A primeira classificação biológica racional de que se tem co...

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Q2113320 Biologia
A primeira classificação biológica racional de que se tem conhecimento se deve ao filósofo Grego Aristóteles (384 a.C. – 322 a.C.). Seus estudos e escritos cobrem uma diversidade de matérias, desde metafísica, poesia, teatro, política, à biologia e zoologia. Aristóteles estudou e classificou os organismos em dois grandes grupos – animais e plantas – pelas suas caraterísticas com base nas suas inúmeras observações (que incluíram dissecações de organismos, com a exceção dos humanos), os animais eram divididos em “animais com sangue” e “animais sem sangue”; atualmente, vertebrados e invertebrados. No entanto, diversos elementos dessa classificação mantiveram-se até ao século XIX.
(História da Classificação Biológica. Nicolau, P. B. 2017.)
Em particular, dos estudos de classificação de Aristóteles resultaram os termos, ainda hoje utilizados, que são: 
Alternativas

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A alternativa correta é a D - Substância; espécie; e, gênero.

Vamos entender o contexto da questão e os conhecimentos necessários para resolvê-la. A questão aborda a primeira classificação biológica racional, atribuída ao filósofo grego Aristóteles. Ele foi um dos primeiros a tentar organizar a diversidade dos seres vivos com base em suas observações e características. Sua classificação dividia os organismos em grandes grupos e utilizava termos fundamentais que ainda influenciam a biologia moderna.

Para resolver essa questão, é necessário conhecimento sobre a história da biologia e a evolução das classificações biológicas.

Alternativa D - Substância; espécie; e, gênero. é a correta porque Aristóteles utilizou esses termos ao desenvolver seu sistema de classificação. Ele empregou o conceito de substância para referir-se à essência de um organismo, espécie para caracterizar grupos com características semelhantes, e gênero para agrupar espécies com características mais amplas.

Vamos agora analisar as alternativas incorretas:

Alternativa A - Reino; ordem; e, espécie. está incorreta porque esses termos vêm de uma classificação posterior. O sistema de Linnaeus, desenvolvido no século XVIII, popularizou esses termos.

Alternativa B - Família; classe; e, gênero. também está incorreta pelos mesmos motivos. Família e classe são categorias taxonômicas introduzidas mais tarde, também por Linnaeus.

Alternativa C - Substância; ordem; e, gênero. é parcialmente correta porque inclui substância e gênero, mas ordem não era um termo utilizado por Aristóteles. Esse termo também apareceu com Linnaeus.

Espero que essa explicação tenha facilitado a compreensão do tema e da questão. Caso tenha mais dúvidas, estarei à disposição para ajudar!

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como assim?

Em particular, do estudos de classificação de Aristóteles resultaram os termos, ainda hoje utilizados, “substância”, “espécie” e “género” (Quadro II).

Quadro II. Classificação de Aristóteles

A classificação filosófica de Aristóteles pode ser explicada, de um modo sumário, da seguinte forma: a substância primária é o ser individual (ex. o António, o Pedro, etc.); a substância secundária é o atributo que carateriza um grupo de substâncias primárias (ex. atributo “homem”, no caso de António, Pedro, etc.) e não apenas um indivíduo isolado. Espécie é a substância secundária mais apropriada para designar os seus seres individuais. A caraterística mais abrangente que dois seres individuais, António e Pedro, partilham é o ser “homem”. Esta ideia postula, assim, uma identidade: “homem” é equivalente/igual a todos os seus indivíduos e apenas a esses indivíduos. Os membros de uma espécie diferem apenas em número, mas são de outro modo iguais entre si. O género é uma substância secundária, menos caraterística e mais lata do que espécie. Assim, por exemplo, o ser humano é um animal, mas nem todos os animais são seres humanos. O género, para Aristóteles, é uma categoria mais inclusiva (os géneros contêm espécies). No pensamento de Aristóteles não há estrutura hierárquica acima de género, e não existe um limite para o número de géneros. A substância secundária que distingue duas espécies, pertencentes ao mesmo género, é a diferença específica (“differentiae”): é o somatório das diferenças que é a definição. A definição é assim baseada na questão de “unidade”: a espécie é apenas uma, mas contém muitas “differentiae” (estas ideias estão patentes actualmente nos conceitos de espécie). Assim, por exemplo, o ser humano é definido como o somatório de diferenças específicas: uma substância “animada”, sensível e racional. A definição mais característica contem a espécie e a caraterística imediatamente mais geral do que espécie é o género: homem é um animal racional. As categorias são os géneros mais importantes, e são em número de dez: uma categoria de substância e nove categorias de “acidentes”, “universais que devem estar “na” substância. As substâncias existem por si próprias, os acidentes existem nas substâncias (e são por exemplo: quantidade, qualidade, etc.). Não existe a categoria superior “ser”, devido a uma questão que apenas foi solucionada por Tomás de Aquino, na Idade Média: a diferença específica não é característica do género. Se o ser humano é um animal racional, então a racionalidade não é uma propriedade dos animais. A substância não pode, portanto ser um tipo de ser pois não pode ter diferença específica que teria de ser um “não”-ser. 

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