No fragmento do texto “Aptº 901”, de Marina Colasanti, o pro...

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Q3026497 Português

Texto para responder à questão. 


        Só. Durante muito tempo só. Demasiado só nos anos. Mas chegando ao apartamento com um saco nas costas no dia 13 de maio, descobriu que aquele não era um dia, era uma data, data do fim da sua solidão. Do saco tirou a argila. Molhou panos, arranjou ferramentas. Começou a modelar. Não era bom escultor. As feições mal-acabadas, os membros grosseiros, o todo desproporcional configurava, porém, a mulher. Foi difícil arrancar a costela. A dor o manteve ao leito durante dias, dobrado sobre si mesmo, postura que nunca mais abandonaria, mesmo ereto, compensando o vazio. A costela no chão seca para o novo lugar. E levantando-se foi momento de fincá-la, com quanto amor, no barro. E soprar.


(COLASANTI, Marina. A morada do ser. Rio de Janeiro: Francisco Alves, 1978. Fragmento.)

No fragmento do texto “Aptº 901”, de Marina Colasanti, o protagonista vive um momento profundo de solidão até que decide modelar uma figura feminina a partir de argila, em um ato que simboliza o fim de sua solidão. Esse processo criativo, que inclui o doloroso sacrifício de retirar uma costela para dar vida à sua criação, é carregado de simbolismo e emoção. Considerando esse fragmento e, ainda, as funções da linguagem, a que melhor descreve a intenção da autora é:
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