"Se os livros sobre governantes autoritários enganaram os ...
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Ano: 2025
Banca:
Unesc
Órgão:
InoversaSul
Prova:
Unesc - 2025 - InoversaSul - Professor de Língua Portuguesa - Ensino Médio |
Q3159140
Português
Texto associado
O texto seguinte servirá de base para responder à questão.
Ruth Rocha, de 'Marcelo, Marmelo, Martelo', fecha
contrato até 108 anos: 'Não aguento fazer muita
coisa, mas gosto muito de escrever'
Obra atravessada pela ditadura e pela covid-19
Em dezembro de 2023, Ruth lançou O Grande Livro dos
Macacos, com curiosidades sobre esses animais e sobre
a Teoria da Evolução de Charles Darwin.
Foi, diz a filha Mariana, uma forma de se contrapor ao
negacionismo da ciência que angustiava a escritora
durante a pandemia de covid-19 — ela dedicou o livro
aos cientistas.
Duas das páginas trazem desenhos de Miguel, neto de
Ruth, que é designer. "Ele não faz esse tipo de desenho,
fez porque eu pedi", diz a avó, orgulhosa.
A indignação com questões políticas e sociais foi ponto
de partida para as histórias de Ruth em outros momentos
de sua carreira.
Livros como O Reizinho Mandão, por exemplo,
criticavam o autoritarismo em plena ditadura militar, mas
não chamavam a atenção dos órgãos de censura.
"Ninguém levava muito a sério literatura infantil, achavam
que era bobagem", diz Ruth.
Ela lembra de quando, ainda na ditadura, recebeu um
prêmio diretamente das mãos de um ministro da
Educação por outra obra que tocava em assuntos como
poder e democracia: O rei que não sabia de nada.
Se os livros sobre governantes autoritários enganaram
os censores, não passaram batido pelas crianças.
Ruth conta que em uma ocasião, após contar a história
de O Reizinho Mandão, um pequeno leitor disse a ela:
"Mas esse é o presidente da República!".
Ela tentou disfarçar. "Eu falei: 'Não, imagina, é um irmão
mandão, um pai mandão'. Aí ele perguntou: 'Você não
tem medo da polícia?' Respondi que sim, tinha muito
medo."
Formada em Ciências Políticas e Sociais pela Escola de
Sociologia e Política de São Paulo, Ruth começou a
escrever histórias infantis a pedido de uma amiga, Sonia
Robatto, diretora da Recreio — revista da editora Abril
que a própria Ruth dirigiu posteriormente.
A sugestão de Sonia foi bastante veemente.
"Ela queria que eu fizesse uma história. Eu falava: eu
conto histórias para a Mariana, mas eu não sei contar
outras histórias. Ela ficava: conta, conta, conta, conta.
Até que um dia, ela me trancou na casa dela. E eu sentei
e escrevi", lembra Ruth.
Essa primeira história que Ruth publicou, até hoje muito
conhecida dos leitores, é sua versão do clássico Romeu
e Julieta com duas borboletas como personagens: uma azul e uma amarela, que não podiam brincar juntas por
terem cores diferentes.
Era, segundo ela, uma forma de abordar o preconceito
sem perder a fantasia e a ludicidade de uma boa história
infantil, característica que acompanhou a escrita da
autora ao longo de sua carreira.
"Os livros dela agradam demais aos professores, são
adotados em massa pelas escolas e às vezes as
pessoas querem colocar como educativo", diz Mariana.
"É um trabalho que inspira conhecimento e
transformação, mas ela sempre fala: minha obra não é
didática."
Ruth afirma que sua intenção é despertar nas crianças o
mesmo prazer pela literatura que ela tem desde sua
infância, quando ouvia histórias contadas por seus pais e
avós e pegava livros emprestados toda semana em uma
biblioteca.
"A vida inteira eu tinha muitas ideias. Eu estava
escrevendo uma história e já saía com três ideias para
escrever, ficava com aquilo na cabeça", conta.
De suas 218 obras, ela diz que não tem uma favorita,
mas admite que algumas são especiais, citando Marcelo,
Marmelo, Martelo, Quando eu comecei a crescer e Um
cantinho só pra mim.
Esses dois últimos têm um forte teor autobiográfico,
segundo Mariana.
"Minha mãe é muito faladeira e sociável, mas ela curte
muito também ficar sozinha, ter momentos de quietude,
no mundo dela, pensando na vida", aponta a filha de
Ruth.
"Acho que isso também propiciou a criação, a imersão
no mundo da Imaginação."
Mariana conta que recebe muitas manifestações de
carinho de leitores de diferentes gerações.
"Minha mãe fez parte da infância e do crescimento de
muita gente. Pessoas falam que a literatura dela
transformou suas vidas, porque mostrou uma amplitude
de possibilidades para o ser humano se desenvolver",
diz Mariana.
"Tem gente que chora e eu choro junto. É muito bonito."
Apesar das mudanças trazidas pela velhice, Ruth
continua escrevendo — à mão, em pranchetas.
Ela acabou de terminar uma obra que chamou de
Histórias pequeninas de gente pequenina e está
trabalhando em um texto com uma nova versão do conto
de Cinderela.
"Não aguento fazer muita coisa, mas eu gosto muito [de
escrever]. É a minha vida."
(https://www.bbc.com/portuguese/articles/cd6ve1zv5n1o)
"Se os livros sobre governantes autoritários enganaram
os censores, não passaram batido pelas crianças."
"Ele não faz esse tipo de desenho, fez porque eu pedi", diz a avó, orgulhosa."
"A indignação com questões políticas e sociais foi ponto de partida para as histórias de Ruth em outros momentos de sua carreira."
Analise as afirmativas considerando as classes gramaticais dos vocábulos extraídos do texto e suas funções no contexto em que foram empregados.
I.O vocábulo 'orgulhosa' é um adjetivo com função de predicativo do sujeito.
II.O vocábulo 'políticas', em 'questões políticas', pertence à mesma classe de palavra da destacada em : "As políticas públicas são essenciais para reduzir as desigualdades sociais."
III.O vocábulo 'desenho' e 'partida' pertencem a mesma classe de palavras.
IV.O vocábulo 'sobre' é uma preposição.
Estão corretas:
"Ele não faz esse tipo de desenho, fez porque eu pedi", diz a avó, orgulhosa."
"A indignação com questões políticas e sociais foi ponto de partida para as histórias de Ruth em outros momentos de sua carreira."
Analise as afirmativas considerando as classes gramaticais dos vocábulos extraídos do texto e suas funções no contexto em que foram empregados.
I.O vocábulo 'orgulhosa' é um adjetivo com função de predicativo do sujeito.
II.O vocábulo 'políticas', em 'questões políticas', pertence à mesma classe de palavra da destacada em : "As políticas públicas são essenciais para reduzir as desigualdades sociais."
III.O vocábulo 'desenho' e 'partida' pertencem a mesma classe de palavras.
IV.O vocábulo 'sobre' é uma preposição.
Estão corretas:
Comentários
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rumo PPPA
- O termo "orgulhosa" é um adjetivo que indica uma qualidade atribuída ao sujeito "a avó".
- No contexto, "orgulhosa" funciona como predicativo do sujeito, complementando o sujeito por meio de um verbo de ligação ("diz").
- Essa afirmativa está correta.
- Em "questões políticas", o vocábulo "políticas" é um adjetivo, pois caracteriza o substantivo "questões".
- Na frase "As políticas públicas são essenciais...", o termo "políticas" é um substantivo, pois é o núcleo do sujeito ("As políticas públicas").
- Como o vocábulo "políticas" pertence a classes gramaticais diferentes nos dois contextos, essa afirmativa está incorreta.
- "Desenho" e "partida" são ambos substantivos no contexto em que aparecem.
- "Desenho" refere-se a algo concreto (o desenho feito pela criança).
- "Partida" refere-se a algo abstrato (o ponto de partida para as histórias). Essa afirmativa está correta.
- O termo "sobre" é uma preposição em "sobre governantes autoritários", pois estabelece a relação entre "os livros" e "governantes autoritários". Essa afirmativa está correta.
- As afirmativas I, III e IV estão corretas.
- A alternativa correta é: D.
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