poluição por plástico cessasse hoje, o nível de microplástico, aqueles que não passam de 5 milímetros (mm) de tamanho, dobraria até 2050 nos oceanos. Isso ocorreria porque os plásticos já existentes nesse ambiente vão se partindo em fragmentos cada vez menores, sem ter sua estrutura principal modificada. O documento faz uma revisão de 2.592 estudos científicos que tratam do impacto desse tipo de poluição sobre as espécies, a biodiversidade e os ecossistemas marinhos. Dezenas de artigos citados têm como autores pesquisadores brasileiros.

"Em algumas épocas do ano, há mais microplástico do que larva de peixe em suspensão na água junto com o plâncton", comenta o ecólogo marinho Mário Barletta, da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), que assina, pelo menos, 10 trabalhos mencionados pelo relatório. Especialista em ecologia de estuário, Barletta investiga o ambiente aquático de transição entre o rio Goiana, na porção norte de Pernambuco, e o mar. "Tomo esse estuário como referência para explicar o fenômeno para todos os estuários tropicais. E olha que o local é muito bem preservado."

Retirado e adaptado de: JONES, Frances. Brasil lança 3,44 milhões de toneladas de lixo plástico no mar por ano. Pesquisa FAPESP. Disponível em: -deelxxoo-paastco-nommmar-po-anno /brasil-lanca-344-milhoes-de-toneladas-de-lixo-plastico-no-mar-por-ano/
Acesso em: 03 nov., 2022.
Em relação às figuras de linguagem, analise as afirmações a seguir:
I.Na sentença "Os microplásticos são ótimos, vão acabar com a vida nos oceanos", temos uma ironia.
II.Na oração "Gostaria de embarcar em um foguete e encontrar um planeta menos poluído", há a figura de linguagem conhecida como personificação.
III.Na sentença "Sem a poluição, como perceber a pureza?", há a presença de um paradoxo.
É correto o que se afirma em:
Alternativas

Comentários

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gabarito letra C

na II é catacrese --> já absorvida no uso comum da língua, de emprego tão corrente que não é mais tomada como tal, e que serve para suprir a falta de uma palavra específica que designe determinada coisa; abusão (p.ex.: braços de poltrona; cair num logro; dentes do serrote; nariz do avião; pescoço de garrafa; virar um vaso de cabeça para baixo etc.).

A assertiva II trata-se de CATACRESE que é: Emprego impróprio de uma palavra, por falta de outra que expresse melhor o significado do objeto, da localização ou da ação, por exemplo: “Embarquei no avião às 5 horas”. como no caso da assertiva II "EMBARQUEI", pois só se embarca em navio ou barco, não tem como embarcar-se em um foguete.

#PMMINAS - OBA

Gabarito: C

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Após a leitura da frase II, percebe-se que a mesma está errada e nas opções identificar que somente a Letra C não tem a opção II, esta é o gabarito.

Acredito que o III seja uma antítese, não um paradoxo. A antítese gera uma ideia de dualidade. Acredito que esse seja o caso

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