"Minha mãe é muito faladeira e sociável , mas ela curte mui...

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Q3159136 Português
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.


Ruth Rocha, de 'Marcelo, Marmelo, Martelo', fecha contrato até 108 anos: 'Não aguento fazer muita coisa, mas gosto muito de escrever'

Obra atravessada pela ditadura e pela covid-19


Em dezembro de 2023, Ruth lançou O Grande Livro dos Macacos, com curiosidades sobre esses animais e sobre a Teoria da Evolução de Charles Darwin.


Foi, diz a filha Mariana, uma forma de se contrapor ao negacionismo da ciência que angustiava a escritora durante a pandemia de covid-19 — ela dedicou o livro aos cientistas.


Duas das páginas trazem desenhos de Miguel, neto de Ruth, que é designer. "Ele não faz esse tipo de desenho, fez porque eu pedi", diz a avó, orgulhosa.


A indignação com questões políticas e sociais foi ponto de partida para as histórias de Ruth em outros momentos de sua carreira.


Livros como O Reizinho Mandão, por exemplo, criticavam o autoritarismo em plena ditadura militar, mas não chamavam a atenção dos órgãos de censura.


"Ninguém levava muito a sério literatura infantil, achavam que era bobagem", diz Ruth.


Ela lembra de quando, ainda na ditadura, recebeu um prêmio diretamente das mãos de um ministro da Educação por outra obra que tocava em assuntos como poder e democracia: O rei que não sabia de nada.


Se os livros sobre governantes autoritários enganaram os censores, não passaram batido pelas crianças.


Ruth conta que em uma ocasião, após contar a história de O Reizinho Mandão, um pequeno leitor disse a ela: "Mas esse é o presidente da República!".


Ela tentou disfarçar. "Eu falei: 'Não, imagina, é um irmão mandão, um pai mandão'. Aí ele perguntou: 'Você não tem medo da polícia?' Respondi que sim, tinha muito medo."


Formada em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de Sociologia e Política de São Paulo, Ruth começou a escrever histórias infantis a pedido de uma amiga, Sonia Robatto, diretora da Recreio — revista da editora Abril que a própria Ruth dirigiu posteriormente.


A sugestão de Sonia foi bastante veemente.


"Ela queria que eu fizesse uma história. Eu falava: eu conto histórias para a Mariana, mas eu não sei contar outras histórias. Ela ficava: conta, conta, conta, conta. Até que um dia, ela me trancou na casa dela. E eu sentei e escrevi", lembra Ruth.


Essa primeira história que Ruth publicou, até hoje muito conhecida dos leitores, é sua versão do clássico Romeu e Julieta com duas borboletas como personagens: uma azul e uma amarela, que não podiam brincar juntas por terem cores diferentes.


Era, segundo ela, uma forma de abordar o preconceito sem perder a fantasia e a ludicidade de uma boa história infantil, característica que acompanhou a escrita da autora ao longo de sua carreira.


"Os livros dela agradam demais aos professores, são adotados em massa pelas escolas e às vezes as pessoas querem colocar como educativo", diz Mariana.


"É um trabalho que inspira conhecimento e transformação, mas ela sempre fala: minha obra não é didática."


Ruth afirma que sua intenção é despertar nas crianças o mesmo prazer pela literatura que ela tem desde sua infância, quando ouvia histórias contadas por seus pais e avós e pegava livros emprestados toda semana em uma biblioteca.


"A vida inteira eu tinha muitas ideias. Eu estava escrevendo uma história e já saía com três ideias para escrever, ficava com aquilo na cabeça", conta.


De suas 218 obras, ela diz que não tem uma favorita, mas admite que algumas são especiais, citando Marcelo, Marmelo, Martelo, Quando eu comecei a crescer e Um cantinho só pra mim.


Esses dois últimos têm um forte teor autobiográfico, segundo Mariana.


"Minha mãe é muito faladeira e sociável, mas ela curte muito também ficar sozinha, ter momentos de quietude, no mundo dela, pensando na vida", aponta a filha de Ruth.


"Acho que isso também propiciou a criação, a imersão no mundo da Imaginação."


Mariana conta que recebe muitas manifestações de carinho de leitores de diferentes gerações.


"Minha mãe fez parte da infância e do crescimento de muita gente. Pessoas falam que a literatura dela transformou suas vidas, porque mostrou uma amplitude de possibilidades para o ser humano se desenvolver", diz Mariana.


"Tem gente que chora e eu choro junto. É muito bonito."


Apesar das mudanças trazidas pela velhice, Ruth continua escrevendo — à mão, em pranchetas.


Ela acabou de terminar uma obra que chamou de Histórias pequeninas de gente pequenina e está trabalhando em um texto com uma nova versão do conto de Cinderela.


"Não aguento fazer muita coisa, mas eu gosto muito [de escrever]. É a minha vida."


(https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd6ve1zv5n1o)
"Minha mãe é muito faladeira e sociável , mas ela curte muito também ficar sozinha , ter momentos de quietude, no mundo dela, pensando na vida", aponta a filha de Ruth."

Quanto ao processo de formação das palavras destacadas no trecho, indique a alternativa que apresenta palavras formadas pelo mesmo processo.
Alternativas

Comentários

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cade os guru dos concursos pô????

  1. "Faladeira":
  • Formada por derivação sufixal: a palavra "fala" recebeu o sufixo "-deira" para indicar uma característica (quem fala muito).
  1. "Sociável":
  • Formada por derivação sufixal: a palavra "sócio" recebeu o sufixo "-ável" para indicar uma qualidade (alguém que tem facilidade em socializar).

As duas palavras são formadas pelo mesmo processo: derivação sufixal.

A) Felizmente, Desigualdade e vendedor.

  • "Felizmente": Derivação sufixal ("feliz" + "-mente").
  • "Desigualdade": Derivação prefixal e sufixal ("des-" + "igual" + "-dade").
  • "Vendedor": Derivação sufixal ("vende" + "-dor").
  • Incorreta: Nem todas são formadas apenas por derivação sufixal.

B) Comerciante, amável e atualizar.

  • "Comerciante": Derivação sufixal ("comércio" + "-ante").
  • "Amável": Derivação sufixal ("amar" + "-vel").
  • "Atualizar": Derivação sufixal ("atual" + "-izar").
  • Correta: Todas são formadas por derivação sufixal.

C) Terrestre, perfumado e amaldiçoar.

  • "Terrestre": Derivação sufixal ("terra" + "-estre").
  • "Perfumado": Derivação sufixal ("perfume" + "-ado").
  • "Amaldiçoar": Derivação prefixal e sufixal ("a-" + "maldição" + "-ar").
  • Incorreta: "Amaldiçoar" não é formada apenas por derivação sufixal.

D) Dignidade, austeridade e envilecer.

  • "Dignidade": Derivação sufixal ("digno" + "-dade").
  • "Austeridade": Derivação sufixal ("austero" + "-dade").
  • "Envilecer": Derivação prefixal e sufixal ("en-" + "vile" + "-cer").
  • Incorreta: "Envilecer" não é formada apenas por derivação sufixal.

Todas são formadas pelo processo de sufixação.

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