Querendo-se intensificar o sentido das expressões “dias ang...

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Ano: 2017 Banca: VUNESP Órgão: TJ-SP Prova: VUNESP - 2017 - TJ-SP - Psicólogo Judiciário |
Q824103 Português

Leia o texto para responder à questão.

      A moléstia conservou durante muitos dias – dias angustiosos e terríveis – um caráter de excessiva gravidade; durante longo tempo, Fadinha, que estava com todo o corpo cruelmente invadido pela medonha erupção, teve a existência por um fio.

      Entretanto, os cuidados da ciência e a ciência dos cuidados triunfaram do mal, e Fadinha ficou boa, completamente boa, depois de ter estado suspensa entre a vida e a morte.

      Ficou boa, mas desfigurada: a moça mais bonita do Rio de Janeiro transformara-se num monstro. Aquele rosto intumescido e esburacado não conservara nada, absolutamente nada da beleza célebre de outrora. Ela, porém, consolou-se vendo que o amor de Remígio, longe de enfraquecer, crescera, fortificado pelo espetáculo do seu martírio.

      A mãe, conquanto insensível às boas ações, não pôde disfarçar a admiração e o prazer que o moço lhe causou no dia em que lhe pediu a filha em casamento, dizendo:

      – Só havia um obstáculo à minha felicidade: era a formosura – de Fadinha. Agora que esse obstáculo desapareceu, espero que a senhora não se oponha a um enlace que era o desejo de seu marido.

      Realizou-se o casamento. D. Firmina, desprovida sempre de todo o senso moral, entendeu que devia ser aproveitado o rico enxoval oferecido pelo primeiro noivo; Remígio, porém, teve o cuidado de fazer com que o restituíssem ao barão. A cerimônia efetuou-se com toda a simplicidade, na matriz do Engenho Novo.

      Um ano depois do casamento, Fadinha estava outra vez bonita, não da boniteza irradiante e espetaculosa de outrora, mas, enfim, com um semblante agradável, o quanto bastava para regalo dos olhos enamorados do esposo. Remígio dizia, sinceramente, quem sabe? que a achava assim mais simpática, e os sinais das bexigas lhe davam até um “não sei quê”, que lhe faltava dantes.

      – Não é bela que me inquiete, nem feia que me repugne. Era assim que eu a desejava.

      O caso é que ambos foram muito felizes. Ainda vivem. Remígio é atualmente um alto funcionário, pai de cinco filhos perfeitamente educados.

(Arthur Azevedo, “A moça mais bonita do Rio de Janeiro”. Em: Seleção de Contos, 2014. Adaptado)

Querendo-se intensificar o sentido das expressões “dias angustiosos e terríveis” e “Fadinha ficou boa, completamente boa”, elas podem ser reescritas, em conformidade com a norma-padrão, respectivamente, das seguintes formas:
Alternativas

Gabarito comentado

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Alternativa correta: D - dias muito angustiosos e terribilíssimos; Fadinha ficou boa, boníssima.

A questão aborda o tema de graus dos adjetivos na morfologia da língua portuguesa. Para resolvê-la, é fundamental entender como se formam os graus superlativos absolutos sintéticos dos adjetivos.

Vamos analisar por partes:

Análise da Alternativa Correta:

A alternativa D está correta porque:

  • "dias muito angustiosos": O uso de "muito" intensifica o adjetivo "angustiosos".
  • "terribilíssimos": Esse termo é a forma correta do superlativo absoluto sintético de "terrível".
  • "boníssima": Esta é a forma correta do superlativo absoluto sintético de "boa".

Análise das Alternativas Incorretas:

A - dias angustiosíssimos e terrivíssimos; Fadinha ficou boa, boíssima:

  • "angustiosíssimos" está correto, mas "terrivíssimos" está errado; a forma correta é "terribilíssimos".
  • "boíssima" está incorreto; a forma correta é "boníssima".

B - dias muito angustiosos e muito terríveis; Fadinha ficou boa, boazíssima:

  • Os termos "muito angustiosos" e "muito terríveis" estão corretos, mas "boazíssima" está incorreto; a forma correta é "boníssima".

C - dias angustiosíssimos e terribilíssimos; Fadinha ficou boa, boíssima:

  • "angustiosíssimos" e "terribilíssimos" estão corretos, mas "boíssima" está incorreto; a forma correta é "boníssima".

E - dias muito angustiosos e terrivíssimos; Fadinha ficou boa, boníssima:

  • "muito angustiosos" está correto, mas "terrivíssimos" está incorreto; a forma correta é "terribilíssimos".

Entender a formação de superlativos é essencial para resolver questões como esta, que exigem conhecimento da morfologia e da norma-padrão da língua portuguesa.

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Comentários

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Angustiosos, terribilíssimos e boníssima.

Diferente disso, as palavras não existem.

Para quem quiser consultar alguns aumentativos ou diminutivos, achei este site interessante: https://pt.scribd.com/doc/93428081/Aumentativos-e-Diminutivos-de-Alguns-Substantivos-e-Adjetivos

GRAUS SUPERLATIVOS ABSOLUTOS SINTÉTICOS

 

1. Adjetivos terminados em -a, -e, -o perdem essas vogais:

 

cuidadosa – cuidadosíssima

doce – dulcíssimo ou docíssimo

sério – seriíssimo

 

2. Adjetivos terminados em -vel mudam esse final para -bil:

 

agradável – agradabilíssimo

horrível - horribilíssimo

amável - amabilíssimo

 

3. Adjetivos terminados em -m e -ão passam respectivamente a -n e -an:

 

 - bom - boníssimo (questão) -

comum – comuníssimo

vão - vaníssimo

 

4. Adjetivos terminados em -z passam essa consoante a -c:

 

atroz – atrocíssimo

capaz – capacíssimo

 

Há ainda os adjetivos que não têm sua forma alterada, como é o caso daqueles terminados em -u, -l (com exceção da terminação -vel) e -r:

 

cru – cruíssimo

difícil – dificílimo

regularegularíssimo

 

http://mundoeducacao.bol.uol.com.br/gramatica/grau-superlativo-absoluto-sintetico.htm

 

Comentário utilissímo, Gisele Canto!

Valeu Gisele.

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