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Q1844634 Psiquiatria
Um paciente do sexo masculino procura a polícia dizendo que o vizinho do apartamento ao lado do seu exerce comandos a distância sobre o seu organismo, que fazem com que ele imediatamente sinta vontade de defecar. Do ponto de vista psicopatológico, o sintoma relatado pelo paciente é classificado como:
Alternativas

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Para resolver questões sobre psicopatologia, como esta, é fundamental compreender os tipos de sintomas que podem se manifestar nos transtornos mentais. A questão em pauta aborda um sintoma específico relatado por um paciente, que nos leva a pensar sobre delírios envolvendo o corpo e suas funções.

Alternativa Correta: E - delírio somático

Delírio somático refere-se a crenças falsas relacionadas ao funcionamento ou controle do corpo. No exemplo dado, o paciente acredita que o vizinho controla suas funções fisiológicas, especificamente sua vontade de defecar. Essa descrição se encaixa perfeitamente na definição de delírio somático, pois envolve uma crença irracional e inabalável sobre o corpo.

Vamos analisar por que as outras alternativas estão incorretas:

A - alucinação cinestésica: Alucinações cinestésicas envolvem falsas percepções de movimento ou presença de sensações no corpo, sem estímulos reais. No caso descrito, não há uma sensação física percebida sem estímulo, mas sim uma crença errônea sobre controle externo.

B - delírio de identificação: Este tipo de delírio é caracterizado por crenças falsas sobre a identidade de pessoas ou objetos. O sintoma do paciente não se relaciona com a identificação de pessoas, mas sim com o controle corporal.

C - alteração da consciência da atividade do eu: Refere-se a alterações na percepção de si mesmo, muitas vezes em termos de identidade ou agência. No entanto, o relato do paciente não se refere a uma alteração em sua consciência do eu, mas a uma crença sobre uma influência externa.

D - percepção delirante: Envolve uma interpretação delirante de uma percepção normal. Embora haja uma interpretação errada do que está acontecendo, a questão central é sobre uma crença equivocada do controle corporal, não uma percepção distorcida de um evento real.

Esse tipo de questão exige que o candidato entenda a diferença entre delírios e alucinações, além das especificidades de delírios somáticos. Ao fazer isso, o candidato consegue identificar corretamente o sintoma descrito.

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Comentários

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Gabarito inadequado, a resposta, pelo Dalgalarrondo (2018) seria letra C (alteração da consciência da atividade do eu), segue trecho :

Alteração da consciência de execução -

Na naturalidade da experiência e ação diárias, não se nota quão essencial é a unidade da vivência de execução. Para cada sujeito, é evidente que, quando se pensa, se sente e se deseja, é o Eu próprio que o faz. Na alteração da consciência de execução, o paciente (sobretudo em quadros psicóticos), ao pensar ou desejar alguma coisa, sente, porém, que, de fato, foi outro que pensou ou desejou tais pensamentos ou desejos e os impôs de alguma maneira. Alguns pacientes psicóticos, sobretudo na esquizofrenia, não apenas deixam

de se sentir senhores de seus pensamentos, impulsos, sentimentos, como passam a se sentir possuídos por um poder estranho, externo e inapreensível. Os pensamentos podem ser vivenciados como feitos e impostos por alguém ou algo externo, ou como roubados, extraídos, arrancados do paciente; a psicopatologia jasperiana nomeia isso como vivência do feito. Kurt Schneider (1976) descreve tais vivências como pensamentos feitos, pensamentos impostos e roubo do pensamento. A vivência do feito por uma força externa pode abarcar todos os tipos de

atividade psíquica, não apenas o pensamento, mas também o falar, o fazer, o caminhar, o querer e o sentir, bem como os impulsos (inclusive sexuais). Os pacientes passam a se sentir inibidos ou contidos, mas não por algo interno, e sim, por alguma coisa externa, totalmente desconhecida que se lhes impõe com brutalidade.

Questão mal formulada. O evento descrito pelo paciente é de alteração da consciência do Eu. Mas se você considerar que tal fenômeno nunca ocorreu de fato, a memória relatada pode ser apenas um delírio.

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