Foucault analisa como a prisão se tornou a forma de punição ...

Gab. C

Em sua obra "A Verdade e as Formas Jurídicas" (2003), Michel Foucault afirma que a teoria da periculosidade se tornou a principal noção da criminologia e da penalidade no final do século XIX, e sobrevive até os dias atuais sob novas roupagens e nuances. Essa teoria persiste nos discursos, fazendo com que o indivíduo passe a ser considerado pela sociedade em função de suas virtualidades, e não de seus atos, não em termos de infrações concretas, mas sim das potencialidades comportamentais que elas representam.

Análise da questão:

A questão aborda a análise de Michel Foucault sobre a prisão como forma de punição e como ela se relaciona com a ideia de "classes perigosas" e o mundo do trabalho. O enunciado destaca que o eixo central da prisão passa a ser o indivíduo que cometeu o crime, sendo avaliado não por seus atos em si, mas por suas "virtualidades" e "potencialidades de comportamento".

Relação com a periculosidade:

Essa mudança de foco para as "potencialidades de comportamento" do indivíduo remete diretamente ao conceito de periculosidade. A periculosidade, na perspectiva de Foucault, refere-se à avaliação do risco que um indivíduo representa para a sociedade, com base em seus comportamentos, histórico e características individuais, e não apenas em seus atos criminosos.

Outras opções:

• Panoptismo: O panoptismo é um conceito importante na obra de Foucault, relacionado à vigilância e controle, mas não se encaixa diretamente na descrição do enunciado sobre a avaliação das "potencialidades de comportamento".
• Discurso: O discurso é central na análise de Foucault sobre as relações de poder, mas o enunciado se concentra na avaliação individual dos presos, não em discursos gerais sobre crime e punição.
• Norma: A norma é um conceito relacionado à disciplina e controle social, mas o enunciado se refere especificamente à avaliação individual dos presos em termos de suas "potencialidades".
• Disciplina: A disciplina é um mecanismo de controle social importante na análise de Foucault, mas o enunciado se concentra na avaliação individual dos presos, não em mecanismos disciplinares gerais.