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Q2002507 Português
Leia o texto a seguir e responda as questões 1 a 10:

Saúde, educação e qualidade de vida

A proposta de discutir saúde, educação e qualidade de vida pressupõe o estabelecimento de contornos conceituais que favoreçam sua compreensão. Entre as inúmeras possibilidades que o tema permite, o ponto de partida será a reflexão que os direitos humanos instigam sobre a imbricação dessas áreas com o “estado de direito”. Segundo Dalmo Dallari, são três os direitos humanos fundamentais: saúde, educação e trabalho.
O direito à saúde é definido pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o estado de completo bem-estar físico, psíquico e social, resultante da interação com o meio ambiente, a alimentação, a habitação, a assistência médico-hospitalar e a qualidade das relações socioafetivas adquiridas ao longo de seu desenvolvimento. O direito à educação refere-se ao desenvolvimento intelectual, à obtenção e à ampliação de conhecimento para desenvolvimento psíquico e interação social, sem os quais os homens se aprisionam nas formas desiguais dadas pelas estruturas sociais. O terceiro direito fundamental é o do trabalho, em condições dignas e justas, que ofereça recompensa pelo esforço empreendido e seja objeto de realização, satisfação e prestígio pessoal e social. O cumprimento desses direitos básicos deve garantir a dignidade e o bom desenvolvimento do homem, propiciando boa qualidade de vida.
Isso posto, cabe a reflexão de como esse “estado de direito” vem sendo cumprido nas sociedades contemporâneas, principalmente na nossa. Pode-se afirmar que esforços históricos são adotados para minimizar as desigualdades nos campos da saúde e da educação, embora a falta de acesso e de qualidade dos serviços básicos ainda seja determinante para a baixa qualidade de vida da maioria da população brasileira. Conforme aponta Fábio Comparato, o direito deve ser exigido pelo cidadão de qualquer comunidade, mas nossa tradição é a da acomodação e dos favores. Aquilo que é direito muitas vezes passa a ser entendido como favor e há inversão do valor social. As desigualdades ficam justificadas pelas diferenças – de cor, raça, gênero, credo – e o que deveria ser a base da construção cultural da estrutura social passa a cristalizar processos de pauperização e injustiça.
Fazendo breve análise dos campos da saúde e da educação no país, é possível afirmar que __ duas últimas décadas foram de ampliação inquestionável dos serviços básicos de atendimento, no que se refere, pelo menos, __ acessibilidade. Na saúde, o Sistema Único de Saúde (SUS) propõe a prevenção e a promoção descentralizada, favorecendo que estados e municípios considerem suas especificidades e elejam prioridades de acordo com __ necessidades específicas de cada região. Na educação, o acesso ao ensino fundamental foi ampliado significativamente tanto nos centros urbanos quanto nas áreas rurais. Iniciativas em relação ao ensino médio e universitário ganharam força principalmente nos últimos anos. Programas sociais como o Renda Mínima e o Bolsa Família, entre outros, foram criados priorizando essas duas áreas.
No entanto, verificamos que essas medidas de caráter macrossocial estão longe de fazer cumprir os direitos fundamentais da dignidade e do bom desenvolvimento. Na saúde, embora haja melhoras significativas como a queda da taxa de desnutrição infantil obtida pelo sucesso das campanhas dirigidas ao aleitamento materno, ainda temos problemas elementares, entre os quais a defasagem no acompanhamento pré-natal, a efetivação da prevenção e do controle dos fatores de risco, como gravidez na adolescência, a infecção pelas doenças sexualmente transmissíveis e o combate às drogas. Na educação, o esvaziamento do sentido da escola, em razão do esgotamento da escolaridade como mobilidade social e do enfraquecimento da capacidade socializadora, promove fenômenos cada vez mais frequentes como a incompreensão e a indisciplina.
A qualidade das relações vinculares que as pessoas efetivam nas diversas instituições às quais pertencem – a escola, a família e o trabalho – pode, em muito, elevar a sua autoestima, a definição de escolhas, a exigência e a atuação em direção à conquista dos direitos e da obtenção da dignidade humana e do bom desenvolvimento. Não se trata da individuação dos problemas, mas de incentivar o protagonismo de ideias e ações a favor de uma cidadania ativa.

Texto especialmente adaptado para esta prova. Disponível em: https://www.redalyc.org/html/929/92970211/. Acesso: 21 Dez. 2018.
Na frase “o ponto de partida será a reflexão que os direitos humanos instigam sobre a imbricação dessas áreas com o ‘estado de direito’”, a palavra “ponto” pode ser entendida, mesmo que no sentido conotativo, sob a ótica geométrica por se referir espacialmente a um local de largada, de início das reflexões. Entretanto, também é possível perceber a palavra “ponto” inserida no ambiente escolar, quando, por exemplo, o aluno precisa de “um ponto” para ser aprovado em matemática. Quando uma palavra, sem sofrer alterações em sua forma escrita, apresenta mais de um significado pertencente a campos diferentes TEM-SE o fenômeno semântico denominado:
Alternativas

Comentários

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Polissemia ocorre quando uma mesma palavra possui mais de um significado.

ex: tênis

Palavras Homônimas são palavras que possuem a mesma pronúncia (às vezes, a mesma escrita) e significados distintos.

e parônimas são muito parecidas na pronúncia e na escrita, entretanto, possuem significados diferentes.

Polissemia - mesma palavra, mesma classe gramatical, só muda o sentido. Ex: peça (de automóvel, de teatro, de carne, etc.)

Homonímia - palavras iguais na pronúncia e/ou na grafia, mas com significados diferentes.

  • Homônimos Homófonos: pronúncia igual e grafia diferente. Ex: Concerto e Conserto.
  • Homônimos Homógrafos: grafia igual e pronúncia diferente. Ex: Colher (verbo) e Colher (substantivo - instrumento usado para comer).
  • Homônimos Perfeitos: mesmo som, mesma escrita e classe gramatical diferente. Ex: Cedo (advérbio) e Cedo (verbo).

Paronímia - palavras parecidas tanto na grafia quanto na pronúncia. Ex: acidente e incidente.

A polissemia ocorre quando uma palavra tem vários significados relacionados entre si, dependendo do contexto. Esses significados surgem de uma evolução do uso da palavra, mantendo uma conexão semântica.

Exemplos:

  1. Banco:
  • Sentar: "Sentei no banco da praça."
  • Instituição financeira: "Fui ao banco depositar dinheiro."
  1. Cabeça:
  • Parte do corpo: "A cabeça está doendo."
  • Líder ou chefe: "Ele é a cabeça do grupo."

Analogia:

Pense na polissemia como uma árvore. A palavra é o tronco, e os significados são os galhos que se conectam ao tronco principal, partindo de uma mesma raiz.

A homonímia acontece quando palavras que possuem a mesma grafia ou som têm significados completamente diferentes, sem nenhuma relação entre si. Pode ser dividida em:

  • Homônimos homógrafos: mesma grafia, pronúncia diferente.
  • Homônimos homófonos: mesma pronúncia, grafia diferente.
  • Homônimos perfeitos: mesma grafia e mesma pronúncia.

Exemplos:

  1. Homônimos homógrafos:
  • Colher (verbo): "Vou colher flores."
  • Colher (utensílio): "Passe a colher, por favor."
  1. Homônimos homófonos:
  • Conserto (reparar algo): "Preciso fazer o conserto do carro."
  • Concerto (apresentação musical): "O concerto foi emocionante."
  1. Homônimos perfeitos:
  • Manga (fruta): "Comi uma manga deliciosa."
  • Manga (roupa): "A manga da camisa rasgou."

Analogia:

A homonímia é como duas pessoas com o mesmo nome, mas que não têm nenhuma relação entre si.

A paronímia ocorre quando duas palavras possuem grafia ou pronúncia parecidas, mas têm significados diferentes.

Exemplos:

  1. Infligir / Infringir:
  • Infligir: "Ele infligiu sofrimento ao colega."
  • Infringir: "Ela infringiu as regras da escola."
  1. Comprimento / Cumprimento:
  • Comprimento: "O comprimento do vestido é adequado."
  • Cumprimento: "Ele me deu um cumprimento cordial."

Analogia:

A paronímia é como duas pessoas gêmeas: parecem iguais à primeira vista, mas têm personalidades bem diferentes.

A ambiguidade ocorre quando uma frase, por causa da construção ou do contexto, apresenta mais de uma interpretação possível. Isso pode ser proposital (usado como recurso estilístico) ou acidental (causando confusão).

Exemplos:

  1. "Vi o rapaz com o binóculo."
  • O rapaz estava com o binóculo?
  • Ou você usou o binóculo para vê-lo?
  1. "Ele gosta de pintar quadros e casas."
  • Ele pinta quadros e também casas?
  • Ou ele pinta quadros que têm o desenho de casas?

Analogia:

A ambiguidade é como um enigma com duas respostas possíveis: você precisa do contexto para escolher qual delas faz sentido.

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