“Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis a...

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Q449727 Português
Texto II .

                                                               Norma jurídica x realidade política


    No avanço do processo de democratização do Estado brasileiro, com o consequente aumento da transparência dos atos públicos, a imprensa vem derramando nos ouvidos da sociedade uma verdadeira enxurrada de denúncias (fundadas ou não) de conduta ilícita ou reprovável por parte de agentes públicos. Isso tem resultado no profundo descrédito da classe política, que regularmente se mantém flagrante, até que uma notícia de grande repercussão desvie as atenções do povo das acusações e ações contra Senadores, Deputados, Ministros, lobistas de todo tipo. (Mas esse fenômeno ocorre só por pouco tempo: passada a perplexidade com a notícia calamitosa, volta-se logo ao lugar-comum da corrupção, do favoritismo, do enriquecimento ilícito por desvio de recursos públicos.) Tornou-se comum ouvir em entrevistas com populares expressões de descrença na classe política, ao lado de reclamações por “uma lei que proíba isso”.
    Sabe-se que isso não é solução. [...]
    Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.
     Além disso, verifica-se no Brasil um conjunto de fatores comuns a países de democratização tardia, que saíram de regimes autocráticos. Inclui-se entre esses fatores a falta de maturidade democrática de boa parcela da população, que simplesmente outorga ao agente público seu voto, sem exigir dele prestação de contas de seu mandato, ou mesmo qualquer ação política efetiva. Os motivos para tal inércia têm sede na própria história e tradição brasileira, como se houvesse uma aceitação na não participação ativa nas decisões de governo, no referendo tácito a oligarquias locais, numa forma de clientelismo patológico, de troca de votos por cestas de alimentos. Tais fenômenos guardam mais relação com o desconhecimento da lei e dos meios e controle político, à disposição de qualquer cidadão, do que com uma tradição consciente de passividade.
(Maluf, Emir Couto Manjud. O desafio da justiça eleitoral face à crise de moralidade política. Revista de monografias: concurso de monografias do TRE/MG. nº 1 (2010). Belo Horizonte: TRE/MG, 2010.)

“Os recursos de integração hermenêutica, disponíveis ao aplicador contemporâneo, são suficientes para exigir, dos agentes públicos, a conduta politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.”

Considerando o período anterior, assinale a alternativa correta.
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Comentários

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Gabarito C. Pronome relativo que retomando o substantivo conduta.

Eu só não marquei o gabarito oficial porque considerei que o termo que retoma, além de conduta, politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada. Achei que a retomada apenas da palavra Conduta deixaria o sentido incompleto, já que o que se espera dos agentes públicos é uma conduta com essas características: politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada.

Gostaria de saber por que a letra D está incorreta. Não marquei a letra C porque o termo "que" não se refere apenas ao termo "conduta" mas sim "conduta politicamente virtuosa econstitucionalmente positivada". Meu entendimento foi similar ao da Roberta Moura. 

"...a conduta politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada que se espera deles.” 
"a conduta politicamente virtuosa e constitucionalmente positivada A QUAL É ESPERADA DELES" O que é esperado deles? A CONDUTA..... o verbo concordo com o Núcleo do Sujeito no caso CONDUTA, e não com o sujeito todinho da frase.


GAB LETRA C 

Ana Carolina, a letra d está incorreta, porque "de" é preposição, ao passo que "dos" é a junção da preposição "de" com o artigo definido "os". Portanto, "de" é indefinido, vago, qualquer um; "dos" é definido, preciso, está restrito. 

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