Uma vez que nos é encaminhado um aluno que se sente incapaz, teremos como desafio pensar em maneiras
de intervir na produção da incapacidade. As professoras de nossas escolas nos mostram esse saber quando
criam práticas, dinâmicas, tarefas, que permitem que seus alunos arrisquem, desejem. Mas, quando falamos
de alunos que permanecem muito tempo sem aprender, ou com problemas disciplinares ou alunos com
deficiências, principalmente deficiência mental, intensifica-se a procura de ajuda dos profissionais da saúde.
(Marcondes, 2004).
A partir dos referenciais propostos por Adriana Marcondes, psicóloga do Serviço de Psicologia Aplicada da USP, é
INCORRETO afirmar que

Question

Uma vez que nos é encaminhado um aluno que se sente incapaz, teremos como desafio pensar em maneiras
de intervir na produção da incapacidade. As professoras de nossas escolas nos mostram esse saber quando
criam práticas, dinâmicas, tarefas, que permitem que seus alunos arrisquem, desejem. Mas, quando falamos
de alunos que permanecem muito tempo sem aprender, ou com problemas disciplinares ou alunos com
deficiências, principalmente deficiência mental, intensifica-se a procura de ajuda dos profissionais da saúde.
(Marcondes, 2004).
A partir dos referenciais propostos por Adriana Marcondes, psicóloga do Serviço de Psicologia Aplicada da USP, é
INCORRETO afirmar que Alternativa A: o objetivo do trabalho psicológico no contexto escolar deve ser o de problematizar o próprio processo de produção
dos encaminhamentos das crianças para avaliação psicológica, fortalecendo os saberes dos professores e
familiares. Ou Alternativa B: o psicólogo escolar deve preparar-se para diferenciar certa tendência em rotular comportamentos absolutamente
normais dos estudantes, evitando diagnósticos vagos e imprecisos que contribuiriam para uma crescente
estigmatização das crianças. Ou Alternativa C: a atuação do psicólogo na escola deve ser neutra e técnica, apropriando-se dos atuais debates e descobertas do
campo da psicopatologia e das neurociências para que se possa diagnosticar e medicalizar as crianças com
dificuldades de maneira precisa. Ou Alternativa D: a padronização de muitos relatórios e laudos psicológicos é uma decorrência do processo de desconsideração
dos territórios nos quais o sintoma se produz ou, dito de outra forma, revela uma concepção de sujeito e de mundo
na qual o sujeito é tratado como objeto.

Qconcursos · Accepted Answer

Alternativa [C] a atuação do psicólogo na escola deve ser neutra e técnica, apropriando-se dos atuais debates e descobertas do
campo da psicopatologia e das neurociências para que se possa diagnosticar e medicalizar as crianças com
dificuldades de maneira precisa. A alternativa C é a incorreta, e portanto a resposta certa para a questão.

Vamos agora explorar o tema da questão e entender por que cada alternativa foi proposta.

O papel do psicólogo escolar é bastante abrangente e envolve compreender o contexto escolar e suas complexidades. Segundo Adriana Marcondes, é essencial que o trabalho psicológico na escola se concentre em problematizar os processos que levam ao encaminhamento de alunos para avaliações, evitando a rotulação desnecessária e promovendo um ambiente de apoio e desenvolvimento para todos os estudantes.

Alternativa A está correta. Ela destaca a necessidade de problematizar os encaminhamentos de crianças para avaliações psicológicas. Isso é crucial para fortalecer o papel dos professores e familiares, evitando diagnósticos precipitados e fortalecendo o suporte educacional.

Alternativa B também está correta. Ela reforça a importância do psicólogo escolar em evitar a rotulação de comportamentos normais, evitando diagnósticos vagos que podem estigmatizar os alunos. Isso está alinhado com a visão de um trabalho psicológico mais contextualizado e humano.

Alternativa C é a incorreta, justamente porque propõe que o psicólogo deva ter uma atuação neutra e técnica, focando em diagnósticos e medicalização. Essa abordagem não considera o contexto social e emocional dos alunos e não está alinhada com práticas que buscam entender o aluno em sua totalidade e dentro de seu ambiente escolar.

Alternativa D está correta, pois critica a padronização dos relatórios e laudos psicológicos, que muitas vezes desconsideram os contextos específicos nos quais os sintomas se manifestam. Isso reflete uma crítica à visão de tratar os indivíduos como objetos, sem considerar suas singularidades.

Em resumo, a questão aborda a complexidade do papel do psicólogo escolar e a importância de uma abordagem que vai além do diagnóstico e da medicalização, considerando o contexto e a individualidade dos alunos.

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