Com base em pesquisas de antropólogos brasileiros, podemos ...

Vamos analisar a questão sobre a ocupação da terra de quilombos no Brasil, com foco em entender a alternativa correta e o porquê dela ser a mais adequada.

Tema central: A questão aborda a organização social e territorial dos quilombos, comunidades formadas em sua maioria por descendentes de africanos escravizados, que desenvolveram uma estrutura comunitária própria ao longo dos séculos.

Conceito base: Os quilombos são conhecidos por sua organização comunitária de uso da terra, onde o território é geralmente de uso comum, baseado em fortes laços de parentesco e vizinhança. A ideia principal é a solidariedade e a cooperação para garantir a sobrevivência e o bem-estar de todos os seus membros.

Segundo a literatura antropológica, essa forma de organização reflete a resistência cultural e os modos de vida tradicionais que contrastam com a lógica capitalista de propriedade privada. Um exemplo disso pode ser visto em trabalhos de antropólogos como Peter Fry e Manuela Carneiro da Cunha.

Alternativa correta: C - predominância do uso comum do território, tendo como base laços de parentesco e vizinhança. Esta afirmação está correta porque reflete a estrutura social característica dos quilombos, onde a terra é compartilhada e a organização do espaço está intimamente ligada às relações sociais internas.

Análise das alternativas incorretas:

A - A alternativa sugere uma mistura de lotes individuais com áreas comuns, mas na prática, a organização de quilombos não se estrutura dessa forma padronizada. O foco está mais no uso comum do que na divisão por lotes.

B - Embora mencione a produção de subsistência, a ênfase em lotes individuais não está alinhada com a predominância do uso comum e cooperação que é observado nos quilombos tradicionais.

D - A ideia de que o estado fiscaliza a distribuição dos bens é incorreta, pois os quilombos são autônomos e gerem seus recursos internamente, sem interferência estatal direta nesse aspecto.

E - A descrição de predominância de lotes individuais entra em contradição com o entendimento antropológico de que o compartilhamento da terra é uma prática comum e histórica nos quilombos.

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