Em relação à Atenção em Saúde Mental nas unidades básicas de...
Texto para responder às questões de 30 a 34.
Caso Ana. A adolescente Ana, de 15 anos de idade, chega à unidade básica de saúde sozinha, andando, visivelmente angustiada. Diz estar com muita dor na barriga. A profissional que a recebe avalia que ela pode ficar na fila. Depois de 35 minutos esperando, Ana volta à recepção e diz que a dor está aumentando, mas é reconduzida a esperar a sua vez na fila. Passados outros 15 minutos, Ana cai no chão e é levada para o atendimento, em coma, por ter ingerido veneno para interromper uma gravidez indesejada. Passada a fase aguda de cuidados (Ana passou o final da manhã no pronto atendimento da cidade, retornando no meio da tarde acompanhada do pai da criança para realizar a consulta de pré-natal que fora agendada de urgência após o ocorrido), e estando a jovem fora de risco de morte, a equipe de Saúde Mental Infantil e Juvenil foi chamada para discutir o caso com a equipe de Saúde da Família (a cidade não tem porte populacional que justifique a montagem de um CAPSi, porém uma parte da equipe do único CAPS da cidade atende crianças e adolescentes). Durante a reunião, uma agente comunitária de Saúde (ACS) diz conhecer a adolescente e relata que Ana vinha ameaçando fazer isso desde que o pastor da igreja mandou indiretas em um dia em que o culto estava bastante cheio, e havia sugerido que ela procurasse outra igreja. O vínculo de Ana com a ACS havia se dado por meio da música. Aprenderam juntas a tocar violão em uma organização não governamental (ONG) do bairro em que há um educador físico que sempre as ajudava nas horas difíceis. A sede dessa ONG já havia sido assaltada três vezes pelo irmão de Ana, na época usuário pesado de crack, o que precipitou a saída dela das aulas de violão, por vergonha. Ana e o irmão foram criados pela avó paterna, hoje com 72 anos, diabética, frequentadora regular das atividades da unidade básica de saúde (UBS). O pai, caminhoneiro, passa um dia por semana em casa. Ele sustenta Ana e o irmão, mas tem outra família em uma cidade distante. A mãe abandonou os dois filhos ainda muito pequenos, por motivo desconhecido. O pai do bebê de Ana tem 18 anos, é aluno do curso técnico de informática, trabalha à noite em uma lanchonete perto da unidade de saúde, e vem de uma família com um pouco mais de recursos, que tem dado apoio ao casal. A equipe de Saúde Mental e a de Atenção Básica discutiram o caso a partir dos elementos da história de que dispunham.
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Atenção à Saúde. Departamento de Atenção Básica. Saúde mental / Ministério da Saúde, Secretaria de Atenção à Saúde, Departamento de Atenção Básica, Departamento de Ações Programáticas Estratégicas. – Brasília: Ministério da Saúde, 2013. 176 p.: il. Cadernos de Atenção Básica, n. 34, p. 112-113.
Em relação à Atenção em Saúde Mental nas unidades básicas de saúde, assinale a alternativa correta.
Gabarito comentado
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Alternativa Correta: D
A alternativa D é a correta. Ela destaca a importância de atividades de lazer, cultura, e outros espaços de convivência para a saúde mental de crianças e adolescentes. Esses espaços contribuem para o sentimento de pertencimento, ampliam possibilidades de diálogo e promovem uma melhor qualidade de vida. Esses fatores são essenciais em um projeto terapêutico que visa o bem-estar e a saúde mental, pois oferecem suporte social e emocional.
Justificativa das Alternativas Incorretas:
Alternativa A: Esta opção está incorreta. O envolvimento da família é crucial no tratamento em saúde mental. A atuação conjunta entre a equipe de saúde e a família é essencial para a eficácia dos cuidados, pois a família pode fornecer informações valiosas e apoio contínuo ao paciente.
Alternativa B: Esta alternativa minimiza a importância das orientações sobre desenvolvimento e escuta qualificada. Esses aspectos são fundamentais e devem ser considerados prioritários, não secundários. O suporte educativo e emocional à família é vital para o tratamento em saúde mental.
Alternativa C: Embora a clareza no diálogo com a família seja importante, esta alternativa erra ao sugerir que a equipe deve conhecer apenas superficialmente as possibilidades do território. Um conhecimento profundo do território é fundamental para desenvolver um projeto terapêutico eficaz e adaptado às necessidades do paciente.
Alternativa E: Enfatizar os pontos negativos identificados na avaliação pode ser prejudicial. O foco deve estar em estratégias que promovam o crescimento e superação, não em reforçar aspectos negativos. O reconhecimento das potencialidades e o fortalecimento das capacidades são mais eficazes para a saúde mental.
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Comentários
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Essa questão esta no lugar certo mesmo?
Por que ela esta sendo cobrada no tópico de Compreensão e Interpretação textual, mas claramente para responde é necessário ler um pouco a legislação especifica.
Gostei
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